Relação entre o torque de rotação lateral do quadril e a cinemática do pé

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Thales Rezende de Souza
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-962GL9
Resumo: Alterações de movimento e postura de pronação-supinação do complexo tornozelopé, em cadeia fechada, têm sido associadas à ocorrência de lesões músculoesqueléticas. Tradicionalmente, a cinemática do pé, durante a marcha, postura ou corrida, tem sido atribuída apenas a variáveis mecânicas distais, como alinhamentoe mobilidade do pé. Contudo, a mecânica do quadril, no plano transverso, também pode influenciar na cinemática do pé. Proposições teóricas indicam que um maior torque de rotação lateral do quadril, ou maior rigidez relacionada a esse torque, levaria a menor pronação do pé. Assim, os objetivos desta tese foram: (a) investigar se a combinação da rigidez passiva do quadril (relacionada ao torque de rotação lateral) com o alinhamento e mobilidade do complexo perna-pé prediz a cinemática do retropé, durante a marcha e a postura ortostática; e (b) investigar se o aumento do torque de rotação lateral do quadril, por meio do uso de faixas elásticas, leva a uma redução da pronação do complexo tornozelo-pé, durante a marcha. Um primeiro estudo foi realizado para investigar a confiabilidade de um método cinemático em que as posições da perna, do calcâneo e do antepé foram medidascom clusters de marcas de rastreamento. Ângulos entre o calcâneo e a perna, entre o antepé e o calcâneo, e entre o antepé e a perna foram calculados, durante a fase de apoio da marcha e durante a posição ortostática com a articulação subtalar em neutro. Dez participantes assintomáticos foram avaliados em dois momentos, com uma semana de intervalo. As confiabilidades (índices de correlação intra-classe) devariáveis obtidas desse ângulos variaram de 0,76 a 0,93, o que foi considerado apropriado. Em um segundo estudo, a rigidez passiva do quadril e a combinação entre alinhamento ósseo e mobilidade do complexo tornozelo-pé foram avaliados, por meio de medidas clínicas, em 23 participantes assintomáticos. Análises de regressão linear múltipla foram realizadas para investigar se a combinação entreessas variáveis prediz a eversão-inversão do retropé, durante a fase de apoio da marcha e a postura ortostática relaxada. Foi encontrado que essas variáveis explicam de 27% a 40% da variabilidade da cinemática do retropé (p!0,041). Em um terceiro estudo, o torque de rotação lateral do quadril foi aumentado, por meio de faixas elásticas de baixa ou de alta rigidez, em 17 participantes assintomáticos. Os ângulos entre calcâneo e perna, antepé e calcâneo, e antepé e perna foram medidosdurante a fase de apoio da marcha. A curvas desses ângulos foram comparadas por meio de intervalos de confiança (95%), ponto-a-ponto. O uso de ambas as faixas elásticas produziu uma redução significativa na eversão do calcâneo em relação à perna e aumento significativo na eversão do antepé em relação ao retropé e à perna, o que indicou redução da pronação do pé. Os resultados dessa tese indicamque a mecânica proximal do membro inferior, no plano transverso, influencia na pronação-supinação do complexo tornozelo-pé, na marcha e na postura ortostática. O torque de rotação lateral do quadril deve ser considerado na abordagem clínica de indivíduos que apresentam alterações de pronação-supinação.
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Assim, os objetivos desta tese foram: (a) investigar se a combinação da rigidez passiva do quadril (relacionada ao torque de rotação lateral) com o alinhamento e mobilidade do complexo perna-pé prediz a cinemática do retropé, durante a marcha e a postura ortostática; e (b) investigar se o aumento do torque de rotação lateral do quadril, por meio do uso de faixas elásticas, leva a uma redução da pronação do complexo tornozelo-pé, durante a marcha. Um primeiro estudo foi realizado para investigar a confiabilidade de um método cinemático em que as posições da perna, do calcâneo e do antepé foram medidascom clusters de marcas de rastreamento. Ângulos entre o calcâneo e a perna, entre o antepé e o calcâneo, e entre o antepé e a perna foram calculados, durante a fase de apoio da marcha e durante a posição ortostática com a articulação subtalar em neutro. Dez participantes assintomáticos foram avaliados em dois momentos, com uma semana de intervalo. 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A curvas desses ângulos foram comparadas por meio de intervalos de confiança (95%), ponto-a-ponto. O uso de ambas as faixas elásticas produziu uma redução significativa na eversão do calcâneo em relação à perna e aumento significativo na eversão do antepé em relação ao retropé e à perna, o que indicou redução da pronação do pé. Os resultados dessa tese indicamque a mecânica proximal do membro inferior, no plano transverso, influencia na pronação-supinação do complexo tornozelo-pé, na marcha e na postura ortostática. O torque de rotação lateral do quadril deve ser considerado na abordagem clínica de indivíduos que apresentam alterações de pronação-supinação.Alterations of pronation-supination motion and posture of the foot-ankle complex, in closed chain, have been associated with the occurrence of musculoskeletal disorders. Traditionally, foot kinematics in activities as walking, standing and running is solely attributed to distal mechanical variables, such as alignment and mobility of the foot. However, the mechanics of the hip, in the transverse plane, can also influence foot kinematics. Theoretical propositions indicate that greater hip externalrotation moment, or greater hip stiffness (related to this external rotation moment) would lead to less foot pronation. The objectives of this thesis were: (a) to investigate whether the interaction of hip passive stiffness, related to the external-rotation moment, with the alignment and mobility of the foot-shank complex predicts rearfoot kinematics, during walking and standing; (b) to investigate whether increases in hipexternal-rotation moment, obtained with the use of elastic bands, decreases pronation of the foot-ankle complex, during walking. A first study was conducted to investigate the reliability of a kinematic method in which the positions of the shank, calcaneus and forefoot were measured with clusters of tracking markers. Angles between the calcaneus and the shank, between the forefoot and the calcaneus, and between the forefoot and the shank were calculated during the stance phase of walking and during standing with the subtalar joint in neutral position. Ten asymptomatic participants were assessed on two occasions, one week apart. The test-retest reliabilities (intraclass correlation coefficients) of variables obtained from the angles ranged from 0.76 to 0.93, which was considered appropriate. In a second study, hip passive stiffness and the combination of bone alignment and mobility of the foot-ankle complex were assessed with clinical measures, in 23 asymptomaticparticipants. Multiple linear regression analyses were performed to investigate whether the interaction of these variables predicts the eversion-inversion of the rearfoot during the stance phase of walking and bipedal relaxed standing. It was found that these variables explained 27% to 40% of the variability of rearfoot kinematics (p!0.041). In a third study, hip external-rotation moment was increased by means of elastic bands of low or high stiffness, on 17 asymptomatic participants. The angles between calcaneus and shank, between forefoot and calcaneus and between forefoot and shank were measured during the stance phase of walking. The curves of these angles were compared using the confidence intervals (95%), point-by-point. The use of both elastic bands produced a significant reduction in the eversion of thecalcaneus relative to the shank and a significant increase in the eversion of the forefoot relative calcaneus and relative to shank, which showed a reduction of footpronation. The results of this thesis indicate that the proximal mechanics of the lower limb, in the transverse plane, influences pronation-supination of the ankle-foot complex, during walking and upright posture. The external-rotation moment of the hip should be considered during the assessment and intervention of individuals with altered pronation-supination behavior.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFisioterapiaQuadrilMembros inferioresCinemáticaMarchaPronaçãoPosturaAcoplamentoPéQuadrilPronaçãoMarchaRelação entre o torque de rotação lateral do quadril e a cinemática do péinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___thales_rezende_de_souza.pdfapplication/pdf2016716https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-962GL9/1/tese___thales_rezende_de_souza.pdf0b06bfdc83b05376d4a591502e926072MD51TEXTtese___thales_rezende_de_souza.pdf.txttese___thales_rezende_de_souza.pdf.txtExtracted texttext/plain237585https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-962GL9/2/tese___thales_rezende_de_souza.pdf.txt1aec9b19c2dc174c779ea18db500cbcdMD521843/BUOS-962GL92019-11-14 15:05:06.342oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-962GL9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:05:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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