Gênero, família e relações étnico-raciais: um estudo sobre mulheres pardas e provedoras, e as relações que estabelecem com a educação de seus filhos e filhas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tania Aretuza Ambrizi Gebara
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JGGG5
Resumo: Esta pesquisa busca compreender a relação estabelecida entre famílias conduzidas por mulheres provedoras negras (pretas e pardas) pertencentes às camadas populares e o processo de educação de seus filhos e filhas. Procura, ainda, entender e identificar as estratégias elaboradas por essas mulheres nas suas vivências com duas instâncias socializadoras: a família e a escola. Interessa também a essa investigação focalizar os pontos de vista desses sujeitos e como estabelecem, vêem e conduzem a educação de suas crianças. Um dos desafios desse estudo é ampliar o campo de análise da relação família e escola, estabelecendo uma interlocução com as relações sociais de raça e gênero. São sujeitos dessa pesquisa famílias, de camadas populares, representadas por mulheres negras (pretas e pardas), mães de alunos (as) matriculados (as) no 1º Ciclo de Formação Humana, da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte, e seus/suas filhos (as) crianças pardas e brancas, na faixa etária entre 7 e 8 anos. Optou-se por uma abordagem qualitativa, desenvolvendo um estudo com as mulheres a partir de observações, de conversas informais, de entrevistas em profundidade e análise documental. No caso das crianças, as observações e conversas informais foram feitas também a partir de suas produções culturais: brincadeiras, jogos e desenhos, elementos centrais para compreensão dos significados que as crianças atribuem à sua vivência na escola e na família. A pesquisa foi realizada em duas fases. Na fase 1, exploratória, com duração de 4 meses, foram selecionadas a escola, as mães e as crianças. Foi, portanto, por meio da escola que se chegou às mulheres e às crianças selecionadas. Na fase 2, o trabalho de campo, com duração de 6 meses, foram acompanhadas três famílias em diversos espaços de sua vida cotidiana, tais como os finais de semanas, festas familiares, trabalho, eventos no bairro, na escola, na igreja, etc. As mulheres pesquisadas possuem um perfil específico, vivenciam diferentes desigualdades sociais, sendo necessário um esforço teórico-metodológico para a compreensão das dinâmicas e consequências de diferentes eixos de subordinação experimentados por elas. A compreensão desse cenário, combinada às especificidades de focalizar mulheres responsáveis por famílias com filhos e sem cônjuge, a partir de uma perspectiva de análise interseccional, envolvendo as categorias analíticas de gênero, raça e classe, foi o nosso desafio. Os dados colhidos e analisados permitem concluir que as formas como as mulheres pesquisadas constroem suas identidades e colaboram nos processos educativos dos filhos, do ponto de vista étnico-racial e de gênero fazem parte de um cenário complexo, que não poderia ser traduzido senão por uma imagem em movimento, ou seja, ora as mulheres indagam um lugar de negatividade, ora reforçam discursos e posturas estereotipadas e ora há momentos que se observa uma ruptura, uma tentativa de produzir outras imagens de si mesmas e dos/as filhos/as, construindo perspectivas positivas de futuro para as crianças.
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São sujeitos dessa pesquisa famílias, de camadas populares, representadas por mulheres negras (pretas e pardas), mães de alunos (as) matriculados (as) no 1º Ciclo de Formação Humana, da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte, e seus/suas filhos (as) crianças pardas e brancas, na faixa etária entre 7 e 8 anos. Optou-se por uma abordagem qualitativa, desenvolvendo um estudo com as mulheres a partir de observações, de conversas informais, de entrevistas em profundidade e análise documental. No caso das crianças, as observações e conversas informais foram feitas também a partir de suas produções culturais: brincadeiras, jogos e desenhos, elementos centrais para compreensão dos significados que as crianças atribuem à sua vivência na escola e na família. A pesquisa foi realizada em duas fases. Na fase 1, exploratória, com duração de 4 meses, foram selecionadas a escola, as mães e as crianças. Foi, portanto, por meio da escola que se chegou às mulheres e às crianças selecionadas. Na fase 2, o trabalho de campo, com duração de 6 meses, foram acompanhadas três famílias em diversos espaços de sua vida cotidiana, tais como os finais de semanas, festas familiares, trabalho, eventos no bairro, na escola, na igreja, etc. As mulheres pesquisadas possuem um perfil específico, vivenciam diferentes desigualdades sociais, sendo necessário um esforço teórico-metodológico para a compreensão das dinâmicas e consequências de diferentes eixos de subordinação experimentados por elas. A compreensão desse cenário, combinada às especificidades de focalizar mulheres responsáveis por famílias com filhos e sem cônjuge, a partir de uma perspectiva de análise interseccional, envolvendo as categorias analíticas de gênero, raça e classe, foi o nosso desafio. Os dados colhidos e analisados permitem concluir que as formas como as mulheres pesquisadas constroem suas identidades e colaboram nos processos educativos dos filhos, do ponto de vista étnico-racial e de gênero fazem parte de um cenário complexo, que não poderia ser traduzido senão por uma imagem em movimento, ou seja, ora as mulheres indagam um lugar de negatividade, ora reforçam discursos e posturas estereotipadas e ora há momentos que se observa uma ruptura, uma tentativa de produzir outras imagens de si mesmas e dos/as filhos/as, construindo perspectivas positivas de futuro para as crianças.The present study sought to understand the relationship set between families conducted by black provider women (black and brown), belonging to the popular class and the process of education of their children. It also seeks to understand and identify the strategies created by those women on their experiences with two socializing instances, namely: family and school. We are also interested in focusing the point of view of those subjects and to the manner they set, see and conduct the education of their children. On of the challenges of that study is expanding the field of analysis of the relationship family-school, setting up an interlocution with race and gender social relationships. The subjects of the research are low class families, represented by black women (black and brown), the mother of students enrolled on the first Cycle of Human Formation of the Municipal Education System of Belo Horizonte, Minas Gerais, and their children - black and white ranging from 7 to 8 years old. We chose a qualitative approach, carrying out a study with the women from the observations, informal talking, in-depth interviews and documental analysis. On the children's case, the observations and informal talking were also done from their cultural productions: play, games and drawing, central elements for comprehending the meanings the children assign to their experience at school and in family. The research was carried out in two stages: On the first stage, of exploratory nature, lasting four months, we selected the school, the mothers and the children. Thus, it was through the school that we came to the women and children selected. On the second stage, the fieldwork, lasting six months, three families were followed through several spaces of their daily lives, such as on the weekend activities, family parties, workplace, neighborhood, school and church events, etc. The women researched have a specific profile, they experience different social inequalities, therefore being necessary a theoretical-methodological effort to comprehend the dynamics and consequences of different axis of subordination lived by them. Understanding this scenario, combined with the specificities of focusing single women responsible for their families livelihoods, from an intersectional analysis perspective, involving the analytical categories of gender, race and class, was our challenge. The data gathered and analyzed allowed for concluding that the ways the investigated women construct their identities and collaborate on their children's education processes, from ethnical-racial and gender perspective are part of a complex scenario, that could not be translated other than by a moving image, i.e., sometimes those women inquire a negativity place, sometimes they reinforce stereotyped discourses and attitudes, and sometimes we can observe a rupture, an attempt to produce other images of themselves and of their children, constructing positive perspective of future for their boys and girls.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGLar e escola  Sociologia educacional  Educação Participação dos paisRelações étnicas Mães trabalhadoras  FamíliaRelações de gêneroRelações Étnico-raciaisGêneroFamíliaGênero, família e relações étnico-raciais: um estudo sobre mulheres pardas e provedoras, e as relações que estabelecem com a educação de seus filhos e filhasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_t_nia_vers_o_final_mar_o_de_2014.pdfapplication/pdf2779621https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JGGG5/1/tese_t_nia_vers_o_final_mar_o_de_2014.pdfa7f2a8cbb128f75bf59b38e8d1f38afaMD51TEXTtese_t_nia_vers_o_final_mar_o_de_2014.pdf.txttese_t_nia_vers_o_final_mar_o_de_2014.pdf.txtExtracted texttext/plain877938https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JGGG5/2/tese_t_nia_vers_o_final_mar_o_de_2014.pdf.txtc0d4f6aaf749a2df28659fb830b4c801MD521843/BUOS-9JGGG52019-11-14 14:49:36.953oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9JGGG5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T17:49:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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