Competência clínica em pediatria: proposta de instrumentode avaliação discente no internato

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Megale
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7FWHJU
Resumo: A certificação de que o estudante graduado está apto a exercer a profissão com competência, é uma exigência da sociedade e responsabilidade da instituição formadora. Na educação médica, as competências envolvidas constituem, quase sempre, conhecimentose habilidades complexas, com inter-relações variadas entre os domínios, ao lado do desenvolvimento de valores éticos, atitudes e comportamentos, todos essenciais ao futuro exercício profissional. Portanto, a avaliação do estudante de medicina deve incluir uma diversidade de instrumentos voltados para aspectos específicos quepermitam identificar as áreas de desempenho que necessitam ser fortalecidas para garantir um atendimento de qualidade à população.Apesar do currículo do curso médico da UFMG, desde 1975, contemplar plenamente o desenvolvimento de competências para o exercício da profissão, paradoxalmente, o processo de avaliação prioriza os conteúdos cognitivos. A avaliação das habilidades clínicas é feita de maneira informal e individual por meio de notas de conceito, dada pelo professor ao final da disciplina, baseada, principalmente, no comportamento do estudante, sem critérios bem definidos, o que pode propiciar avaliações viciadas e influenciadas pelo efeito halo.A avaliação de competências clínicas é uma etapa essencial na formação do estudante de medicina e deve ser feita pela observação direta do desempenho em situação real O presente projeto tem como objetivo determinar a confiabilidade e a consistência interna de um instrumento para avaliação de competências, cujo formato é de umaobservação curta (15 a 20 minutos) feita por um preceptor/professor a um atendimento conduzido pelo estudante. Logo após o término da consulta o professor faz um breve retorno ao estudante (feedback), apontando as áreas em que esse foi bem avaliado e aquelas em que há necessidade de maior investimento. A avaliação de cada uma das competências entrevista, exame físico, qualidades humanísticas, raciocínio clínico, habilidades de orientação, organização e competência clínica geral é medida em uma escala de 1 a 9 sendo as notas de 1 a 3 consideradas como insuficientes, 4, 5 e 6 como suficientes e 7 a 9 como superiores. Não há em nosso meio nenhum estudo sistematizado sobre o Mini-Ex. Foram produzidos 12 vídeos mostrando o desempenho do estudante em atendimento à pacientes internados na Enfermaria de Pediatria e Unidade Neonatal do Hospital das Clínicas da UFMG. Vinte e quatro professores experientes do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, com média de 28 anos de docência,assistiram individualmente aos filmes, pontuando os componentes da competência no Mini-Ex. O coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,708 com intervalo de confiança de 95% e o Coeficiente Alfa de Cronbach variou entre 0,87 e 0,96 indicando boa confiabilidadedo instrumento. O escore de satisfação com o instrumento dos participantes foi de respectivamente 7,5 entre os professores e 8,3 para os estudantes. O Coeficiente de Correlação de Pearson entre o escore do Grau de Satisfação do Professor e o item Competência clínica geral mostrou-se elevado (R = 0,97) e altamente signficativo (valor p < 0,001).Os achados concordam com a literatura e recomendam o prosseguimento de estudos para a avaliação dos critérios de validade e exeqüibilidade.
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Portanto, a avaliação do estudante de medicina deve incluir uma diversidade de instrumentos voltados para aspectos específicos quepermitam identificar as áreas de desempenho que necessitam ser fortalecidas para garantir um atendimento de qualidade à população.Apesar do currículo do curso médico da UFMG, desde 1975, contemplar plenamente o desenvolvimento de competências para o exercício da profissão, paradoxalmente, o processo de avaliação prioriza os conteúdos cognitivos. A avaliação das habilidades clínicas é feita de maneira informal e individual por meio de notas de conceito, dada pelo professor ao final da disciplina, baseada, principalmente, no comportamento do estudante, sem critérios bem definidos, o que pode propiciar avaliações viciadas e influenciadas pelo efeito halo.A avaliação de competências clínicas é uma etapa essencial na formação do estudante de medicina e deve ser feita pela observação direta do desempenho em situação real O presente projeto tem como objetivo determinar a confiabilidade e a consistência interna de um instrumento para avaliação de competências, cujo formato é de umaobservação curta (15 a 20 minutos) feita por um preceptor/professor a um atendimento conduzido pelo estudante. Logo após o término da consulta o professor faz um breve retorno ao estudante (feedback), apontando as áreas em que esse foi bem avaliado e aquelas em que há necessidade de maior investimento. A avaliação de cada uma das competências entrevista, exame físico, qualidades humanísticas, raciocínio clínico, habilidades de orientação, organização e competência clínica geral é medida em uma escala de 1 a 9 sendo as notas de 1 a 3 consideradas como insuficientes, 4, 5 e 6 como suficientes e 7 a 9 como superiores. Não há em nosso meio nenhum estudo sistematizado sobre o Mini-Ex. Foram produzidos 12 vídeos mostrando o desempenho do estudante em atendimento à pacientes internados na Enfermaria de Pediatria e Unidade Neonatal do Hospital das Clínicas da UFMG. Vinte e quatro professores experientes do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, com média de 28 anos de docência,assistiram individualmente aos filmes, pontuando os componentes da competência no Mini-Ex. O coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,708 com intervalo de confiança de 95% e o Coeficiente Alfa de Cronbach variou entre 0,87 e 0,96 indicando boa confiabilidadedo instrumento. O escore de satisfação com o instrumento dos participantes foi de respectivamente 7,5 entre os professores e 8,3 para os estudantes. O Coeficiente de Correlação de Pearson entre o escore do Grau de Satisfação do Professor e o item Competência clínica geral mostrou-se elevado (R = 0,97) e altamente signficativo (valor p < 0,001).Os achados concordam com a literatura e recomendam o prosseguimento de estudos para a avaliação dos critérios de validade e exeqüibilidade.The certification that graduated students are able to work in their professional careers with total competence is not only the responsibility from the education institution but also a requirement from the society. In medical education, the envolved competences constitute most of the time knowledge and complex abilities with different inter-relations between the development of ethical values, attitudes and behavior, all of them, essential to the future of professional practice. Medical students evaluation, therefore, must include a variety of tools related to specific aspects to allow the identification of the areas that need to be improved, in order to offer the society, a high quality of service. Although the medical school at Federal University of M.G. has reached, since 1975, the necessary tools and competences for the professional development, the evaluation process still tends more to cognitive contents acquisition. Clinical skills evaluation is made in an informal and private process by the professor, at the end of, the discipline, mainly based on the student behavior without clear criteria, which may cause a wrong evaluation and may be influenced by the halo effect. The clinical competence evaluation is an essential step in the medicine student formation and must be done through the direct observation of students performance in real situation.The present project aims to determine reliability and internal consistence of a tool to evaluate competences, in which a short observation (15 to 20 minutes) is done by a professor in the moment the student is working with a patient. After the end of the observation, the professor provides the student the feedback, showing the areas in which his performance was good and the ones he needs to improve. The evaluation of each competence: interview, physical exams, humanistic qualities, clinical judgement, skills for orientation, organization and general clinicalcompetence will be ranged in a scale from 1 to to 9, where 1, 2 and 3 are considered insuficient or insatisfactory, 4, 5 and 6, sufficient and 7 to 9 superior 12 videos were produced showing the students performance in helping inpatients at Pedriatic Nursery and Neonatal Care at the Clinical Hospital of UFMG, Brazil. These videos were watched, one by one, by 24 expert professors from the Pedriatic Department of Medical Faculty, of Minas Gerais, all of them with 28 years of experience and they ranged the Mini Clinical Evalulation Exercice (Mini-Cex) in competence components. The Intra Class Correlation Coefficient (ICC) was 0,708 with a reliableinterval of 95%, and the Cronbachs alfa Coefficient had a variation between 0,87 to 0,96 indicating good reliability and internal consistency of the instrument. The initial data suggests that Mini-Cex is a reliable tool and the studies must continue to determine its validity and feasibility.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEstudante de medicinaEducação médicaEducação de graduação em medicinaPrática profissionalCompetencia clinicaAvaliação educacionalPediatriaEstudante de medicinaFormação profissionalAvaliaçãoEducação médicaCompetência clínicaPrática profissionalMedicinaEstudo e ensinoMédicosCompetência clínica em pediatria: proposta de instrumentode avaliação discente no internatoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALluiz_megale.pdfapplication/pdf341164https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7FWHJU/1/luiz_megale.pdfdf1c6d9f73e3035e3dd20ee092cf7642MD51TEXTluiz_megale.pdf.txtluiz_megale.pdf.txtExtracted texttext/plain164763https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7FWHJU/2/luiz_megale.pdf.txtbccb60e7224d7e34365a053d1a1f0f24MD521843/ECJS-7FWHJU2019-11-14 05:50:51.046oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7FWHJURepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:50:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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