Avaliação do papel de mastócitos na imunopatologia do megacólon chagásico, com ênfase na sua interação com neurônios e eosinófilos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patricia Rocha Martins
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A2GGMJ
Resumo: O megacólon é a complicação mais frequentemente observada entre os indivíduos que desenvolvem a forma clínica digestiva da doença de Chagas. Os pacientes apresentam dilatação e distúrbios de motilidade da porção reto-sigmóide do órgão, devido ao processo de desnervação. Números elevados de mastócitos (MC) e eosinófilos são constantemente observados no cólon dilatado, o que sugere um papel para essas células no desenvolvimento desse processo patológico. Além disso, os números de MCs expressando triptase (triptase -imunorreativo - IR) estão negativamente correlacionados com a área de fibras nervosas que expressam PGP 9.5 (marcador pan-neuronal) ou polipeptídio intestinal vasoativo (VIP-IR), um neuromediador anti-inflamatório. Em vista desses dados, levantamos a hipótese de que MCs triptase-IR desempenham um papel relevante no processo de inflamação e desnervação, relevantes na patologia do megacólon chagásico. A triptase é uma protease que cliva o receptor ativado por protease 2 (PAR2) na superfície de neurônios e de células inflamatórias, induzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, o recrutamento de leucócitos, especialmente eosinófilos, e a ativação e morte neuronal. Aqui, demonstramos a expressão de PAR2 por neurônios, confirmando os dados da literatura. Em cólon de pacientes com megacólon, observamos números elevados de MCs triptase-IR ou quimase-IR, estando a maioria deles com sinais de ativação (desgranulação piecemeal ou anafilática), e alguns localizados bem próximos (menos de 5 um) de neurônios. Além disso, observamos uma correlação positiva entre o número de MCs triptase-IR e eosinófilos, bem como aumento do número de eosinófilos PAR2-IR no cólon de pacientes com megacólon. Em conjunto com os dados da literatura, os resultados aqui apresentados sugerem um papel para MCs triptase-IR na ativação e recrutamento de eosinófilos, no processo de desnervação e, consequentemente, no desenvolvimento do megacólon.
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Em vista desses dados, levantamos a hipótese de que MCs triptase-IR desempenham um papel relevante no processo de inflamação e desnervação, relevantes na patologia do megacólon chagásico. A triptase é uma protease que cliva o receptor ativado por protease 2 (PAR2) na superfície de neurônios e de células inflamatórias, induzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, o recrutamento de leucócitos, especialmente eosinófilos, e a ativação e morte neuronal. Aqui, demonstramos a expressão de PAR2 por neurônios, confirmando os dados da literatura. Em cólon de pacientes com megacólon, observamos números elevados de MCs triptase-IR ou quimase-IR, estando a maioria deles com sinais de ativação (desgranulação piecemeal ou anafilática), e alguns localizados bem próximos (menos de 5 um) de neurônios. Além disso, observamos uma correlação positiva entre o número de MCs triptase-IR e eosinófilos, bem como aumento do número de eosinófilos PAR2-IR no cólon de pacientes com megacólon. Em conjunto com os dados da literatura, os resultados aqui apresentados sugerem um papel para MCs triptase-IR na ativação e recrutamento de eosinófilos, no processo de desnervação e, consequentemente, no desenvolvimento do megacólon.Megacolon is the most frequently observed complication among individuals who develop the digestive clinical form of Chagas disease. Patients present dilation of the rectum-sigmoid portion and motility disorders, due to the denervation process. Increasing of mast cell (MCs) and eosinophil numbers are constantly observed in the dilated colon, which suggests a role for those cells in such pathology. Besides, the numbers of tryptase-immunoreactive (IR) MCs are negatively correlated with the area of nerve fibers expressing PGP 9.5 or vasoactive intestinal polypeptide (VIP-IR), an anti-inflammatory neuromediator. On view of those data, we suggest that tryptase-IR MCs could play a role in the chronic infection associated inflammation and denervation process. Tryptase is a protease that cleaves the protease-activated receptor type 2 (PAR2) on the surface of inflammatory cells and neurons, inducing the production of pro-inflammatory cytokines, leukocyte recruitment, specially eosinophils, and neuronal activation and death. Here we demonstrated the expression of PAR2 by neurons, confirming data from the literature. In colon of patients with megacolon, we observed increased numbers of tryptase-IR or chymase-IR MCs, being most of them with signs of activation (piecemeal or anaphylactic degranulation), and some in close proximity (less than 5 um) to neurons. Besides, we observed a positive correlation between numbers of tryptase-IR MCs and eosinophils, and increased numbers of PAR2-IR eosinophils in colon of patients with megacolon. In conjunction with data from the literature, the results presented here suggest a role for tryptase-IR MCs in eosinophil activation and recruitment, in the denervation process and, consequently, in the development of megacolon.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCitologiaEosinófilosMastócitos triptase-IRPAR2Megacólon chagásicoInteração neuroimuneDesgranulação piecemeal e anafiláticaAvaliação do papel de mastócitos na imunopatologia do megacólon chagásico, com ênfase na sua interação com neurônios e eosinófilosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_patricia_rocha_martins.pdfapplication/pdf6477165https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A2GGMJ/1/tese_patricia_rocha_martins.pdf83f4617b1c0084a4ba74e3fca11f3414MD51TEXTtese_patricia_rocha_martins.pdf.txttese_patricia_rocha_martins.pdf.txtExtracted texttext/plain190956https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A2GGMJ/2/tese_patricia_rocha_martins.pdf.txt550dcac312eb11075017896034b33bdfMD521843/BUBD-A2GGMJ2019-11-14 05:28:30.548oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-A2GGMJRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:28:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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