Análise estereológica e funcional do testículo de rãs-touro (Lithobates catesbeianus) sexualmente maduras, com ênfase na cinética espermatogonial, proliferação e número de células de sertoli por cisto espermatogênico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Henrique de Castro Assis
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8M6JGR
Resumo: A espermatogênese é um processo cíclico e complexo que resulta na produção diária de milhões de espermatozóides. Embora existam particularidades entre as diferentes espécies, este processo se apresenta bem conservado entre as diversas classes de vertebrados, e as interações morfofuncionais entre as células somáticas e germinativas (CG) são cruciais para o seu sucesso. A rã-touro (Lithobates catesbeianus) é uma espécie de anuro que foi introduzida no Brasil em torno de 1930, devido a sua substancial importância econômica. Embora seja utilizada como modelo experimentalem pesquisas biológicas, incluindo-se a biologia da reprodução, o conhecimento acerca da estrutura e função testiculares desta espécie é ainda escasso. Neste sentido, os objetivos principais da presente investigação foram os de se realizar análises histológicas, morfométricas e funcional do testículo de rãs-touro sexualmente maduras, com ênfase na cinética espermatogonial, bem como na proliferação dos elementos somáticos [Célula de Sertoli (CS); Célula de Leydig (CL); e Célula Peritubular Mióide (CPM)] e número de CG e CS por cisto espermatogênico. Dezesseis rãs-touro foram utilizadas e, com intuito de se estimarem índices mitóticos, oito delas receberam umaúnica injeção intracelomática de timidina triciada (1Ci/g/PC) e tiveram os seus testículos coletados 2 a 3 horas após a injeção. Os animais foram anestesiados e tiveram os testículos removidos, seccionados transversal e longitudinalmente, de forma a se obterem fragmentos que representassem seis diferentes regiões previamente definidasdeste órgão. Estes fragmentos foram então fixados por imersão em glutaraldeído 4%, rotineiramente incluídos em glicol-metacrilato e processados para análises histomorfométricas e radioautográficas. Os resultados obtidos mostraram que não houve diferença na disposição dos túbulos seminíferos nas diferentes regiões investigadas, bem como na atividade espermatogênica e na proporção dos compartimentos tubular e intertubular, indicando que os elementos constituintes doparênquima testicular em rãs-touros apresentam distribuição homogênea. Ainda, os resultados obtidos mostraram que todas as rãs-touros investigadas encontravam-se em pleno período reprodutivo. Baseado nas contagens e caracterização morfológica das diferentes células espermatogênicas, estimou-se em oito o número de gerações de espermatogônias nesta espécie de anfíbio, sendo uma delas do tipo A e 7 de espermatogônias do tipo B. Conforme ocorre em vertebrados inferiores, os volumes nuclear, citoplasmático e celular das CG decresceram acentuadamente de espermatogônia do tipo A até espermátides, tendo no entanto um pequeno mas substancial aumento em espermatócitos primários em leptóteno/zigóteno. Já o diâmetro e volume nuclear das CS mostraram-se estáveis nos cistos espermatogoniais e espermatocitários (até diplóteno), aumentando marcadamente até espermátide final. Conforme esperado, o número de CG cresceu de forma drástica desde os cistos de espermatogônias do tipo A até os cistos de espermátides iniciais. Por outro lado, onúmero de CS aumentou gradualmente a partir dos cistos de espermatogônias do tipo B finais, com novo incremento no final da fase espermatocitária, tendendo à estabilização na fase espermiogênica. Aparentemente, a freqüência dos cistos espermatogênicosrefletiu a duração de cada uma das três fases da espermatogênese, estimada previamente em nosso laboratório, onde a fase espermatogonial foi mais longa do que as outras duas fases. Embora de pequena magnitude, apoptoses parecem ocorrer nas três fases do processo espermatogênico, fazendo com que pouco mais de 50% dasespermátides teoricamente esperadas, baseada nas contagens celulares, fossem produzidas. À semelhança do encontrado para outros parâmetros, os índices de proliferação das células somáticas não mostraram diferenças significativas entre as seis diferentes regiões testiculares avaliadas. Quanto a avaliação abordando a proliferaçãodos elementos somáticos em relação aos diferentes tipos de cistos espermatogênicos, as CS apresentaram-se preferencialmente associadas à espermatogônias do tipo B, sugerindo uma adequação do número de CS ao aumento marcante do número de CG que ocorre nesta etapa. Já as CL e CPM não apresentaram índices de proliferação que permitissem inferir claramente uma associação preferencial a determinado tipo de cisto. Finalmente, além de ter caracterizado mais detalhadamente a função testicular em rãstouros e permitir a comparação dos dados obtidos com àqueles de outras espécies devertebrados, esperamos que os resultados inéditos obtidos no presente estudo possam ser de grande valia em futuras investigações abordando este modelo experimental.
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Neste sentido, os objetivos principais da presente investigação foram os de se realizar análises histológicas, morfométricas e funcional do testículo de rãs-touro sexualmente maduras, com ênfase na cinética espermatogonial, bem como na proliferação dos elementos somáticos [Célula de Sertoli (CS); Célula de Leydig (CL); e Célula Peritubular Mióide (CPM)] e número de CG e CS por cisto espermatogênico. Dezesseis rãs-touro foram utilizadas e, com intuito de se estimarem índices mitóticos, oito delas receberam umaúnica injeção intracelomática de timidina triciada (1Ci/g/PC) e tiveram os seus testículos coletados 2 a 3 horas após a injeção. Os animais foram anestesiados e tiveram os testículos removidos, seccionados transversal e longitudinalmente, de forma a se obterem fragmentos que representassem seis diferentes regiões previamente definidasdeste órgão. 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Conforme ocorre em vertebrados inferiores, os volumes nuclear, citoplasmático e celular das CG decresceram acentuadamente de espermatogônia do tipo A até espermátides, tendo no entanto um pequeno mas substancial aumento em espermatócitos primários em leptóteno/zigóteno. Já o diâmetro e volume nuclear das CS mostraram-se estáveis nos cistos espermatogoniais e espermatocitários (até diplóteno), aumentando marcadamente até espermátide final. Conforme esperado, o número de CG cresceu de forma drástica desde os cistos de espermatogônias do tipo A até os cistos de espermátides iniciais. Por outro lado, onúmero de CS aumentou gradualmente a partir dos cistos de espermatogônias do tipo B finais, com novo incremento no final da fase espermatocitária, tendendo à estabilização na fase espermiogênica. Aparentemente, a freqüência dos cistos espermatogênicosrefletiu a duração de cada uma das três fases da espermatogênese, estimada previamente em nosso laboratório, onde a fase espermatogonial foi mais longa do que as outras duas fases. Embora de pequena magnitude, apoptoses parecem ocorrer nas três fases do processo espermatogênico, fazendo com que pouco mais de 50% dasespermátides teoricamente esperadas, baseada nas contagens celulares, fossem produzidas. À semelhança do encontrado para outros parâmetros, os índices de proliferação das células somáticas não mostraram diferenças significativas entre as seis diferentes regiões testiculares avaliadas. Quanto a avaliação abordando a proliferaçãodos elementos somáticos em relação aos diferentes tipos de cistos espermatogênicos, as CS apresentaram-se preferencialmente associadas à espermatogônias do tipo B, sugerindo uma adequação do número de CS ao aumento marcante do número de CG que ocorre nesta etapa. Já as CL e CPM não apresentaram índices de proliferação que permitissem inferir claramente uma associação preferencial a determinado tipo de cisto. Finalmente, além de ter caracterizado mais detalhadamente a função testicular em rãstouros e permitir a comparação dos dados obtidos com àqueles de outras espécies devertebrados, esperamos que os resultados inéditos obtidos no presente estudo possam ser de grande valia em futuras investigações abordando este modelo experimental.Spermatogenesis is a complex and cyclic process that results in the daily production of millions of sperm. Although there are particularities among different species, this process seems to be very well conserved in the different vertebrate classes, and the morphofunctional interactions between somatic cells and germ cells (GC) are crucial to its success. Due to its substantial economic importance, the bullfrog (Lithobates catesbeianus) is an amphibian species that was introduced in Brazil around 1930. Although this species is a useful model in biological research, including studies related to the reproductive biology, the knowledge of its testicular structure and function is still scarce. In this regard, the main objectives of the present study were to perform a careful histological and morphofunctional analysis of sexually mature bullfrogtestis, with emphasis on the spermatogonial kinetics as well as in the proliferation rate of testis somatic elements [Sertoli cell (SC); Leydig cell (LC), and peritubular myoid cell (PMC)] and the number of GC and SC per spermatogenic cyst. For this purpose, sixteen bullfrogs were used and, aiming to estimate the proliferation rates, eight of them received a single intracelomic injection of tritiated thymidine (1Ci/g/BW) and theirtestes were collected 2 to 3 hours after injection. All animals were anesthetized and their testis were removed and transversely and longitudinally sectioned, in order to obtain fragments that represented six different testis regions previously defined. These fragments were then fixed by immersion in 4% glutaraldehyde, routinely embedded inglycol-methacrylate and processed for histomorphometric and radioautography analysis. No evident differences were observed for the arrangement of the seminiferous tubules as well as for the spermatogenic activity and the volume densities (%) of tubularand intertubular compartments in the six different regions investigated. These results indicate that the components of the testicular parenchyma in the bull-frog exhibit a homogeneous distribution. Also, the results showed that all bull-frogs investigated presented full spermatogenic activity. Based on the morphological characterization of the different spermatogenic cells and on the germ cells counts per cyst, eightspermatogonial generations were found for this species - one of type A and seven of type B spermatogonia. As observed for other lower vertebrates species investigated, the GC nuclear, cytoplasmic and cellular volumes decreased strikingly from type A spermatogonia to spermatids. However, a small but significant increase in theleptotene/zygotene primary spermatocytes volume was observed. The SC nuclear diameter and volume were relatively stable in the spermatogonial and meiotic cysts (up to diplotene), increasing markedly thereafter until late spermatid. As expected, the number of GC per cyst increased dramatically from type A spermatogonia to early spermatids. Moreover, the number of SC increased gradually from type A to late type Bspermatogonial cysts, with further increase in the late meiotic phase (diplotene) of spermatogenesis, tending to stabilize thereafter. Apparently, the spermatogenic cysts frequencies reflected the duration of each of the three phases of spermatogenesis (previously estimated in our laboratory) where espermatogonial phase was much longerthan the two other phases. Although at a small magnitude and based on the GC counts, apoptosis seems to occur in all the three phases of spermatogenesis, resulting in the production of 50% of the spermatids theoretically expected. Similar to the findings related to the other parameters, the somatic cells proliferation ratios showed nosignificant differences among the six different regions evaluated. However, in relation to the proliferation rates of somatic cells associated or close to the different types of spermatogenic cysts, SC proliferation was preferentially associated with type B spermatogonia, suggesting an adequacy of the SC number to support the highly increase of GC numbers that occurs in this particular spermatogenic cysts. On the other hand, no clear trend was observed for the LC and PMC. Finally, besides characterizing more accurately the testis structure and function in bullfrogs, allowing comparison of these data with those obtained for other vertebrates species, we expect that the results found in the present study may be very useful in future research addressing the Lithobates catesbeianus as an experimental model.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRã touroCélula peritubular mióideSertoli, Células deBiologia celularEspermatogeneseespermatogêneseLithobates catesbeianusrã-touroespermatogôniacélula de Sertolicélula de Leydigcélula peritubular mióideAnálise estereológica e funcional do testículo de rãs-touro (Lithobates catesbeianus) sexualmente maduras, com ênfase na cinética espermatogonial, proliferação e número de células de sertoli por cisto espermatogênicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALluiz_henrique_de_castro_assis_disserta__o.pdfapplication/pdf7940506https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8M6JGR/1/luiz_henrique_de_castro_assis_disserta__o.pdfeb4887384fff36c15a6940c9b241a439MD51TEXTluiz_henrique_de_castro_assis_disserta__o.pdf.txtluiz_henrique_de_castro_assis_disserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain156338https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8M6JGR/2/luiz_henrique_de_castro_assis_disserta__o.pdf.txt3539f36d75e6cf2fe266c57745a53f95MD521843/BUOS-8M6JGR2019-11-14 15:27:34.615oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8M6JGRRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T18:27:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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