Efeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) sobre a aterogênese e o estresse oxidativo em camundongos LDL receptor knockout alimentados com dieta aterogênica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9ADHQ4 |
Resumo: | O Caryocar brasiliense, ou pequi, é amplamente usado como alimento pela população do nordeste brasileiro. O óleo extraído do pequi possui alta concentração de ácidos graxos monoinsaturados (componente ateroprotetivo), embora a quantidade de ácidos graxos saturados, principalmente de ácido palmítico, seja bem expressiva, o que é associado ao risco para aterosclerose. Alta quantidade de carotenóides e compostos fenólicos no óleo de pequi confere a ele propriedades antioxidantes, o que é outro fator benéfico na aterogênese. Assim, nosso objetivo foi estudar o efeito do óleo de pequi no metabolismo lipídico, aterosclerose e estresse oxidativo em modelo experimental de aterosclerose. Os animais foram divididos em grupo controle e óleo de pequi, recebendo dieta aterogênica rica em óleo de soja ou óleo de pequi, respectivamente. Ao final do experimento, os animais recebendo óleo de pequi apresentaram piora do perfil lipídico quando comparados ao grupo controle. A lesão aterosclerótica foi também maior no sinus aórtico no grupo que recebeu óleo de pequi em comparação com os controles. Surpreendentemente, quando as lesões iniciais da aorta torácica foram analisadas, houve uma redução da área aterosclerótica nos animais alimentados com óleo de pequi. O grupo recebendo óleo de pequi também apresentou menor estresse oxidativo, indicado pela menor peroxidação lipídica e menor concentração sérica de anticorpos anti-LDL oxidada. Experimento ex vivo, utilizando macrófagos peritoneais extraídos de animais de ambos os grupos, mostrou redução na liberação de espécies reativas de oxigênio nos animais do grupo óleo de pequi. A partir destes dados, sugerimos que o óleo, pela sua atividade antioxidante e teor de monoinsaturados, reduz a velocidade de evolução da aterogênese (como visto nas lesões aórticas), mas com o aumento crescente da colesterolemia induzido pelo seu alto teor de ácido palmítico, este efeito é suplantado, dando lugar à grande migração destas LDL para o subendotélio, aumentando assim o aparecimento de placas maiores e mais maduras. Em conclusão, dietas suplementadas com óleo de pequi são fatores de risco para aterosclerose a longo prazo e apesar de sua ação antioxidante, devem ser dada com cautela para pacientes com risco aumentado de infarto agudo do miocárdio ou lesão comprovada de aterosclerose. |
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Jacqueline Isaura Alvarez LeiteMiriam Martins ChavezMaria do Carmo Gouveia PeluzioEdenil Costa Aguilar2019-08-13T02:02:17Z2019-08-13T02:02:17Z2010-02-04http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9ADHQ4O Caryocar brasiliense, ou pequi, é amplamente usado como alimento pela população do nordeste brasileiro. O óleo extraído do pequi possui alta concentração de ácidos graxos monoinsaturados (componente ateroprotetivo), embora a quantidade de ácidos graxos saturados, principalmente de ácido palmítico, seja bem expressiva, o que é associado ao risco para aterosclerose. Alta quantidade de carotenóides e compostos fenólicos no óleo de pequi confere a ele propriedades antioxidantes, o que é outro fator benéfico na aterogênese. Assim, nosso objetivo foi estudar o efeito do óleo de pequi no metabolismo lipídico, aterosclerose e estresse oxidativo em modelo experimental de aterosclerose. Os animais foram divididos em grupo controle e óleo de pequi, recebendo dieta aterogênica rica em óleo de soja ou óleo de pequi, respectivamente. Ao final do experimento, os animais recebendo óleo de pequi apresentaram piora do perfil lipídico quando comparados ao grupo controle. A lesão aterosclerótica foi também maior no sinus aórtico no grupo que recebeu óleo de pequi em comparação com os controles. Surpreendentemente, quando as lesões iniciais da aorta torácica foram analisadas, houve uma redução da área aterosclerótica nos animais alimentados com óleo de pequi. O grupo recebendo óleo de pequi também apresentou menor estresse oxidativo, indicado pela menor peroxidação lipídica e menor concentração sérica de anticorpos anti-LDL oxidada. Experimento ex vivo, utilizando macrófagos peritoneais extraídos de animais de ambos os grupos, mostrou redução na liberação de espécies reativas de oxigênio nos animais do grupo óleo de pequi. A partir destes dados, sugerimos que o óleo, pela sua atividade antioxidante e teor de monoinsaturados, reduz a velocidade de evolução da aterogênese (como visto nas lesões aórticas), mas com o aumento crescente da colesterolemia induzido pelo seu alto teor de ácido palmítico, este efeito é suplantado, dando lugar à grande migração destas LDL para o subendotélio, aumentando assim o aparecimento de placas maiores e mais maduras. Em conclusão, dietas suplementadas com óleo de pequi são fatores de risco para aterosclerose a longo prazo e apesar de sua ação antioxidante, devem ser dada com cautela para pacientes com risco aumentado de infarto agudo do miocárdio ou lesão comprovada de aterosclerose.The Caryocar brasiliense, or pequi, is a popular food in northeastern of Brazil. The oil extracted from pequi has a high concentration of both monounsaturated and saturated fatty acids. The first one is a well established antiatherogenic factor, although the second one is associated with increased risk of atherosclerosis. The high amount of carotenoids and phenolic compounds in pequi oil, gives it antioxidant properties, which is also a beneficial factor in atherogenesis. Thus, our objective was to study the effect of pequi oil on lipid metabolism, atherosclerosis and oxidative stress in experimental model of atherosclerosis. The LDL receptor deficient mice were divided into control and pequi oil groups, receiving soybean or pequi oil supplemented atherogenic diet, respectively. After 6 experimental weeks, animals from pequi oil group showed a worse lipid profile when compared to the control one. The atherosclerotic lesion was also increased in the aortic sinus in the group receiving oil from pequi. Surprisingly, when the early lesions presented in thoracic/abdominal aorta were analyzed, we found a reduction of the atherosclerotic lesion in animals fed on pequi oil. The pequi oil group also showed a lower oxidative stress, indicated by the reduction on lipid peroxidation and decreased serum concentrations of anti-oxidized LDL antibody. In an ex vivo experiment using macrophages extracted from animal peritoneum showed a reduction in the release of reactive oxygen species in pequi oil group. Based on these data, we suggest that the pequi oil, due to its antioxidant activity and content of monounsaturated fat, slows atherogenesis in initial stages (as seen in aortic lesions). However, the increasing of serum cholesterol and atherogenic fractions induced by its high content of palmitic acid, induces a more important LDL migration toward intima of arteries, increasing a larger and more mature atherosclerotic plaque. In conclusion, pequi oil supplemented diet is a risk factor for dislipidemia and atherosclerosis, despite its antioxidant action, and it is not indicated for patients with increased risk of acute myocardial infarction or advantaged atherosclerosis.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLipídiosBioquímicaDieta aterogênicaAteroscleroseEstresse oxidativoÓleo de pequiÁcidos graxosPequiAteroscleroseEstresse oxidativoLipídeosÁcidos graxosEfeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense Camb.) sobre a aterogênese e o estresse oxidativo em camundongos LDL receptor knockout alimentados com dieta aterogênicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_edenil.pdfapplication/pdf2479280https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9ADHQ4/1/disserta__o_edenil.pdf2e6cfbb9afcdde488c26b0871b0cae5aMD51TEXTdisserta__o_edenil.pdf.txtdisserta__o_edenil.pdf.txtExtracted texttext/plain143625https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9ADHQ4/2/disserta__o_edenil.pdf.txtd72794eb7932013fbc8aa0fdb2d17fd8MD521843/BUOS-9ADHQ42019-11-14 20:42:29.774oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9ADHQ4Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:42:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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