“Tornar visível o que é visível” - youtuber mirim e subjetividades infantis: uma análise do canal Julia Silva

• Autor(a) principal: Heloisa Lopes Silva de Andrade
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/46071
• topic: Plataforma; Youtuber mirim; Subjetividades; Modo de existência; Julia Silva; Silva, Julia; Educação; Celebridades da Internet; Youtube (Recurso eletrônico); Internet e crianças; Subjetividade; Cibercultura

A presente tese busca analisar como se dá o processo de constituição do modo de vida youtuber mirim, a partir da produção do canal Julia Silva no YouTube, e como a plataforma produz subjetividades infantis na contemporaneidade. As infâncias são múltiplas e inventadas como “produtos sociais e históricos”. A criança desta tese é um “ser do presente” e não “ensaio do futuro”. Dessa forma, entende-se que a sua ação é um desdobramento não só de produção de conteúdo para o canal, mas instauradora de modos de viver e conviver com os inscritos no canal. A perspectiva teórico-analítica que orientou os percursos deste trabalho foi focada nos estudos de Michel Foucault, sobretudo no que se refere ao conceito de produção de subjetividades, e no conceito de instauração dos modos de existência, formulado por Ètienne Souriau. O caminho metodológico trilhado pode ser dividido em três segmentos: construir uma abordagem qualitativa situada em ambiência “plataformizada” constituiu um exercício de torção; problematizar a noção de plataforma como cibercampo inspirada em Néstor García Canclini, ressignificando o ir a campo quando este é uma plataforma empresarial e, portanto, requer entendimento da sua especificidade normativa; e entender como o governo algorítmico atravessa a produção do sujeito. Diante disso, a pesquisa permitiu chegar ao entendimento de que o modo de vida youtuber mirim constitui uma experiência do presente, especificamente da segunda década do século XXI e promove estratégias próprias, que engendram “técnicas de si” para continuar a demandar outros modos de viver. É possível dizer que habitar e fabular maneiras de viver e produzir na plataforma do YouTube é um processo em curso e parece instaurar uma forma de instigar outras crianças a quererem experimentar e atuar como youtuber na produção de outras formas de subjetividades infantis.