Avaliação do efeito probiótico de Saccharomyces cerevisiae UFMG A- 905 em um modelo murino de alergia alimentar

• Autor(a) principal: Vivian Correia Miranda
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/42359
• topic: Alergia alimentar; Probiótico; S. cerevisiae UFMG A-905; Infiltrado inflamatório; IL-17; Microbiologia; Probióticos; Saccharomyces cerevisiae; Hipersensibilidade Alimentar; Interleucina-17

O aumento da prevalência de casos de alergia alimentar se tornou um entrave para a saúde pública culminando em gastos alarmantes para esses setores. A alergia alimentar é desencadeada quando há a ativação exacerbada do sistema imune por antígenos da dieta. Os sintomas podem variar desde dor abdominal até os casos mais graves de anafilaxia. Uma das terapias alternativas que tem sido estudada é o uso de probióticos devido às suas comprovadas propriedades imunomodulatórias. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito probiótico de Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905 em um modelo murino de alergia alimentar, analisando parâmetros clínicos, histológicos, imunológicos e microbiológicos, além de avaliar a dose-resposta, o efeito da viabilidade da levedura e do sobrenadante da cultura. Para isso, camundongos foram sensibilizados com ovalbumina (OVA) (dia 0). Após 14 dias eles receberam um reforço imunológico. O grupo controle recebeu apenas o adjuvante com salina no dia 0 e apenas salina no 14º dia. No 18º dia, os camundongos receberam o respectivo tratamento de S. cerevisiae UFMG A-905 ou seu sobrenadante, até o fim do experimento (dia 28). A partir do 21º dia os animais foram desafiados com uma dieta contendo OVA. No 28º dia, os camundongos foram eutanasiados. A administração oral de S. cerevisiae UFMG A-905 viável promoveu a atenuação significativa do grau de lesão tecidual, além de suprimir significativamente os níveis de MPO, e esta redução apresentou um perfil dose-dependente. Ademais, o tratamento apresentou uma tendência à redução de aproximadamente 50% do recrutamento de eosinófilos, atenuando o infiltrado inflamatório. E ainda, o presente estudo demonstrou que o tratamento promoveu uma redução significativa dos níveis da citocina IL-17. Além disso, a administração do sobrenadante da cultura viável da levedura também promoveu uma supressão significativa dos níveis de MPO. Entretanto, em relação aos parâmetros sistêmicos, IgE e IgG anti-OVA, que são essenciais para o desencadeamento do processo alérgico, não houve efeito, sugerindo que a levedura possui um efeito local, mas não sistêmico, no modelo avaliado. Portanto, a administração oral de S. cerevisiae UFMG A-905 promove um efeito probiótico local, dose-dependente e que depende da viabilidade da levedura.