Avaliação do tratamento com Akkermansia muciniphila BAA-835 da mucosite induzida por quimioterapia em camundongos

• Autor(a) principal: Ramon de Oliveira Souza
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/54234
• topic: Probiótico; Akkermansia muciniphila; Mucosite intestinal; Câncer; Microbiologia; Probióticos; Mucosite; Neoplasias

O 5-Fluouracil (5-FU) é um quimioterápico amplamente utilizado para diferentes tipos de câncer. Devido a não seletividade deste fármaco, diferentes efeitos colaterais podem surgir em pacientes em terapia, como por exemplo, a mucosite intestinal. Esta condição é caracterizada pela inflamação e ulceração da mucosa gastrointestinal e até o momento não existem tratamentos curativos, mas apenas intervenções paliativas que buscam melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O uso de probióticos tem sido considerado uma importante estratégia terapêutica para o tratamento da mucosite, e a bactéria Akkermansia muciniphila tem se destacado devido a suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito probiótico de A. muciniphila BAA 835 em modelo murino de mucosite intestinal induzida por 5-FU. Inicialmente, avaliou-se o efeito dose-resposta, a viabilidade bacteriana e o melhor protocolo de tratamento. Posteriormente, foram analisados os demais parâmetros clínicos, microbiológicos, imunológicos, histológicos e fisiológicos. Para isso, foram utilizados camundongos Balb/c com mucosite induzida com 5-FU (300 mg/Kg), em dose única, via intraperitoneal. Nossos resultados sugerem que a melhor dose do probiótico foi de 109 UFC, em sua forma viável, sob protocolo preventivo, já que nestas condições constatou-se atenuação da perda de peso e redução do comprimento intestinal, além da diminuição dos níveis de MPO e EPO no tecido. Seguindo este protocolo de tratamento, não foram observadas diferenças estatísticas no consumo alimentar dos animais tratados, contudo, houve uma melhora significativa dos parâmetros clínicos mensurados por meio do índice de atividade diária da doença (DAI). O probiótico também melhorou a integridade da barreira epitelial, diminuindo a permeabilidade intestinal e a translocação bacteriana, além de contribuir para a preservação da arquitetura do intestino, e atenuação da perda de células caliciformes. A. muciniphila também contribuiu para diminuição dos níveis de enterobactérias no intestino e expansão de bactérias ácido lácticas. Além disso, foi demonstrado aumento significativo nos níveis de sIgA, linfócitos circulantes, citocina IL10, e redução de IL6, IL1β, TNF, neutrófilos circulantes, hidroperóxidos e da enzima superóxido dismutase no tecido. Portanto, a administração oral de A. muciniphila foi capaz de atenuar os danos causados pela mucosite induzida por 5-FU.