Trabalho doméstico, relações de gênero e educação: um estudo com educandas/os da EJA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AU8KPD |
Resumo: | Esta pesquisa desenvolveu-se com estudantes da EJA que atuavam como trabalhadores domésticos. Buscamos analisar as relações de gênero construídas e vivenciadas por estes trabalhadores e compreender como se dava a interpretação de atribuições muitasvezes destinadas a mulheres e aparentemente aceitas como algo natural, nos discursos dos participantes deste estudo, que em alguns casos são mãe, pai, filha, filho, esposa, dona de casa, trabalhador/trabalhadora doméstico(a). Para isso utilizamos, para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas. A pesquisa surge quando constatamos que a infrequência às aulas da EJA, por parte das mulheres é superior à dos homens e, descobrimos que a causa deste fenômeno consiste no fato de trabalharem como empregadas domésticas e muitas residirem no local de trabalho. Partimos da hipótese de que nos grupos sociais que correspondem a estudantes da EJA, ocorre a naturalização de funções e a atribuição de exclusiva responsabilidade às mulheres no que diz respeito às tarefas de cuidado, ou tarefas domésticas. Verificamos que, praticamente todos ossujeitos pesquisados encaram o direcionamento de meninas e mulheres para as atribuições domésticas e de cuidado como algo natural. Vimos que a situação de miserabilidade em que nasceram e cresceram e a ausência de acesso a políticas públicas que as atendessem adequadamente é o que fez com que essas pessoas integrassem no mundo do trabalho ainda na infância.Percebemos, nas entrevistas, que o cansaço decorrente da extensão da jornada de trabalho situa-se em seus discursos como a maior dificuldade apontada para permanecerem na escola. Concluímos, dentre outras coisas, que o processo de inferiorização de mulheres negras se mantém ao longo da história como resultado de herança cultural e faz com que situações de exploração de mão de obra doméstica sejam tratadas com certa naturalidade por empregados e empregadores. |
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Carmem Lucia EitererAntonia Vitoria Soares AranhaHeli Sabino de OliveiraRogerio Cunha de CamposMaria Nilza da SilvaFernanda Aparecida Oliveira Rodrigues SilvaLudimila Correa Bastos2019-08-11T06:36:05Z2019-08-11T06:36:05Z2017-08-28http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AU8KPDEsta pesquisa desenvolveu-se com estudantes da EJA que atuavam como trabalhadores domésticos. Buscamos analisar as relações de gênero construídas e vivenciadas por estes trabalhadores e compreender como se dava a interpretação de atribuições muitasvezes destinadas a mulheres e aparentemente aceitas como algo natural, nos discursos dos participantes deste estudo, que em alguns casos são mãe, pai, filha, filho, esposa, dona de casa, trabalhador/trabalhadora doméstico(a). Para isso utilizamos, para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas. A pesquisa surge quando constatamos que a infrequência às aulas da EJA, por parte das mulheres é superior à dos homens e, descobrimos que a causa deste fenômeno consiste no fato de trabalharem como empregadas domésticas e muitas residirem no local de trabalho. Partimos da hipótese de que nos grupos sociais que correspondem a estudantes da EJA, ocorre a naturalização de funções e a atribuição de exclusiva responsabilidade às mulheres no que diz respeito às tarefas de cuidado, ou tarefas domésticas. Verificamos que, praticamente todos ossujeitos pesquisados encaram o direcionamento de meninas e mulheres para as atribuições domésticas e de cuidado como algo natural. Vimos que a situação de miserabilidade em que nasceram e cresceram e a ausência de acesso a políticas públicas que as atendessem adequadamente é o que fez com que essas pessoas integrassem no mundo do trabalho ainda na infância.Percebemos, nas entrevistas, que o cansaço decorrente da extensão da jornada de trabalho situa-se em seus discursos como a maior dificuldade apontada para permanecerem na escola. Concluímos, dentre outras coisas, que o processo de inferiorização de mulheres negras se mantém ao longo da história como resultado de herança cultural e faz com que situações de exploração de mão de obra doméstica sejam tratadas com certa naturalidade por empregados e empregadores.Esta investigación se desarrolló con estudiantes de la EJA que actuaban como trabajadores domésticos. Buscamos analizar las relaciones de género construídas y vivenciadas por trabajadores domésticos y comprender cómo se daba la interpretación de atribuciones muchas veces destinadas a mujeres y aparentemente aceptadas como algo natural en los discursos de los participantes de este estudio que en algunos casos son madre, padre, hija, hijo, esposa, ama de casa, trabajador / trabajadora doméstica (a). Para ello, utilizamos para la recolección de datos, entrevistas semiestructuradas. La investigación surge cuando constatamos que la infrecuencia a las clases, en la EJA, por parte de las mujeres es superior a la de los hombres y, descubrimos que la causa de este fenómeno consistía en el hecho de trabajar como empleadas domésticas y muchas viveren en el lugar de trabajo. Se trabajó con la hipótesis de que en los grupos sociales que corresponden a los estudiantes de la EJA, ocurre la naturalización de funciones y la atribución de exclusiva responsabilidad a las mujeres en lo que se refiere a las tareas de cuidado, o tareas domésticas. Verificamos que prácticamente todos los investigadosencaran el direccionamiento de niñas y mujeres para las tareas domésticas y de cuidado como algo natural. Hemos visto que la situación de miserabilidad en que nacieron y crecieron y la ausencia de acceso a políticas públicas que los atendiera adecuadamente es lo que hizo que esas personas integrar el mundo del trabajo aún en la infancia. En las entrevistas, percibimos que el cansancio derivado de la extensión de la jornada de trabajo se sitúa en sus discursos como la mayor dificultad apuntada para permanecer en la escuela. Concluimos, entre otras cosas, que el proceso de inferiorización de mujeres negras se mantiene a lo largo de la historia como resultado de herencia cultural y hace que situaciones de explotación de mano de obra doméstica sea tratada con cierta naturalidad por empleados y empleadores.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGêneros Aspectos sociaisTrabalhadores EducaçãoTrabalhadores Condições sociaisTrabalho femininoEducação de adultosGêneroTrabalho domésticoEjaTrabalho doméstico, relações de gênero e educação: um estudo com educandas/os da EJAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_vers_o_final_ludimila_correa_bastos.pdfapplication/pdf1566265https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AU8KPD/1/tese_vers_o_final_ludimila_correa_bastos.pdfd90140d4b833141d76bda546f5503414MD51TEXTtese_vers_o_final_ludimila_correa_bastos.pdf.txttese_vers_o_final_ludimila_correa_bastos.pdf.txtExtracted texttext/plain473669https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AU8KPD/2/tese_vers_o_final_ludimila_correa_bastos.pdf.txtc6b8fffa35f89a053163ad494ff148a2MD521843/BUOS-AU8KPD2019-11-14 08:14:58.89oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AU8KPDRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:14:58Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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