O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gregório Grama Cavalcante
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/57469
Resumo: A asma é uma doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas. Consiste na obstrução reversível dos brônquios e inflamação do parênquima pulmonar. O uso frequente de antimicrobianos é capaz causar disbiose, podendo estar implicada em alterações na resposta imunológica na doença asmática. Para investigar esse possível impacto, camundongos BALB/cAnNCrl com 21 dias de vida foram tratados com amoxicilina, trimetoprima/sulfametoxazol, azitromicina, metronidazol em doses terapêuticas por 3 ciclos de 7 dias (3 dias para azitromicina) com um período de 7 dias para recuperação. Um grupo recebeu apenas água durante todo o experimento como controle não tratado. Paralelamente, os animais foram sensibilizados i.p com OVA+Alum para desenvolverem alergia, enquanto alguns animais receberam apenas Alum como controle não alérgico. Após o término do período de recuperação, os animais foram desafiados com OVA aerosolisada para indução de asma. Quarenta e oito horas depois do último desafio, os animais foram sacrificados e os parâmetros pulmonares foram avaliados e soro, pulmão e BAL coletados para posteriores análises. Fezes coletadas durante diferentes pontos dos tratamentos e o BAL coletado durante o sacrifício tiverem DNA extraído e sequenciados para caracterização da microbiota através do gene bacteriano RNAr 16s. Os animais asmáticos tratados com amoxicilina e trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram elevação da hiperreatividade pulmonar, níveis reduzidos de IgG1 no soro e maiores níveis de IL-4 e IL-6 no lavado broncoalveolar quando comparados ao grupo asmático tratado com água. Os animais asmáticos tratados com azitromicina e metronidazol apresentaram o parâmetro FEV-50 preservado e menor nível de inflamação tecidual quando comparados aos animais asmáticos tratados com água. O grupo tratado com metronidazol também apresentou maiores níveis de IgG1 sérica. Em relação ao microbioma, os animais tratados com amoxicilina ou trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram uma maior alfa diversidade, diversidade bacteriana no BAL em relação ao grupo controle alérgico. Embora a microbiota intestinal regenere-se a um padrão igual ao grupo controle não tratado (com exceção do grupo azitromicina), nota-se a presença de “cicatrizes” microbiológicas mesmo após o período de recuperação, com destaque para as bactérias Blautia coccoides e Akkermansia muciniphila para os grupos tratados com azitromicina e metronidazol, respectivamente. Até o presente momento, este é o primeiro trabalho de intervenção realizado com antimicrobianos em doses terapêuticas que demonstra uma alteração da resposta imunológica causada por esses medicamentos na asma alérgica.
id UFMG_575e65cce5d184fa16258408b92a7740
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/57469
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Helton da Costa Santiagohttp://lattes.cnpq.br/5170293352882261Paula Prazeres MagalhãesLaura Maria de Lima Belizario Facury LasmarAngélica Thomaz VieiraPaula Prazeres MagalhãesHelton da Costa Santiagohttp://lattes.cnpq.br/5132317641444159Gregório Grama Cavalcante2023-08-04T16:01:00Z2023-08-04T16:01:00Z2018-02-28http://hdl.handle.net/1843/57469A asma é uma doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas. Consiste na obstrução reversível dos brônquios e inflamação do parênquima pulmonar. O uso frequente de antimicrobianos é capaz causar disbiose, podendo estar implicada em alterações na resposta imunológica na doença asmática. Para investigar esse possível impacto, camundongos BALB/cAnNCrl com 21 dias de vida foram tratados com amoxicilina, trimetoprima/sulfametoxazol, azitromicina, metronidazol em doses terapêuticas por 3 ciclos de 7 dias (3 dias para azitromicina) com um período de 7 dias para recuperação. Um grupo recebeu apenas água durante todo o experimento como controle não tratado. Paralelamente, os animais foram sensibilizados i.p com OVA+Alum para desenvolverem alergia, enquanto alguns animais receberam apenas Alum como controle não alérgico. Após o término do período de recuperação, os animais foram desafiados com OVA aerosolisada para indução de asma. Quarenta e oito horas depois do último desafio, os animais foram sacrificados e os parâmetros pulmonares foram avaliados e soro, pulmão e BAL coletados para posteriores análises. Fezes coletadas durante diferentes pontos dos tratamentos e o BAL coletado durante o sacrifício tiverem DNA extraído e sequenciados para caracterização da microbiota através do gene bacteriano RNAr 16s. Os animais asmáticos tratados com amoxicilina e trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram elevação da hiperreatividade pulmonar, níveis reduzidos de IgG1 no soro e maiores níveis de IL-4 e IL-6 no lavado broncoalveolar quando comparados ao grupo asmático tratado com água. Os animais asmáticos tratados com azitromicina e metronidazol apresentaram o parâmetro FEV-50 preservado e menor nível de inflamação tecidual quando comparados aos animais asmáticos tratados com água. O grupo tratado com metronidazol também apresentou maiores níveis de IgG1 sérica. Em relação ao microbioma, os animais tratados com amoxicilina ou trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram uma maior alfa diversidade, diversidade bacteriana no BAL em relação ao grupo controle alérgico. Embora a microbiota intestinal regenere-se a um padrão igual ao grupo controle não tratado (com exceção do grupo azitromicina), nota-se a presença de “cicatrizes” microbiológicas mesmo após o período de recuperação, com destaque para as bactérias Blautia coccoides e Akkermansia muciniphila para os grupos tratados com azitromicina e metronidazol, respectivamente. Até o presente momento, este é o primeiro trabalho de intervenção realizado com antimicrobianos em doses terapêuticas que demonstra uma alteração da resposta imunológica causada por esses medicamentos na asma alérgica.Asthma is a disease that affects about 300 million people. It consists of reversible bronchial obstruction and inflammation of the pulmonary parenchyma. Frequent use of antimicrobials could cause dysbiosis and may be implicated in changes in the immune response in the asthmatic disease. To investigate this potential impact, 21-day old BALB/cAnNCrl mice were treated with amoxicillin, trimethoprim/sulfamethoxazole, azithromycin or metronidazole at therapeutic doses for 3 cycles of 7 days (3 days for azithromycin) with a 7-day recovery period. One group received only water throughout the experiment as untreated control group. In parallel, the mice were sensitized i.p with OVA + Alum to develop allergy, while some animals received only Alum as non-allergic controls. After the end of the recovery period, the mice were challenged with aerosolized OVA for asthma induction. Forty-eight hours after the last challenge, the animals were sacrificed and the lung parameters were evaluated and serum, lung and BAL were collected for further analysis. Feces collected during different treatment points and BAL collected during the sacrifice had their DNA extracted and sequenced to characterize the microbiota targeting the bacterial RNAr 16s gene. Asthmatic mice treated with amoxicillin and trimethoprim/sulfamethoxazole showed increased pulmonary hyperreactivity, reduced levels of serum IgG1 and higher levels of IL-4 and IL-6 in bronchoalveolar lavage compared to the asthmatic group treated with regular water. Asthmatic mice treated with azithromycin and metronidazole had a preserved FEV-50 parameter and a lower level of tissue inflammation when compared to the asthmatic animals treated with water. The metronidazole group also had higher levels of serum IgG1. Regarding the microbiome, the animals treated with amoxicillin or trimethoprim/sulfamethoxazole had a greater bacterial alpha diversity in the BAL when compared to the allergic control group. Although the intestinal microbiota recovers itself and becomes similar to the untreated control group (with the exception of the azithromycin group), the presence of microbiological "scars" are observed even after the recovery period, especially the enrichment of bacteria Blautia coccoides and Akkermansia muciniphila for the groups treated with azithromycin and metronidazole, respectively. To date, this is the first antimicrobial intervention performed at therapeutic doses demonstrating a change in the immune response caused by these drugs in allergic asthma.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Bioquímica e ImunologiaUFMGBrasilAsmamicrobiotaAntibióticosDisbioseO uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimentalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação depósito 1.pdfDissertação depósito 1.pdfdissertaçãoapplication/pdf3752220https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57469/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20dep%c3%b3sito%201.pdf652d8e53561a54959f252e65a1659401MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57469/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/574692023-08-04 13:01:01.303oai:repositorio.ufmg.br:1843/57469TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-08-04T16:01:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
title O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
spellingShingle O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
Gregório Grama Cavalcante
Asma
microbiota
Antibióticos
Disbiose
title_short O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
title_full O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
title_fullStr O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
title_full_unstemmed O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
title_sort O uso de antibióticos e seu impacto na microbiota: efeitos na asma alérgica experimental
author Gregório Grama Cavalcante
author_facet Gregório Grama Cavalcante
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Helton da Costa Santiago
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5170293352882261
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Paula Prazeres Magalhães
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Laura Maria de Lima Belizario Facury Lasmar
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Angélica Thomaz Vieira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Paula Prazeres Magalhães
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Helton da Costa Santiago
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5132317641444159
dc.contributor.author.fl_str_mv Gregório Grama Cavalcante
contributor_str_mv Helton da Costa Santiago
Paula Prazeres Magalhães
Laura Maria de Lima Belizario Facury Lasmar
Angélica Thomaz Vieira
Paula Prazeres Magalhães
Helton da Costa Santiago
dc.subject.por.fl_str_mv Asma
microbiota
Antibióticos
Disbiose
topic Asma
microbiota
Antibióticos
Disbiose
description A asma é uma doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas. Consiste na obstrução reversível dos brônquios e inflamação do parênquima pulmonar. O uso frequente de antimicrobianos é capaz causar disbiose, podendo estar implicada em alterações na resposta imunológica na doença asmática. Para investigar esse possível impacto, camundongos BALB/cAnNCrl com 21 dias de vida foram tratados com amoxicilina, trimetoprima/sulfametoxazol, azitromicina, metronidazol em doses terapêuticas por 3 ciclos de 7 dias (3 dias para azitromicina) com um período de 7 dias para recuperação. Um grupo recebeu apenas água durante todo o experimento como controle não tratado. Paralelamente, os animais foram sensibilizados i.p com OVA+Alum para desenvolverem alergia, enquanto alguns animais receberam apenas Alum como controle não alérgico. Após o término do período de recuperação, os animais foram desafiados com OVA aerosolisada para indução de asma. Quarenta e oito horas depois do último desafio, os animais foram sacrificados e os parâmetros pulmonares foram avaliados e soro, pulmão e BAL coletados para posteriores análises. Fezes coletadas durante diferentes pontos dos tratamentos e o BAL coletado durante o sacrifício tiverem DNA extraído e sequenciados para caracterização da microbiota através do gene bacteriano RNAr 16s. Os animais asmáticos tratados com amoxicilina e trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram elevação da hiperreatividade pulmonar, níveis reduzidos de IgG1 no soro e maiores níveis de IL-4 e IL-6 no lavado broncoalveolar quando comparados ao grupo asmático tratado com água. Os animais asmáticos tratados com azitromicina e metronidazol apresentaram o parâmetro FEV-50 preservado e menor nível de inflamação tecidual quando comparados aos animais asmáticos tratados com água. O grupo tratado com metronidazol também apresentou maiores níveis de IgG1 sérica. Em relação ao microbioma, os animais tratados com amoxicilina ou trimetoprima/sulfametoxazol apresentaram uma maior alfa diversidade, diversidade bacteriana no BAL em relação ao grupo controle alérgico. Embora a microbiota intestinal regenere-se a um padrão igual ao grupo controle não tratado (com exceção do grupo azitromicina), nota-se a presença de “cicatrizes” microbiológicas mesmo após o período de recuperação, com destaque para as bactérias Blautia coccoides e Akkermansia muciniphila para os grupos tratados com azitromicina e metronidazol, respectivamente. Até o presente momento, este é o primeiro trabalho de intervenção realizado com antimicrobianos em doses terapêuticas que demonstra uma alteração da resposta imunológica causada por esses medicamentos na asma alérgica.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-02-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-08-04T16:01:00Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-08-04T16:01:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/57469
url http://hdl.handle.net/1843/57469
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Imunologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57469/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20dep%c3%b3sito%201.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/57469/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 652d8e53561a54959f252e65a1659401
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589291019862016