A literatura como traição: transgressões de cenas bíblicas

• Autor(a) principal: Késia Rodrigues de Oliveira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/59049
• topic: Traição; Transgressão; Subversão; Bíblia; Reescrita; Abraão (Patriarca hebreu); Moisés (Legislador de Israel); Davi, Rei de Israel; Caim (Personagem bíblico); Esaú (Personagem bíblico); Judas Iscariotes (Personagem bíblico); Borges, Jorge Luís, 1899-1986. – Crítica e interpretação; Scliar, Moacyr, 1937-2011. – Crítica e interpretação; Barroqueiro, Deana, 1945- – Crítica e interpretação; Ficção argentina – História e crítica; Ficção brasileira – História e crítica; Ficção portuguesa – História e crítica; Personagens e características; Religião na literatura; Traição

Nesta tese, investiga-se como a traição, a transgressão e a subversão se apresentam em contos de Jorge Luis Borges, Moacyr Scliar e Deana Barroqueiro que têm, por mote, a reescrita, às avessas, da história dos grandes líderes bíblicos Abraão, Moisés e Davi e dos insidiosos Caim, Esaú e Judas. A releitura das cenas bíblicas protagonizadas por esses personagens na ficção aponta, neste estudo, uma forma de entender a literatura como traição. Esse entendimento está intimamente ligado às noções de reescrita, memória, apropriação e desapropriação, desenvolvidas, respectivamente, por Antoine Compagnon, Umberto Eco, Michel Schneider, Ricardo Piglia e Harold Bloom. A partir desses conceitos, procurou-se apresentar, ainda, uma discussão sobre como essas narrativas remetem a uma profanação do sagrado, no sentido de que elas deixam em segundo plano o caráter sacro das Escrituras, trazendo à luz aspectos humanos das histórias e, com isso, apontam para as múltiplas possibilidades de interpretações da Bíblia e para a produção de novos textos.