Moral naturalizada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ísis Esteves Ruffo
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33897
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar e discutir o fenômeno moral por uma perspectiva naturalista, ou seja, oferecer uma explicação da moralidade que não recorra a fatos ou propriedades sobrenaturais ou de nenhum outro reino metafísico além do natural. A proposta do naturalismo ético parte, portanto, da premissa de que mesmo um fenômeno fluído como a moralidade humana pode ser entendido em termos de propriedades, relações ou fatos que figurem em descrições científicas do mundo. Ao longo do século XX, a proposta naturalista perdeu adeptos ao ser confrontada com o argumento da questão em aberto, objeção que mostrava que definições de tipos morais em tipos naturais não são analiticamente verdadeiras. A presente proposta metaética, contudo, desenvolve-se posteriormente a tal dificuldade como uma nova possibilidade naturalista. O neorrealismo moral naturalista diferencia-se de seus antecessores por adotar uma teoria semântica, característica dos tipos naturais, e que permite que algumas definições não sejam captadas semanticamente e, portanto, não sejam analiticamente verdadeiras. Neste caso, as definições oferecidas para tipos morais são verdadeiras sinteticamente e devem ser descobertas por expediente empírico e não conceitual. O neorrealismo, contudo, enfrenta suas próprias dificuldades; a primeira é mostrar como a semântica para tipos naturais também se aplica a tipos morais, o que envolve construir uma teoria que aproxime esses dois tipos que, ao menos inicialmente, não parecem da mesma natureza. Uma das mais relevantes objeções semânticas acerca dessa suposta dicotomia é formulada no argumento da Terra Gêmea Moral. A Terra Gêmea Moral mostra que nossas intuições funcionam de modos distintos quando lidamos com tipos morais e tipos naturais: Enquanto que naturalmente pensamos tipos naturais como designadores rígidos, o mesmo não parece seguir no caso dos tipos morais e, se a semântica naturalista, exige a designação rígida, então ela não é adequada para tipos morais. Existem algumas réplicas ao argumento da Terra Gêmea Moral que discutiremos neste texto, mas o principal aspecto não levado em consideração na crítica semântica é que, da forma como colocada pelo neorrealismo, tipos morais e nem mesmo tipos naturais precisam ser designadores rígidos para receberem definições naturalizadas. Os tipos morais, e uma parcela significativa dos tipos naturais, são tipos funcionais, ou seja, tipos que possuem alta plasticidade composicional e, portanto, não precisam designar rigidamente um conjunto específico de propriedades.
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Ao longo do século XX, a proposta naturalista perdeu adeptos ao ser confrontada com o argumento da questão em aberto, objeção que mostrava que definições de tipos morais em tipos naturais não são analiticamente verdadeiras. A presente proposta metaética, contudo, desenvolve-se posteriormente a tal dificuldade como uma nova possibilidade naturalista. O neorrealismo moral naturalista diferencia-se de seus antecessores por adotar uma teoria semântica, característica dos tipos naturais, e que permite que algumas definições não sejam captadas semanticamente e, portanto, não sejam analiticamente verdadeiras. Neste caso, as definições oferecidas para tipos morais são verdadeiras sinteticamente e devem ser descobertas por expediente empírico e não conceitual. O neorrealismo, contudo, enfrenta suas próprias dificuldades; a primeira é mostrar como a semântica para tipos naturais também se aplica a tipos morais, o que envolve construir uma teoria que aproxime esses dois tipos que, ao menos inicialmente, não parecem da mesma natureza. Uma das mais relevantes objeções semânticas acerca dessa suposta dicotomia é formulada no argumento da Terra Gêmea Moral. A Terra Gêmea Moral mostra que nossas intuições funcionam de modos distintos quando lidamos com tipos morais e tipos naturais: Enquanto que naturalmente pensamos tipos naturais como designadores rígidos, o mesmo não parece seguir no caso dos tipos morais e, se a semântica naturalista, exige a designação rígida, então ela não é adequada para tipos morais. Existem algumas réplicas ao argumento da Terra Gêmea Moral que discutiremos neste texto, mas o principal aspecto não levado em consideração na crítica semântica é que, da forma como colocada pelo neorrealismo, tipos morais e nem mesmo tipos naturais precisam ser designadores rígidos para receberem definições naturalizadas. Os tipos morais, e uma parcela significativa dos tipos naturais, são tipos funcionais, ou seja, tipos que possuem alta plasticidade composicional e, portanto, não precisam designar rigidamente um conjunto específico de propriedades.The present work aims to present and discuss the moral phenomenon from a naturalistic perspective, that is, to offer an explanation of morality that does not resort to supernatural facts or properties or any other metaphysical realm besides the natural one. Therefore, the proposal of ethical naturalism starts from the premise that even a fluid phenomenon such as human morality can be understood in terms of properties, relationships, or facts that appear in scientific descriptions of the world. Over the course of the twentieth century, the naturalistic proposal lost its adherents in confronting the open question argument, an objection that showed that definitions of moral types in natural types are not analytically true. The present metaethical proposal, however, later develops into such difficulty as a new naturalistic possibility. Naturalistic moral neorealism differs from its predecessors in adopting a semantic theory, characteristic of natural kinds, which allows some definitions not to be grasped semantically and thus not to be analytically true. In this case, the definitions offered for moral kinds are synthetically true and must be discovered by empirical rather than conceptual means. Neorealism, however, faces its own difficulties; the first is to show how semantics for natural kinds also apply to moral kinds, which involves constructing a theory that approximates these two kinds that, at least initially, do not appear to be of the same nature. One of the most relevant semantic objections surrounding this supposed dichotomy is formulated in the Moral Twin Earth argument. Moral Twin Earth shows that our intuitions work in different ways when dealing with moral kinds and natural kinds: While we naturally think of natural kinds as rigid designators, the same does not seem to follow in the case of moral kinds, and if naturalistic semantics requires rigid designation, then it is not suitable for moral kinds. There are some replicas of the Moral Twin Earth argument that we will discuss in this text, but the main point not taken into account in semantic criticism is that, as neorealism puts it, moral kinds and not even natural kinds need to be rigid designators to receive naturalized definitions. Moral kinds and a significant portion of natural kinds are functional kinds, that is, kinds that have high compositional plasticity and therefore need not rigidly designate a specific set of properties.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessÉticaMetaéticaRealismo moralNaturalismo éticoSemântica naturalistaTerra gêmea moralMoral naturalizadaNaturalized moralityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação - Ísis.pdfDissertação - Ísis.pdfapplication/pdf3426272https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33897/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20%c3%8dsis.pdf9ea7c5588f3c98bb06d6f70f8c8858ebMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33897/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33897/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD521843/338972020-08-03 11:19:24.823oai:repositorio.ufmg.br:1843/33897TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-08-03T14:19:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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