Carcinoma hepatocelular como fator de risco para recorrência da infecção pelo vírus da hepatite B após o transplante de fígado: possível envolvimento das células neoplásicas na replicação viral
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/ECJS-76PQ3B |
Resumo: | Introdução: Nos últimos anos, o transplante hepático (TH) tornou-se importante opção terapêutica para os pacientes com doenças hepáticas relacionadas ao vírus da hepatite B (VHB). No entanto, a infecção pelo VHB pode recorrer após o TH e medidas de profilaxia são necessárias para se evitar tal recorrência. Os objetivos desse estudo foram investigar o papel do carcinoma hepatocelular (CHC) na recorrência da infecção pelo VHB após o TH e a ocorrência de replicação viral B em células do CHC e em células hepáticas não tumorais, pela quantificação do cccDNA (covalently closed circular DNA) e do DNA total do vírus da hepatite B no fígado explantado de pacientes AgHBs-positivo com diagnóstico de CHC submetidos a TH. Métodos: Foram incluídos no estudo, de forma retrospectiva, 113 pacientes AgHBspositivosubmetidos a TH. Todos receberam globulinas hiperimune anti-HBs (HBIG) após o transplante e 56 receberam também lamivudina e/ou adefovir. O tempo mediano de seguimento pós-TH foi de 53 meses (0.25 a 125 meses). 33 pacientes (29.2%) tiveram o diagnóstico de CHC confirmado pelo exame histopatológico do fígado nativo. O DNA total do VHB e o cccDNA foram quantificados em células tumorais e não-tumorais do fígado nativo de 16 desses pacientes por técnica dereação de polimerase em cadeia em tempo real. O cccDNA foi quantificado em células do CHC em três pacientes que apresentaram recorrências do VHB e do CHC. Resultados: Quatorze pacientes (12.4%) apresentaram recorrência da infecção viral B após o TH. Os fatores de risco independentes para a infecção viral B recorrente foram o CHC, níveis séricos de DNA viral = 30.000 cópias/mL no momento do transplante, e a monoprofilaxia com HBIG (vs. profilaxia combinadapós-transplante). CccDNA foi detectado em células do CHC em 11 pacientes e em células não tumorais de 12 de 16 pacientes, no fígado explantado. O cccDNA foi também detectado em células do CHC recidivado em dois dos três pacientes testados que apresentaram recorrências viral B e do CHC. Conclusões: CHC, carga viral no momento do transplante e monoprofilaxia com HBIG foram os fatores derisco independentes para a recorrência viral B após o TH. A recorrência do CHC e da hepatite B em sete pacientes e a detecção do cccDNA e do DNA total do VHB em células do CHC são fortemente sugestivas da ocorrência de replicação viral B nas células tumorais. Esses fatos, provavelmente, estão implicados na recorrência da hepatite B após o TH e novos estudos são necessários para se investigar essa associação. |
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Teresa Cristina de Abreu FerrariMaria Lúcia Cardoso Gomes FerrazGuilherme Correa de OliveiraLuciana Costa Faria2019-08-12T04:12:11Z2019-08-12T04:12:11Z2007-07-03http://hdl.handle.net/1843/ECJS-76PQ3BIntrodução: Nos últimos anos, o transplante hepático (TH) tornou-se importante opção terapêutica para os pacientes com doenças hepáticas relacionadas ao vírus da hepatite B (VHB). No entanto, a infecção pelo VHB pode recorrer após o TH e medidas de profilaxia são necessárias para se evitar tal recorrência. Os objetivos desse estudo foram investigar o papel do carcinoma hepatocelular (CHC) na recorrência da infecção pelo VHB após o TH e a ocorrência de replicação viral B em células do CHC e em células hepáticas não tumorais, pela quantificação do cccDNA (covalently closed circular DNA) e do DNA total do vírus da hepatite B no fígado explantado de pacientes AgHBs-positivo com diagnóstico de CHC submetidos a TH. Métodos: Foram incluídos no estudo, de forma retrospectiva, 113 pacientes AgHBspositivosubmetidos a TH. Todos receberam globulinas hiperimune anti-HBs (HBIG) após o transplante e 56 receberam também lamivudina e/ou adefovir. O tempo mediano de seguimento pós-TH foi de 53 meses (0.25 a 125 meses). 33 pacientes (29.2%) tiveram o diagnóstico de CHC confirmado pelo exame histopatológico do fígado nativo. O DNA total do VHB e o cccDNA foram quantificados em células tumorais e não-tumorais do fígado nativo de 16 desses pacientes por técnica dereação de polimerase em cadeia em tempo real. O cccDNA foi quantificado em células do CHC em três pacientes que apresentaram recorrências do VHB e do CHC. Resultados: Quatorze pacientes (12.4%) apresentaram recorrência da infecção viral B após o TH. Os fatores de risco independentes para a infecção viral B recorrente foram o CHC, níveis séricos de DNA viral = 30.000 cópias/mL no momento do transplante, e a monoprofilaxia com HBIG (vs. profilaxia combinadapós-transplante). CccDNA foi detectado em células do CHC em 11 pacientes e em células não tumorais de 12 de 16 pacientes, no fígado explantado. O cccDNA foi também detectado em células do CHC recidivado em dois dos três pacientes testados que apresentaram recorrências viral B e do CHC. Conclusões: CHC, carga viral no momento do transplante e monoprofilaxia com HBIG foram os fatores derisco independentes para a recorrência viral B após o TH. A recorrência do CHC e da hepatite B em sete pacientes e a detecção do cccDNA e do DNA total do VHB em células do CHC são fortemente sugestivas da ocorrência de replicação viral B nas células tumorais. Esses fatos, provavelmente, estão implicados na recorrência da hepatite B após o TH e novos estudos são necessários para se investigar essa associação.Background and aims: In the last years, ortothopic liver transplantation (OLT) has become an important modality of treatment for hepatitis B virus (HBV)-related liver disease patients. However, HBV infection may recur in the transplanted liver and prophylactic measures are necessary to avoid this recurrence. The aims of this study were to investigate the role of hepatocellular carcinoma (HCC) in HBV recurrence after OLT and to assess HBV replication by cccDNA (covalently closed circular DNA)and total HBV DNA quantification in HCC and non-tumor cells from the native liver of HBsAg-positive transplanted patients. Methods: 113 HBsAg-positive transplanted patients were retrospectively studied. All patients received hyperimmune anti-HBs globulins (HBIG) after OLT and 56 also received lamivudine and/or adefovir. Median follow-up was 53 months (range 0.25 to 125). 33 patients (29.2%) had HCC. TotalHBV DNA and cccDNA were quantified in HCC and in non-tumor cells from the native liver of 16 patients by a real time polymerase chain reaction assay. CccDNA was quantified in HCC cells in three patients who presented HBV and HCC recurrences. Results: 14 patients (12.4%) presented HBV recurrence after OLT. The independent risk factors for HBV recurrence were HCC, serum levels of hepatitis B virus DNA = 30,000 copies/mL at the time of OLT, and HBIG monoprophylaxis (vscombined prophylaxis). CccDNA was detected in HCC cells from 11 patients and in non-tumor cells from 12 out of 16 patients on the explanted liver. CccDNA was detected in HCC metastatic cells after tumoral recurrence in two out of three tested patients who presented HBV and HCC recurrences. Conclusions: HCC, hepatitis B virus DNA viral load = 30,000 copies/mL at the time of liver transplantation and HBIGmonoprophylaxis were independent risk factors for HBV recurrence after OLT. HBV replication in HCC cells is strongly suggested by the concomitant recurrence of HCC and HBV infection and by the detection of cccDNA and HBV DNA in tumor tissues. These facts are probably implicated in HBV recurrence and other studies are necessary to investigate this association.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHepatite B/quimioterapiaReplicação viralHepatite B/complicaçõesTransplante de fígado/efeitos adversosCarcinoma hepatocelular/virologiaHepatite B/virologiaFatores de riscoRecidiva/prevenção & controleCinunoglobulinas/uso terapêuticoCarga viralHepatite B/prevenção & controleDNA circular/isolamento & purificaçãoCarcinoma hepatocelular/etiologiaReação em cadeia da polimeraseReplicação viralDNA circular /isolamento & purificaçãoTransplante de fígado/efeitos adversosHepatite B/prevenção & controleCarcinoma hepatocelular/virologiaHepatite B/virologiaFatores de riscoRecidiva /prevenção & controleReação em cadeia da polimeraseCarcinoma hepatocelular como fator de risco para recorrência da infecção pelo vírus da hepatite B após o transplante de fígado: possível envolvimento das células neoplásicas na replicação viralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALluciana_costa_faria.pdfapplication/pdf890025https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-76PQ3B/1/luciana_costa_faria.pdf9df5cc1c1e12ad955623fc8ad5d9bcf0MD51TEXTluciana_costa_faria.pdf.txtluciana_costa_faria.pdf.txtExtracted texttext/plain114806https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-76PQ3B/2/luciana_costa_faria.pdf.txt97e74dd30b377c823aec2a23d2038ef4MD521843/ECJS-76PQ3B2019-11-14 08:31:01.501oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-76PQ3BRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:31:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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Introdução: Nos últimos anos, o transplante hepático (TH) tornou-se importante opção terapêutica para os pacientes com doenças hepáticas relacionadas ao vírus da hepatite B (VHB). No entanto, a infecção pelo VHB pode recorrer após o TH e medidas de profilaxia são necessárias para se evitar tal recorrência. Os objetivos desse estudo foram investigar o papel do carcinoma hepatocelular (CHC) na recorrência da infecção pelo VHB após o TH e a ocorrência de replicação viral B em células do CHC e em células hepáticas não tumorais, pela quantificação do cccDNA (covalently closed circular DNA) e do DNA total do vírus da hepatite B no fígado explantado de pacientes AgHBs-positivo com diagnóstico de CHC submetidos a TH. Métodos: Foram incluídos no estudo, de forma retrospectiva, 113 pacientes AgHBspositivosubmetidos a TH. Todos receberam globulinas hiperimune anti-HBs (HBIG) após o transplante e 56 receberam também lamivudina e/ou adefovir. O tempo mediano de seguimento pós-TH foi de 53 meses (0.25 a 125 meses). 33 pacientes (29.2%) tiveram o diagnóstico de CHC confirmado pelo exame histopatológico do fígado nativo. O DNA total do VHB e o cccDNA foram quantificados em células tumorais e não-tumorais do fígado nativo de 16 desses pacientes por técnica dereação de polimerase em cadeia em tempo real. O cccDNA foi quantificado em células do CHC em três pacientes que apresentaram recorrências do VHB e do CHC. Resultados: Quatorze pacientes (12.4%) apresentaram recorrência da infecção viral B após o TH. Os fatores de risco independentes para a infecção viral B recorrente foram o CHC, níveis séricos de DNA viral = 30.000 cópias/mL no momento do transplante, e a monoprofilaxia com HBIG (vs. profilaxia combinadapós-transplante). CccDNA foi detectado em células do CHC em 11 pacientes e em células não tumorais de 12 de 16 pacientes, no fígado explantado. O cccDNA foi também detectado em células do CHC recidivado em dois dos três pacientes testados que apresentaram recorrências viral B e do CHC. Conclusões: CHC, carga viral no momento do transplante e monoprofilaxia com HBIG foram os fatores derisco independentes para a recorrência viral B após o TH. A recorrência do CHC e da hepatite B em sete pacientes e a detecção do cccDNA e do DNA total do VHB em células do CHC são fortemente sugestivas da ocorrência de replicação viral B nas células tumorais. Esses fatos, provavelmente, estão implicados na recorrência da hepatite B após o TH e novos estudos são necessários para se investigar essa associação. |
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