Polêmicas em Ciências Humanas: estratégias de trabalho para reeducação das relações étnico-raciais com crianças pequenas

• Autor(a) principal: Tânia Aretuza Ambrizi Gebara
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38416; https://orcid.org/ 0000-0002-4646-3460
• topic: Educação e diversidade; Relações étnico-raciais; FEBRAT; Ciências humanas; Educação; Ciências sociais; Relações raciais

A ciência historicamente sempre foi utilizada como um discurso objetivo da verdade, que se por um lado propiciou os diversos avanços e melhorias na qualidade de vida que hoje somos testemunhas, por outro, no entanto, ela justificou diversas atrocidades, sendo um caso notório as ações praticadas contra a população negra. Essa temática é polêmica e desafiadora, sendo sua abordagem necessária não apenas para se refletir sobre os direcionamentos da atual ciência, mas para promover uma educação para as relações étnico-raciais, desde a infância. No Brasil, a naturalização do preconceito e da discriminação racial contribui muitas vezes para a invisibilidade da violência exercida sobre a população negra. Isso acontece em decorrência do mito da democracia racial em certos aspectos funcionar como um véu sobre a questão racial, auxiliando no mascaramento da realidade. Mesmo com o fim do mito, ao se provar através de estudos das relações sociais, a existência de desigualdades em todos os setores marcadamente raciais, parece que o mito continua operando, produzindo até hoje a ideia de uma sociedade de iguais oportunidades, sem distinção de cor. Na educação, pesquisas sobre as relações raciais têm demonstrado integrantes do contexto escolar, muitas vezes negando a existência de atitudes discriminatórias, evidenciando ausência de percepção dos conflitos raciais. Assim, os estudos sobre preconceito e discriminação racial na educação têm revelado problemáticas de um cotidiano em que o racismo está presente, evidenciado de forma explícita e implícita, naturalizada ou sutil, estruturando um quadro social que privilegia a cultura branca, a partir de várias formas de veiculação de estereótipos negativos em relação à cor/raça dos alunos negros.