Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/30224 |
Resumo: | A partir do emprego do estruturalismo alemão de Walter Burkert, pretendo destacar nesta investigação as relações estruturais entre as imagens do mito de julgamento do Górgias e aplicá-las a um passo do mito de Er da República. Segundo Burkert (2001b), mito é um programa, ou sequência de ações com uma estrutura discernível definida, que se caracteriza pela exemplaridade do tipo mítico e pela aplicabilidade atemporal. Aprofundando a definição burkertiana de mito, proponho que as ações implicam imagens psíquicas imbuídas de afetos – vergonha, audácia e ardor são os afetos eróticos mediante que a dialética socrática choca-se, ingente, com a retórica daquele que viria a ser, ao mesmo tempo, o mais violento e o mais brilhante dos interlocutores que travam combate com Sócrates, Cálicles. Devo esclarecer que toda a interpretação elaborada neste artigo parte do pressuposto de que o mito é pensar por imagens e que imagens mentais precedem a linguagem. No mito de Prometeu, a linguagem é posterior ao fogo técnico, que consolida o sacrifício como o rito adequado para a interação entre as instâncias divina e humana e a emergência ritualística dos esquemas mentais que compõem a inteligência causal organizadora da experiência e da multiplicidade: a conexão infalível entre dois eventos consecutivos no tempo, a deliberação projetiva inteligente, a escolha de meios eficazes com vistas a um fim útil determinado. Por extensão, pode-se dizer que os ritos são anteriores à linguagem e que imagens e ritos, não a linguagem, são os fundamentos do pensar. Por fim, um olhar atento ao termo parrhēsía que inicialmente aparece como a fala aberta que revela o pensamento e as verdadeiras crenças do proferidor, no Górgias, é mencionado na ambiguidade irônica com que Sócrates alude ao livre curso dos apetites de Cálicles (que engendram a violência do seu lógos) e à qualidade psíquica pela qual a investigação 2 dialética pode chegar a bom termo. A franqueza (parrhēsía) é a garantia pela qual interlocutor assente a uma tese expressa e também um indicativo de que uma certa ordenação psíquica transpõe seu movimento próprio para o lógos. O discurso sem peias reproduz de modo direto a trama que entretece os afetos neste princípio de movimento e inteligência que é a psykhé. |
id |
UFMG_6b832a0037076f5d28d73bae7ba947d2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/30224 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Marcelo Pimenta Marqueshttp://lattes.cnpq.br/6488195444323214http://lattes.cnpq.br/3560089338412974Rubens Garcia Nunes Sobrinho2019-10-10T13:13:34Z2019-10-10T13:13:34Z2011-06-22http://hdl.handle.net/1843/30224A partir do emprego do estruturalismo alemão de Walter Burkert, pretendo destacar nesta investigação as relações estruturais entre as imagens do mito de julgamento do Górgias e aplicá-las a um passo do mito de Er da República. Segundo Burkert (2001b), mito é um programa, ou sequência de ações com uma estrutura discernível definida, que se caracteriza pela exemplaridade do tipo mítico e pela aplicabilidade atemporal. Aprofundando a definição burkertiana de mito, proponho que as ações implicam imagens psíquicas imbuídas de afetos – vergonha, audácia e ardor são os afetos eróticos mediante que a dialética socrática choca-se, ingente, com a retórica daquele que viria a ser, ao mesmo tempo, o mais violento e o mais brilhante dos interlocutores que travam combate com Sócrates, Cálicles. Devo esclarecer que toda a interpretação elaborada neste artigo parte do pressuposto de que o mito é pensar por imagens e que imagens mentais precedem a linguagem. No mito de Prometeu, a linguagem é posterior ao fogo técnico, que consolida o sacrifício como o rito adequado para a interação entre as instâncias divina e humana e a emergência ritualística dos esquemas mentais que compõem a inteligência causal organizadora da experiência e da multiplicidade: a conexão infalível entre dois eventos consecutivos no tempo, a deliberação projetiva inteligente, a escolha de meios eficazes com vistas a um fim útil determinado. Por extensão, pode-se dizer que os ritos são anteriores à linguagem e que imagens e ritos, não a linguagem, são os fundamentos do pensar. Por fim, um olhar atento ao termo parrhēsía que inicialmente aparece como a fala aberta que revela o pensamento e as verdadeiras crenças do proferidor, no Górgias, é mencionado na ambiguidade irônica com que Sócrates alude ao livre curso dos apetites de Cálicles (que engendram a violência do seu lógos) e à qualidade psíquica pela qual a investigação 2 dialética pode chegar a bom termo. A franqueza (parrhēsía) é a garantia pela qual interlocutor assente a uma tese expressa e também um indicativo de que uma certa ordenação psíquica transpõe seu movimento próprio para o lógos. O discurso sem peias reproduz de modo direto a trama que entretece os afetos neste princípio de movimento e inteligência que é a psykhé.Based on approach of Water Burkert German structuralism, in this issue, I intend to point out the structural relations between the images of the judgment myth in Plato‟s Gorgias and apply them in Er myth of Republic. According to Burkert (2001b), myth is a program or a sequence of actions in a clear, distinguished structure, characterized by exemplarity of the mythical model and the timeless applicability. Going further on Burkert definition of myth, I put forward that the actions imply psychic images filled with feelings – audacity and ardor are erotic feelings through which the Socratic dialectics strikes against the rhetoric of that who became, at the same time, the most violent and the cleverest interlocutor to antagonize Socrates, Callicles. In addition, I must say that the whole interpretation presented here assumes that myth is thinking by images and mental images come before language. In Prometheus myth, language comes after the technical fire that stabilizes the sacrifice as the right rite for the interplay of divine and human instances and the ritual emergency of mental scheme that compound the causal intelligence that organizes experience and multiplicity: the infallible connection between two consecutive events in time, the intelligent projective deliberation, the choice of efficient means aiming a specific useful objective. In other words, it can be said that rites come before language and that not language, but images and rites give the bases to thoughts. In conclusion, staring at the expression parrhēsía – which first appears as an open speech that reveals the thought and the true beliefs of its speaker – in Gorgias, the word points out the ironic ambiguity with which Socrates refers to the Callicles free course of desires (which engender his lógos violence) and the psychic quality by which the dialectic investigation can come to an end. Sincerity (parrhēsía) is the guarantee by which a speaker agrees to an expressed thesis and also a sign that a certain psychic organization transfers its peculiar movement to the logos. The unchained speech imitates the scheme which intertwines the feelings in the beginning of the movement and the intelligence which psykhé is.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAFilosofia - TesesAlma - TesesVergonha - TesesMito - TesesPlatão - GórgiasGórgiasRepúblicaEstruturaMitoKósmos e inteligência: as potências da alma no Górgiasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALKosmos e Inteligência-Print-1.pdfKosmos e Inteligência-Print-1.pdfAbertoapplication/pdf1542881https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/1/Kosmos%20e%20Intelig%c3%aancia-Print-1.pdf1778c3761f318fd8b3f08c3db5d178b4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTKosmos e Inteligência-Print-1.pdf.txtKosmos e Inteligência-Print-1.pdf.txtExtracted texttext/plain414930https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/3/Kosmos%20e%20Intelig%c3%aancia-Print-1.pdf.txt156de906645850e7c5ef8068b864428dMD531843/302242019-11-14 12:16:43.866oai:repositorio.ufmg.br:1843/30224TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:16:43Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
title |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
spellingShingle |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias Rubens Garcia Nunes Sobrinho Górgias República Estrutura Mito Filosofia - Teses Alma - Teses Vergonha - Teses Mito - Teses Platão - Górgias |
title_short |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
title_full |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
title_fullStr |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
title_full_unstemmed |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
title_sort |
Kósmos e inteligência: as potências da alma no Górgias |
author |
Rubens Garcia Nunes Sobrinho |
author_facet |
Rubens Garcia Nunes Sobrinho |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Marcelo Pimenta Marques |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6488195444323214 |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3560089338412974 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rubens Garcia Nunes Sobrinho |
contributor_str_mv |
Marcelo Pimenta Marques |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Górgias República Estrutura Mito |
topic |
Górgias República Estrutura Mito Filosofia - Teses Alma - Teses Vergonha - Teses Mito - Teses Platão - Górgias |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Filosofia - Teses Alma - Teses Vergonha - Teses Mito - Teses Platão - Górgias |
description |
A partir do emprego do estruturalismo alemão de Walter Burkert, pretendo destacar nesta investigação as relações estruturais entre as imagens do mito de julgamento do Górgias e aplicá-las a um passo do mito de Er da República. Segundo Burkert (2001b), mito é um programa, ou sequência de ações com uma estrutura discernível definida, que se caracteriza pela exemplaridade do tipo mítico e pela aplicabilidade atemporal. Aprofundando a definição burkertiana de mito, proponho que as ações implicam imagens psíquicas imbuídas de afetos – vergonha, audácia e ardor são os afetos eróticos mediante que a dialética socrática choca-se, ingente, com a retórica daquele que viria a ser, ao mesmo tempo, o mais violento e o mais brilhante dos interlocutores que travam combate com Sócrates, Cálicles. Devo esclarecer que toda a interpretação elaborada neste artigo parte do pressuposto de que o mito é pensar por imagens e que imagens mentais precedem a linguagem. No mito de Prometeu, a linguagem é posterior ao fogo técnico, que consolida o sacrifício como o rito adequado para a interação entre as instâncias divina e humana e a emergência ritualística dos esquemas mentais que compõem a inteligência causal organizadora da experiência e da multiplicidade: a conexão infalível entre dois eventos consecutivos no tempo, a deliberação projetiva inteligente, a escolha de meios eficazes com vistas a um fim útil determinado. Por extensão, pode-se dizer que os ritos são anteriores à linguagem e que imagens e ritos, não a linguagem, são os fundamentos do pensar. Por fim, um olhar atento ao termo parrhēsía que inicialmente aparece como a fala aberta que revela o pensamento e as verdadeiras crenças do proferidor, no Górgias, é mencionado na ambiguidade irônica com que Sócrates alude ao livre curso dos apetites de Cálicles (que engendram a violência do seu lógos) e à qualidade psíquica pela qual a investigação 2 dialética pode chegar a bom termo. A franqueza (parrhēsía) é a garantia pela qual interlocutor assente a uma tese expressa e também um indicativo de que uma certa ordenação psíquica transpõe seu movimento próprio para o lógos. O discurso sem peias reproduz de modo direto a trama que entretece os afetos neste princípio de movimento e inteligência que é a psykhé. |
publishDate |
2011 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2011-06-22 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-10-10T13:13:34Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-10-10T13:13:34Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/30224 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/30224 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/1/Kosmos%20e%20Intelig%c3%aancia-Print-1.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/2/license.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30224/3/Kosmos%20e%20Intelig%c3%aancia-Print-1.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
1778c3761f318fd8b3f08c3db5d178b4 34badce4be7e31e3adb4575ae96af679 156de906645850e7c5ef8068b864428d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589577727803392 |