Avaliação do gerenciamento dos resíduos de medicamentos domiciliares no município de Belo Horizonte/MG

• Autor(a) principal: Luciana Alves Rodrigues Macedo
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AAHHHH
• topic: Meio ambiente e Recursos hídricos; Saneamento; Meio ambiente; Medicamentos; Residuos; Engenharia sanitária

A crescente aquisição de medicamentos pela população nas farmácias e drogarias tem favorecido a geração de seus resíduos nos domicílios, os quais compreendem as sobras de medicamentos vencidos ou em desuso, incluindo suas embalagens. Em decorrência da inexistência de uma regulamentação específica para o seu gerenciamento, as práticas inadequadas de descarte têm contribuído para o aumento do aporte dos fármacos no meio ambiente e, consequentemente, dos riscos à saúde humana e à qualidade ambiental. No Brasil, está sendo proposta a implementação da logística reversa no intuito de coletar e restituir os resíduos de medicamentos domiciliares (RMD) ao setor empresarial para destinação final ambientalmente adequada conforme preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). O objetivo deste estudo consistiu em identificar e avaliar o gerenciamento dos RMD no município de Belo Horizonte utilizando-se de metodologias de natureza quantitativa e qualitativa. Para isso, realizou-se a estimativa da geração dos resíduos no Município, analisando a abrangência dos pontos de entrega e o potencial de recolhimento. Também foi realizada a avaliação do sistema de recolhimento estabelecido por iniciativa de uma rede de drogarias e a identificação das percepções dos agentes envolvidos na cadeia farmacêutica (indústria, importadores, distribuidores, farmácias e drogarias), incluindo empresas de gerenciamento de resíduos e órgãos gestores do governo, quanto à implementação do sistema de logística reversa dos medicamentos. Os resultados revelaram uma correlação direta entre o poder aquisitivo da população e as características de desenvolvimento das regiões do Município em relação às quantidades de resíduos de medicamento geradas estimadas no presente estudo na faixa de 182.887 a 315.895 kg/ano. Verificou-se que Belo Horizonte apresenta capacidade de recolhimento a essa demanda de geração considerando a participação de todas as farmácias e drogarias como pontos de entrega. O sistema existente no Município apresenta-se como um meio eficiente, com menores riscos para os agentes envolvidos, promovendo o fluxo reverso dos medicamentos para o encaminhamento à destinação final adequada. Contudo sua abrangência ainda é limitada de forma a promover uma cobertura geográfica eficiente no Município. Os agentes integrantes da cadeia farmacêutica apontaram a expectativa pela implementação de uma regulamentação que determine os requisitos para o gerenciamento dos resíduos, sendo os principais desafios apontados a atribuição sobre os custos de implantação e manutenção do sistema e a definição das responsabilidades de forma compartilhada entre os envolvidos.