Avaliação do perfil metabólico de crianças escolares de 5 a 8 anos, nascidas pré-termo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cristiane Valéria Batista Pereira Abdo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52308
Resumo: Introdução: a criança nascida pré-termo e/ou pequena para a idade gestacional tem sido o foco de estudos, muitas vezes com resultados controversos, que abordam a prematuridade como precursora de alterações do metabolismo. Objetivo: avaliar se, em crianças nascidas pré termo, à idade de 5 a 8 anos incompletos, a prematuridade foi determinante para a ocorrência de distúrbios metabólicos. Métodos: estudo transversal com 60 crianças nascidas com IG abaixo de 34 semanas e/ou peso menor que 1.500 g, excluindo-se pacientes com comorbidades. Dados de nascimento e história perinatal foram obtidos por meio de avaliações de prontuários. Utilizou-se questionário para coleta de informações quanto às condições de saúde, hábitos de vida e alimentação. Foram realizadas avaliações clínicas com medidas pôndero-estaturais, além de avaliações bioquímicas com dosagens de colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e insulina de jejum, além do cálculo do índice HOMA- IR. Foi adotado nível de significância de 5% para as análises. Resultados: a amostra foi composta de 60 crianças (53,3% do sexo feminino) com 6,8 ± 0,7 anos. A maioria (85%) foi classificada como adequada para a idade gestacional (AIG) e 15% como pequena para a idade gestacional (PIG), segundo Lubchenco e cols. Não foram observadas diferenças significativas entre as crianças PIG e AIG para as variáveis estudadas: perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL e triglicérides), glicemia e sensibilidade insulínica, pré-hipertensão ou hipertensão arterial sistêmica. A maior parte das crianças apresentou hábitos alimentares inadequados. À época da avaliação, as prevalências de pré-hipertensão e de hipertensão arterial sistêmica foram de 3,3% e de 5%, respectivamente. Colesterol total > 170 mg/dL foi encontrado em 19 % dos pacientes e HDL < 45 mg/ dl em 27,6 %, sendo que 6,7 % dos casos apresentavam LDL entre 110-129 mg/ dL. Valores de triglicérides ≥ 75 ocorreram em 38,3 % da amostra. Apenas duas crianças apresentaram glicemia entre 100-126 mg / dL, e índice HOMA > 2,5 esteve presente em oito crianças. Nenhuma dessas avaliações apresentou significância estatística nas comparações feitas, inclusive ao serem comparadas crianças PIG e AIG. Significância estatística, porém fraca, foi encontrada na correlação entre idade gestacional e níveis de VLDL (r=0,267 e p=0,042) e entre idade gestacional e os níveis de triglicérides (r=0,265 e p=0,040). Do total de crianças avaliadas, 8,3% estavam com sobrepeso e 8,3% obesas, sendo que, ao serem relacionadas a IG e a ocorrência de alterações metabólicas neste grupo, foi encontrado valor de p < 0,01 e p=0,01 para VLDL e triglicérides, respectivamente. Ainda para o grupo com obesidade ou sobrepeso, porém somente para a avaliação quanto à ocorrência alterações metabólicas, o índice HOMA-IR foi a única variável estatisticamente significativa (p=0,002). Aos 3 anos, 88% das crianças atingiram o catch up para peso e 91,1% atingiram o catch up para altura. Conclusão: o estudo não evidenciou a prematuridade como fator determinante para a ocorrência de distúrbios metabólicos entre os 5 e 8 anos de idade incompletos. A ocorrência de tais alterações não se apresentou mais frequente em pré-termos PIG quando comparados aos AIG, e, aos 3 anos de idade, a população estudada já havia adquirido peso e estatura adequados para a idade.
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