Imagens na imensidão: os iconotextos e o indizível em A imensidão íntima dos carneiros, de Marcelo Maluf

• Autor(a) principal: Gabriela Maria Hollanda Ferreira de Farias
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55397
• topic: Écfrase Iconotexto Indizível Literatura contemporânea brasileira, Marcelo Maluf; Maluf, Marcelo 1974- – Imensidão íntima dos carneiros – Crítica e interpretação; Ficção brasileira – História e crítica; Arte na literatura; Fotografia na literatura; Écfrase

O presente trabalho tem como objetivo investigar os iconotextos existentes no romance autofabulativo A imensidão íntima dos carneiros (2019) de Marcelo Maluf, buscando compreender em que medida o indizível habita as imagens dentro da narrativa. O autor contemporâneo brasileiro descendente de sírio-libaneses se dedicou a narrar a história de sua família sob as perspectivas fragmentadas dos personagens homônimos Marcelo e Assaad, neto e avô, frente ao trauma da guerra e da imigração. Os aspectos intermidiáticos desse romance são notáveis. Dentro dessa narrativa fragmentada se encontram descrições ou écfrases de pinturas, fotografias e danças que foram analisadas, levando em consideração seus contextos históricos e espaciais, de modo a entendermos quais eram suas funções (BERTHO, 2014) para a construção narrativa. Os iconotextos (LOUVEL, 2006, 2012) identificados são de dois tipos: asimagens in absentia e in praesentia. Concluímos que, dentre os iconotextos existentes, a pinturada Santa Ceia possui maior destaque dentro do romance, tendo como função estruturar a narrativa, para além de caracterizar os personagens, sobretudo no que tange ao personagem pictórico Judas Iscariotes, o qual está relacionado tanto com o personagem literário Marcelo quanto com o próprio autor Marcelo Maluf. Para tanto, utilizamos como base teórica qualitativa,além da fortuna crítica do autor: o conceito de autofabulação de COLONNA (2014) e o contexto histórico da imigração libanesa apontada por TRUZZI (2009, 2019) e GATTAZ (2012); a noção de indizibilidade de ARROUYE (2011) e SELIGMANN-SILVA (2003, 2008, 2010); as funções de BERTHO (2014); a noção de iconotexto de LOUVEL (2006, 2012); o modelo diferencial de ROBILLARD (1998) e um dos conceitos de écfrase de CLÜVER (1997); e, no que diz respeitoàs fotografias, os autores BARTHES (1984) e KOSSOY (1998, 2001, 2007).