Transição para a vida adulta, trajetória profissional e marcadores interseccionais: um estudo com jovens trabalhadores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jane Kelly Dantas Barbosa
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/41296
Resumo: As juventudes envolvem características, aspirações e particularidades que tendem a ser relegadas diante de vieses adultocêntricos e de discursos e abordagens estereotipadas e reducionistas. Especialmente na sociedade brasileira, marcada por um legado histórico e cultural de perpetuação de desigualdades, as experiências dos jovens adquirem relevância ao permitirem refletir sobre as oportunidades e possibilidades que se descortinam para as diferentes juventudes. Considerando as mudanças que envolvem a transição para a vida adulta em sua multidimensionalidade e as trajetórias profissionais na sociedade contemporânea, esta tese tem como objetivo analisar como a transição para a vida adulta e a trajetória profissional de jovens egressos de um Programa de Aprendizagem podem ser influenciadas por marcadores interseccionais. Parte-se do pressuposto de que é necessário refletir sobre os jovens brasileiros e seus marcadores sociais de diferença, escapando de generalizações em termos de tipologias geracionais e de carreira que reproduzem modelos pensados em países predominantemente norte-americanos. Assim, faz-se relevante uma maior compreensão sobre as juventudes, em especial aquelas formadas por jovens de estratos mais baixos da sociedade brasileira, considerando em que termos se dá a transição desses jovens para a adultez e qual o papel do trabalho (ou não trabalho) nesse processo, bem como a possível influência de diferentes marcadores interseccionais. Para atingir o objetivo do presente estudo, foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva, que observou aspectos éticos para sua condução, mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE 39863220.2.0000.5149, parecer nº 4.554.646). O acesso aos dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas e técnica projetiva de associação com jovens egressos de um Programa de Aprendizagem de diferentes regiões do Brasil. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática, observando os pontos em comum e, não menos importante, a heterogeneidade das percepções dos jovens sujeitos da pesquisa. Os resultados demonstraram que os egressos entrevistados se veem, majoritariamente, como adultos, destaca-se que, para alguns, não foi possível viver a juventude diante de um processo de adultização precoce relacionado ao trabalho e permeado por marcadores de diferença, como a classe ou origem social, que tornam ainda mais fluidos os limites entre infância, juventude e vida adulta. As trajetórias profissionais, de modo geral, têm início cedo e na informalidade, envolvendo a conciliação de trabalho e estudo. O Programa de Aprendizagem é visto como um marco nas trajetórias dos egressos, representando para eles um divisor de águas e uma porta para a inserção formal e qualificada no mercado de trabalho. De posse de experiência e de conhecimentos teóricos e práticos, após o contrato de aprendizagem, os jovens tendem a concluir e/ou iniciar diferentes ciclos educacionais e a continuar suas trajetórias em empregos formais e não temporários; contudo, em menor medida, há jovens atuando como autônomos e jovens desempregados. Frente à heterogeneidade dos jovens entrevistados, foram identificados diferentes marcadores sociais de diferença que, interligados, afetam fortemente os limites entre juventude e vida adulta e as experiências individuais no mundo do trabalho. Os resultados demonstraram que ageismo, racismo, lookism e preconceito de classe se destacam nas experiências da maioria dos egressos sujeitos da pesquisa, envolvendo desde relatos de crimes, como injúria racial e assédio sexual, até relatos de situações cotidianas nas quais os jovens são julgados pela idade e pelas tatuagens que possuem. Como já apontado na literatura e nas estatísticas sobre população e trabalho, é comum que os jovens, de forma geral, sejam expostos à maior vulnerabilidade no mundo do trabalho, mas a presente pesquisa demonstra que, quando se trata de juventudes específicas e de alguma forma marcadas pela necessidade vital do trabalho, as vulnerabilidades se particularizam.
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Considerando as mudanças que envolvem a transição para a vida adulta em sua multidimensionalidade e as trajetórias profissionais na sociedade contemporânea, esta tese tem como objetivo analisar como a transição para a vida adulta e a trajetória profissional de jovens egressos de um Programa de Aprendizagem podem ser influenciadas por marcadores interseccionais. Parte-se do pressuposto de que é necessário refletir sobre os jovens brasileiros e seus marcadores sociais de diferença, escapando de generalizações em termos de tipologias geracionais e de carreira que reproduzem modelos pensados em países predominantemente norte-americanos. Assim, faz-se relevante uma maior compreensão sobre as juventudes, em especial aquelas formadas por jovens de estratos mais baixos da sociedade brasileira, considerando em que termos se dá a transição desses jovens para a adultez e qual o papel do trabalho (ou não trabalho) nesse processo, bem como a possível influência de diferentes marcadores interseccionais. Para atingir o objetivo do presente estudo, foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva, que observou aspectos éticos para sua condução, mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE 39863220.2.0000.5149, parecer nº 4.554.646). O acesso aos dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas e técnica projetiva de associação com jovens egressos de um Programa de Aprendizagem de diferentes regiões do Brasil. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática, observando os pontos em comum e, não menos importante, a heterogeneidade das percepções dos jovens sujeitos da pesquisa. Os resultados demonstraram que os egressos entrevistados se veem, majoritariamente, como adultos, destaca-se que, para alguns, não foi possível viver a juventude diante de um processo de adultização precoce relacionado ao trabalho e permeado por marcadores de diferença, como a classe ou origem social, que tornam ainda mais fluidos os limites entre infância, juventude e vida adulta. As trajetórias profissionais, de modo geral, têm início cedo e na informalidade, envolvendo a conciliação de trabalho e estudo. O Programa de Aprendizagem é visto como um marco nas trajetórias dos egressos, representando para eles um divisor de águas e uma porta para a inserção formal e qualificada no mercado de trabalho. De posse de experiência e de conhecimentos teóricos e práticos, após o contrato de aprendizagem, os jovens tendem a concluir e/ou iniciar diferentes ciclos educacionais e a continuar suas trajetórias em empregos formais e não temporários; contudo, em menor medida, há jovens atuando como autônomos e jovens desempregados. Frente à heterogeneidade dos jovens entrevistados, foram identificados diferentes marcadores sociais de diferença que, interligados, afetam fortemente os limites entre juventude e vida adulta e as experiências individuais no mundo do trabalho. Os resultados demonstraram que ageismo, racismo, lookism e preconceito de classe se destacam nas experiências da maioria dos egressos sujeitos da pesquisa, envolvendo desde relatos de crimes, como injúria racial e assédio sexual, até relatos de situações cotidianas nas quais os jovens são julgados pela idade e pelas tatuagens que possuem. Como já apontado na literatura e nas estatísticas sobre população e trabalho, é comum que os jovens, de forma geral, sejam expostos à maior vulnerabilidade no mundo do trabalho, mas a presente pesquisa demonstra que, quando se trata de juventudes específicas e de alguma forma marcadas pela necessidade vital do trabalho, as vulnerabilidades se particularizam.Youth involves traits, aspirations, and particularities that tend to be relegated to the background due to adult-centric biases and stereotyped and reductionist discourses and approaches. Specifically in Brazilian society, which is distinguished by a historical and cultural legacy of perpetuating inequalities, the experiences of young people acquire relevance by allowing us to reflect on the opportunities and possibilities unveiled for the different forms of youth. Considering the changes that involve the transition to adulthood in its multidimensionality and the professional trajectories in contemporary society, this thesis aims to analyze how the transition to adulthood and the professional trajectory of young alumni of apprenticeship programs can be influenced by intersectional markers. We assume that it is crucial to reflect on young Brazilians and their social markers of difference while avoiding generalizations stemming from generational and career typologies that reproduce models predominantly developed in North American countries. Thus, it becomes relevant to attain a greater degree of understanding about the different forms of youth, especially those consisting of groups of young people from the lower strata of Brazilian society, while considering how the transition of these young people to adulthood occurs and what role work (or non-work) plays in this process, as well as the possible influence of multiple intersectional markers. To this end, we conducted a qualitative and descriptive research study, which complied with the necessary ethical requirements and was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Minas Gerais (CAAE 39863220.2.0000.5149, Opinion No. 4.554.646). Data were collected through semi-structured interviews and projective techniques with young alumni from different regions of Brazil who participated in an apprenticeship program. The data were submitted to Thematic Content Analysis (TCA) and the points in common and, not least, the heterogeneity of the perceptions of the young research subjects were observed. The results showed that the participating students perceive themselves mostly as adults. In addition, we highlight that some of them could not live their youth because of a process of early adulthood related to work and permeated by social markers of difference, such as class or social background, which still make the boundaries between childhood, youth, and adulthood more fluid. In general, work trajectories begin early and informally and involve the conciliation of work and education. The apprenticeship program is seen as a milestone in the alumni’s trajectories and represents a turning point and a gateway to formal and qualified insertion in the labor market. By accumulating experience and theoretical and practical knowledge under the terms of the apprenticeship contract, young people tend to complete and/or start different educational cycles and continue their trajectories in formal and non-temporary jobs. However, to a lesser extent, some youngsters are self-employed, and others are unemployed. Faced with the heterogeneity of the respondents, different social markers of difference were identified that, when interconnected, strongly impact the boundaries between youth and adulthood, as well as individual experiences in the world of work. The results also revealed that ageism, racism, lookism, and class prejudice stand out in the experiences of the majority of the research subjects. These ranged from accounts of crimes, such as racism, bigotry, and sexual harassment, to accounts of everyday situations in which young people were judged for their age and the tattoos on their bodies. As already pointed out in the literature and statistics about population and work, it is common for young people, in general, to be exposed to vulnerability in the world of work to a greater degree; however, the research demonstrates that when it comes to specific forms of youth that are in some way characterized by the vital need to work, their vulnerabilities become peculiar.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilTrabalhadoresEstudantesJovensTrabalhoJovens trabalhadoresAprendizesEgressosInterseccionalidadeTrajetória profissionalTransição para vida adultaTransição para a vida adulta, trajetória profissional e marcadores interseccionais: um estudo com jovens trabalhadoresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Jane - versão final pós banca corrigida.pdfTese Jane - versão final pós banca corrigida.pdfapplication/pdf2782657https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/41296/1/Tese%20Jane%20-%20vers%c3%a3o%20final%20p%c3%b3s%20banca%20corrigida.pdf1c122303a391866cd29feb73ce556c39MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/41296/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/412962022-05-02 15:21:26.582oai:repositorio.ufmg.br:1843/41296TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-05-02T18:21:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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