Feminilidades em primeira pessoa: narrativas plurais,vivências singulares de mulheres nos "negócios"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raquel Santos Soares
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-92BJD8
Resumo: O objetivo dessa tese foi analisar a construção de feminilidades de mulheres que atuam, como gestoras em organizações em geral. O construto de feminilidades foi tomado como o de identidades femininas de gênero, as quais entendidas como construções sociais e discursivas.Partindo do arcabouço teórico da Psicodinâmica do Trabalho, considerou-se que, devido à visão androcentrada do trabalho que é vigente na sociedade ocidental, um paradoxo costuma ser referido como inerente à construção de feminilidades e à integração de mulheres no mercado de trabalho, particularmente, nos cargos de gestão. Para além de confirmar ou rechaçar essa visão paradoxal, buscou-se, na literatura dos estudos de genêro, argumentos que explicassem, historicamente, como a dominação e a hierarquização tem legado,às mulheres, os postos de trabalho menos importantes. As explicações vão desde as diferenças físicas, naturalizadas sob a forma de corpos de "homem e mulher", cada qual com suas normas e comportamentos socialmente esperados, até à divisão funcional da sociedade em esferas pública e privada: origem das diferenças políticas entre os gêneros. Concomitante aos fatores "corpo e trabalho", não se pode desconsiderar que as relações sociais de gênero indiquem relações de poder. Assim, considerou-se a influência de três vetores - corpo, trabalho e relações de poder - na forma como se manifestam os discursos "de" e "sobre" mulheres que atuam nos "negócios". Certos simbolismos de gênero, arraigados no imaginário social e difundidos por meio de veículos de comunicação de massa, acabam influenciando a prática social de homens e mulheres envolvidos no campo da gestão; de modo que existiriam, assim, certas expectativas sociais acerca de como cada um deveria se comportar. Por outro lado, o construto de feminilidades, em seu sentido relacional possibilita abarcar as expectativas e desejos individuais, segundo a forma que o indivíduo da à sua subjetividade. Propôs-se, assim, uma investigação que contemplasse tanto o componente "sociocultural" das feminilidades na atualidade, quanto a perspectiva pessoal de mulheres imersas no campo, ocupando algum cargo "de poder" no ambiente organizacional.O componente sociocultural foi tomado a partir de discursos veiculados em revistas segmentadas para o público feminino e de negócios. Para a análise desses discursos midiáticos, considerou-se a revista Claudia, segmentada para o público feminino, e a Revista Exame, voltada para profissionais que atuam no ramo de "negócios". Em uma etapa posterior, foram entrevistadas 26 mulheres, gestoras de organizações de portes e setores variados, em Belo Horizonte - MG. A análise dos dados foi feita por meio de técnicas da Análise de Discurso Crítica, empregando os tipso de significados para análise da dimensão do texto e, depois, realizando a análise da prática discursiva , visando identificar como se articulam os discursos produzidos pela mídia às subjetividades das mulheres entrevistadas. no períod investigado, não há coerência nas reportagen,relacionadas a mulheres e ao trabalho executivo, na revista feminina , uma vez que o seu discurso reforça uma excessiva "corporização" das mulheres (executivas ou não). Já na revista de negócios, os parâmetros para avaliar mulheres, que tem conquistado o "topo" nas grandes organizações, derivam dos padrões americanos de conquistas e meritocracia, sendo o avanço brasileiro, no quesito "desigualdade de gênero", subentendido como uma questão de tempo e de evolução natural. Verificou-se que as mulheres entrevistadas buscam estratégias variadas para se identificarem como mulheres e profissionais. Entretanto, não produzem uma síntese acerca dos significados de manterem suas feminilidades no trabalho, e pouco tÊm feito no sentido de recriarem formas de atuar, nos "negócios", mantendo suas identidades de gênero.
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