Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9P2TT7 |
Resumo: | São inúmeros os estudos sobre a formação do candomblé de origem yorubá, especificamente de nação kétu no Brasil. Porém, ainda é rara a abordagem de tal fenômeno na Ciência Geográfica. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo a partir de uma análise Geohistórica, compreender as formas de organização espaço-territorial dos povos yorubá na África e seus reflexos na constituição do primeiro terreiro de candomblé de origem kétu no Brasil, o candomblé da Barroquinha ou Ìyá Omi Àse Àirá Intilè, no período que corresponde a última década do século XVIII a meados do século XIX. Para tanto, estabeleceu-se um diálogo com a abordagem sugerida pela Geografia Cultural, que compreende a cultura como um fenômeno inerente aos sujeitos e civilizações, enquanto elemento produtor de territórios e territorialidades. Deste modo, o presente trabalho declina-se sobre a releitura da concepção de mundo e território para os yorubá, assim como, os mecanismos branco-hegemônicos que contribuíram forçosamente para a sua desterritorialização decorrente ao fenômeno da escravidão negra no Novo Mundo, e consequentemente, à sua reterritorialização em terras brasileiras, especificamente na formação do terreiro de candomblé da Barroquinha. Considera-se que este processo está relacionado a produção de uma Geografia peculiar constituída a partir do restabelecimento do vínculo dos homens com seus ancestrais em terras brasileiras, relação íntima com a Terra, que permitiu a tais sujeitos se reterritorializarem não só espacialmente, mas, socialmente visto que inerente a tal processo está a retomada de sua liberdade enquanto sujeito histórico e agenciador de movimentos - frente uma sociedade escravagista |
id |
UFMG_6248175fa206447232561cc7c54456d1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9P2TT7 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Jose Antonio Souza de DeusWeber SoaresAngela Maria da Silva GomesAureanice de Mello CorrêaEmerson Costa de Melo2019-08-12T03:56:33Z2019-08-12T03:56:33Z2014-08-22http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9P2TT7São inúmeros os estudos sobre a formação do candomblé de origem yorubá, especificamente de nação kétu no Brasil. Porém, ainda é rara a abordagem de tal fenômeno na Ciência Geográfica. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo a partir de uma análise Geohistórica, compreender as formas de organização espaço-territorial dos povos yorubá na África e seus reflexos na constituição do primeiro terreiro de candomblé de origem kétu no Brasil, o candomblé da Barroquinha ou Ìyá Omi Àse Àirá Intilè, no período que corresponde a última década do século XVIII a meados do século XIX. Para tanto, estabeleceu-se um diálogo com a abordagem sugerida pela Geografia Cultural, que compreende a cultura como um fenômeno inerente aos sujeitos e civilizações, enquanto elemento produtor de territórios e territorialidades. Deste modo, o presente trabalho declina-se sobre a releitura da concepção de mundo e território para os yorubá, assim como, os mecanismos branco-hegemônicos que contribuíram forçosamente para a sua desterritorialização decorrente ao fenômeno da escravidão negra no Novo Mundo, e consequentemente, à sua reterritorialização em terras brasileiras, especificamente na formação do terreiro de candomblé da Barroquinha. Considera-se que este processo está relacionado a produção de uma Geografia peculiar constituída a partir do restabelecimento do vínculo dos homens com seus ancestrais em terras brasileiras, relação íntima com a Terra, que permitiu a tais sujeitos se reterritorializarem não só espacialmente, mas, socialmente visto que inerente a tal processo está a retomada de sua liberdade enquanto sujeito histórico e agenciador de movimentos - frente uma sociedade escravagistaStudies on the formation of Candomblé of Yoruba origin, specifically of Ketu nation in Brazil are numerous. However, the approach is still rare for such phenomena in Geographical Science. In this sense, the present study aims from a Geo-Historical analysis, understand the forms of space-territorial organization of Yoruba people in Africa and its impact in the formation of the first Candomblé temple of Ketu origin in Brazil, the Candomblé of Barroquinha or Ìyá Omi Àse Àirá Intilè, on the period corresponding to the last decade of the eighteenth century to the mid nineteenth century. To do so, was established a dialogue with the suggested approach by the Cultural Geography, comprising the culture as a phenomenon inherent to individuals and civilizations, while a producer element of territories and territoriality.Thus, the present work focus on rereading of worldview and territory to the Yoruba as well as the white hegemonic mechanisms that forcibly contributed to his deterritorialization due to the phenomenon of black slavery in the New World, and consequently, its reterritorialization in Brazilian lands, specifically in the formation of the candomblé temple of Barroquinha.It is considered that this process is related to the production of a peculiar Geography constituted of the restoration of the bond of men with their ancestrals in brazilian lands, intimate relationship with the earth, which allowed to such individuals the reterritorialization not only spatially, but socially because inherent in this process is the recovery of their liberty - as a historical subject and articulator of moviments - in face of a slave society.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTerritorialidade humana Geografia Relações internacionais e culturaCandomblé Ritos e cerimonias Candomblé da BarroquinhaYorubáNação KétuDesterritorialização/ReterritorializaçãoTerritório e territorialidadeEntre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_emerson_melo.pdfapplication/pdf10582563https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9P2TT7/1/disserta__o_emerson_melo.pdf58e5235e37f1cd6a4e9a5c593934021aMD51TEXTdisserta__o_emerson_melo.pdf.txtdisserta__o_emerson_melo.pdf.txtExtracted texttext/plain651907https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9P2TT7/2/disserta__o_emerson_melo.pdf.txt4a1eda5ff958033bd243d58da80fd094MD521843/IGCC-9P2TT72019-11-14 10:26:33.281oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9P2TT7Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:26:33Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
title |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
spellingShingle |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo Emerson Costa de Melo Candomblé da Barroquinha Yorubá Nação Kétu Desterritorialização/Reterritorialização Território e territorialidade Territorialidade humana Geografia Relações internacionais e cultura Candomblé Ritos e cerimonias |
title_short |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
title_full |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
title_fullStr |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
title_full_unstemmed |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
title_sort |
Entre territórios e terreiros: yorubá, velhos deuses no novo mundo |
author |
Emerson Costa de Melo |
author_facet |
Emerson Costa de Melo |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Jose Antonio Souza de Deus |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Weber Soares |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Angela Maria da Silva Gomes |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Aureanice de Mello Corrêa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Emerson Costa de Melo |
contributor_str_mv |
Jose Antonio Souza de Deus Weber Soares Angela Maria da Silva Gomes Aureanice de Mello Corrêa |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Candomblé da Barroquinha Yorubá Nação Kétu Desterritorialização/Reterritorialização Território e territorialidade |
topic |
Candomblé da Barroquinha Yorubá Nação Kétu Desterritorialização/Reterritorialização Território e territorialidade Territorialidade humana Geografia Relações internacionais e cultura Candomblé Ritos e cerimonias |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Territorialidade humana Geografia Relações internacionais e cultura Candomblé Ritos e cerimonias |
description |
São inúmeros os estudos sobre a formação do candomblé de origem yorubá, especificamente de nação kétu no Brasil. Porém, ainda é rara a abordagem de tal fenômeno na Ciência Geográfica. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo a partir de uma análise Geohistórica, compreender as formas de organização espaço-territorial dos povos yorubá na África e seus reflexos na constituição do primeiro terreiro de candomblé de origem kétu no Brasil, o candomblé da Barroquinha ou Ìyá Omi Àse Àirá Intilè, no período que corresponde a última década do século XVIII a meados do século XIX. Para tanto, estabeleceu-se um diálogo com a abordagem sugerida pela Geografia Cultural, que compreende a cultura como um fenômeno inerente aos sujeitos e civilizações, enquanto elemento produtor de territórios e territorialidades. Deste modo, o presente trabalho declina-se sobre a releitura da concepção de mundo e território para os yorubá, assim como, os mecanismos branco-hegemônicos que contribuíram forçosamente para a sua desterritorialização decorrente ao fenômeno da escravidão negra no Novo Mundo, e consequentemente, à sua reterritorialização em terras brasileiras, especificamente na formação do terreiro de candomblé da Barroquinha. Considera-se que este processo está relacionado a produção de uma Geografia peculiar constituída a partir do restabelecimento do vínculo dos homens com seus ancestrais em terras brasileiras, relação íntima com a Terra, que permitiu a tais sujeitos se reterritorializarem não só espacialmente, mas, socialmente visto que inerente a tal processo está a retomada de sua liberdade enquanto sujeito histórico e agenciador de movimentos - frente uma sociedade escravagista |
publishDate |
2014 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2014-08-22 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-12T03:56:33Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-12T03:56:33Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9P2TT7 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9P2TT7 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9P2TT7/1/disserta__o_emerson_melo.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9P2TT7/2/disserta__o_emerson_melo.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
58e5235e37f1cd6a4e9a5c593934021a 4a1eda5ff958033bd243d58da80fd094 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589274348552192 |