Mieloma múltiplo: estudo prognóstico e verificação do conhecimento da doença em médicos que atuam na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roberta Oliveira de Paula e Silva
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7GKPEM
Resumo: Foi realizado um estudo de coorte não concorrente, com o objetivo de levantar características clínicas e laboratoriais dos pacientes portadores de MM ao diagnóstico e correlacioná-las com à sobrevida. Foram estudados 101 pacientes do ambulatório de Doenças Linfoproliferativas do Serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG) que receberam diagnóstico de MM no período de abril de 1994 a 31 de outubro de 2006. Os pacientes foram acompanhados até maio de 2007. Verificou-se também o conhecimento clínico sobre a doença dos médicos que atuam nas 137 unidades básicas da Atenção Primária à Saúde (APS) de Belo Horizonte por meio da aplicação de um teste de múltipla escolha. A mediana de idade dos pacientes foi de 63 anos de idade, 47,5% eram homens e 52,5% mulheres, sendo 50,6% brancos, 33,3% negros e 16,1% pardos. As manifestações clínicasmais comuns foram: dor óssea (83,2%), fraqueza (70,3%) e perda de peso (40,6%). A radiografia convencional de esqueleto mostrou alterações em 83,8% dos casos. Em relação ao sistema de estadiamento, proposto por Dürie & Salmon, 63 (62,4%) pacientes encontravam-se em estádio III, 32 (31,7%) em estádio II e apenas 6 (5,9%) no estádio I da doença ao diagnóstico. Utilizando a classificação do Sistema Internacional de Estadiamento (ISS) obteve-se 22 (30,1%) pacientes no estádio III, 31 (42,5%) no estádio II e 20 (27,4%) no estádio I ao diagnóstico. A sobrevida global foi de 66,52 meses, com mediana de seguimento de 20 meses. Na análise univariada foram significantes: creatinina (p=0,006), hemoglobina (p=0,001), estadiamento de Dürie & Salmon (p=0,009) e ISS (p=0,014); e multivariada somente hemoglobina(p=0,012) correlacionou-se à sobrevida. Na verificação do conhecimento sobre MM, a maioria dos médicos (94,1%) concluiu corretamente que em um paciente idoso com anemia é necessária a avaliação de doenças crônicas e neoplásicas; 61,5% não souberam identificar o MM como hipótese diagnóstica frente a paciente idoso com osteólise ao raio-X e 60,7% não souberam diagnosticar hipercalcemia diante demanifestações clássicas dessa desordem metabólica. A maioria (71,1%) não soube interpretar a eletroforese de proteínas séricas e apenas 36,3% formularam hipótese de MM frente a quadro clínico característico. Todos esses resultados não foram influenciados pelo tempo de graduação, tempo de trabalho na APS ou presença deespecialização médica. Concluiu-se que a maioria dos pacientes encontrava-se em estádio avançado da doença ao diagnóstico apresentando impacto negativo na sobrevida. Além disso, identificou-se dificuldades no reconhecimento de aspectos clínicos e laboratoriais do MM pelos médicos que atuam na APS.
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A mediana de idade dos pacientes foi de 63 anos de idade, 47,5% eram homens e 52,5% mulheres, sendo 50,6% brancos, 33,3% negros e 16,1% pardos. As manifestações clínicasmais comuns foram: dor óssea (83,2%), fraqueza (70,3%) e perda de peso (40,6%). A radiografia convencional de esqueleto mostrou alterações em 83,8% dos casos. Em relação ao sistema de estadiamento, proposto por Dürie & Salmon, 63 (62,4%) pacientes encontravam-se em estádio III, 32 (31,7%) em estádio II e apenas 6 (5,9%) no estádio I da doença ao diagnóstico. Utilizando a classificação do Sistema Internacional de Estadiamento (ISS) obteve-se 22 (30,1%) pacientes no estádio III, 31 (42,5%) no estádio II e 20 (27,4%) no estádio I ao diagnóstico. A sobrevida global foi de 66,52 meses, com mediana de seguimento de 20 meses. Na análise univariada foram significantes: creatinina (p=0,006), hemoglobina (p=0,001), estadiamento de Dürie & Salmon (p=0,009) e ISS (p=0,014); e multivariada somente hemoglobina(p=0,012) correlacionou-se à sobrevida. Na verificação do conhecimento sobre MM, a maioria dos médicos (94,1%) concluiu corretamente que em um paciente idoso com anemia é necessária a avaliação de doenças crônicas e neoplásicas; 61,5% não souberam identificar o MM como hipótese diagnóstica frente a paciente idoso com osteólise ao raio-X e 60,7% não souberam diagnosticar hipercalcemia diante demanifestações clássicas dessa desordem metabólica. A maioria (71,1%) não soube interpretar a eletroforese de proteínas séricas e apenas 36,3% formularam hipótese de MM frente a quadro clínico característico. Todos esses resultados não foram influenciados pelo tempo de graduação, tempo de trabalho na APS ou presença deespecialização médica. Concluiu-se que a maioria dos pacientes encontrava-se em estádio avançado da doença ao diagnóstico apresentando impacto negativo na sobrevida. Além disso, identificou-se dificuldades no reconhecimento de aspectos clínicos e laboratoriais do MM pelos médicos que atuam na APS.A nonconcurrent cohort study was carried out with the goal of identifyingclinical and laboratorial characteristics of patients suffering from Multipe Myeloma (MM) at the moment of diagnosis and correlating them with survival time. One hundred and one patients from the Outpatient Clinic for Lymphoproliferating Diseases at the Department of Hematology at UFMG University Hospital (Hospital das Clínicas da UFMG, HC-UFMG) who received the diagnosis of MM in the period between April 1994 and October 31 2006 were studied. Patients were followed-up until May 2007.The clinical knowledge of doctors working in the 137 Primary Health Care (PHC) units in Belo Horizonte about the disease was also assessed by means of a multiplechoice exam. Median patient age was 63 years, 47.5% were men and 52.5% were women, 50.6% having white skin, 33.3% black and 16.1% brown. Most common clinical manifestations were: bone pain (83.2%), weakness (70.3%) and weight loss (40.6%). Conventional bone radiograph showed alterations in 83.8% of the cases.Regarding the staging system proposed by Dürie & Salmon, 63 (62.4%) of patients were in stage III, 32 (31.7%) in stage II and only 6 (5.9%) in stage I at the moment of diagnosis. When the International Staging System (ISS) was used, 22 (30.1%) of patients were in stage III, 31 (42.5%) in stage II and 20 (27.4%) in stage I at the moment of diagnosis. Overall survival time was 66.52 months, with a follow-up median of 20 months. In multivariate analysis, parameters found to be significantwere: creatinin (p=0.006), hemoglobin (p=0.001), Dürie & Salmon staging (p=0.009) and ISS (p=0.014); and among these, only hemoglobin was correlated with survival time (P=0.012). In the exams for verifying the knowledge on MM, most doctors (94.1%) correctly concluded that an elderly patient with anemia should be evaluated for the presence of chronic and neoplasic diseases; 61.5% were unable to identifyMM as a diagnostic hypothesis for an elderly patient wit osteolysis in the X-ray and 60.7% could not diagnose hypercalcemia when presented with classical manifestations of this metabolic disorder. Most (71.1%) were unable to interpret seric protein electrophoresis and only 36.3% formulated the hypothesis of MM when faced with a characteristic clinical picture. None of these results were influenced by time since graduation, time working in PHC or the presence of medical specialty. It wasconcluded that most patients were in an advanced disease stage at the moment of diagnosis, which had a negative impact on survival time. Moreover, difficulties were observed in the recognition of clinical and laboratorial aspects of MM by doctors working in PHC.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPrognósticoAtenção primaria à saudeSangue CancerDoenças hematológicasNeoplasias hematológicasEstudos de coortesMieloma múltiploSangue DoençasLeucemiaPrognósticoAtenção primária à saúdeMieloma múltiploMieloma múltiplo: estudo prognóstico e verificação do conhecimento da doença em médicos que atuam na atenção primária à saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALroberta_oliveira_de_paula_e_silva.pdfapplication/pdf1347002https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7GKPEM/1/roberta_oliveira_de_paula_e_silva.pdf9942b74fc23c30377b8b7b7cfd2febc3MD51TEXTroberta_oliveira_de_paula_e_silva.pdf.txtroberta_oliveira_de_paula_e_silva.pdf.txtExtracted texttext/plain227034https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7GKPEM/2/roberta_oliveira_de_paula_e_silva.pdf.txt5a66244aa51af528729d75830fed611cMD521843/ECJS-7GKPEM2019-11-14 08:36:03.728oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7GKPEMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:36:03Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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