Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniel Silva Porto
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AN2KRM
Resumo: Esse trabalho analisou o caso do Museu Itinerante Balaio da Capoeira, no contexto do processo de ressignificação dos museus e da capoeira no Brasil, no final do século XIX e início do século XX até a contemporaneidade. Atento as mudanças no olhar sobre o papel e lugar do negro na sociedade brasileira, com o reconhecimento de novas categorias do saber, de legislações específicas, na mudança dos discursos sobre a cultura afrobrasileira, e as categorias de exposições de arte ontem e hoje, com os diferentes dispositivos de pensar e mediar a cultura. A montagem de exposições fabricou narrativas históricas e míticas no final do século XIX e início do XX, em consonância com os conflituosos interesses dos estados/nações modernos. Na contemporaneidade, a cultura de massas com seus paradoxos, possibilitou o surgimento de novos modelos e dispositivos expográficos, o fazer artístico e a expansão dos padrões de consumo contribuiu para questionar os paradigmas clássicos. O que reconfigurou os discursos estéticos e o pensar a cultura, nas interfaces com a política e as políticas públicas, um processo de mudança do lugar e do papel do sujeito anônimo na história, e uma mudança também no olhar sobre os aportes, suportes ou dispositivos da criação e das exposições de arte e cultura. A arte, a antropologia e o reconhecimento dos saberes imateriais, contribuíram com esse deslocamento que inseriu novos atores sociais no processo histórico. Conceitualmente a cultura afrobrasileira conquistou o espaço institucional ao longo do século XX, uma transição do lugar e do papel do negro e da cultura afrobrasileira, expressos na formulação de leis e políticas públicas específicas no final do século XX e início do século XXI. Conquistas que se materializaram, entre outros aspectos, no reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2008. Os artefatos, objetos e memórias presentes no Museu Itinerante Balaio da Capoeira, simbolizam as conquistas no campo social, político e estético em que a autorepresentação do negro e da cultura afrobrasileira é evidenciada. Porém, outros desafios surgem no processo de salva guarda desses bens culturais e do ensino de arte. Quem vai contar a história dos diversos grupos, mestres e rodas? Como a educação, o ensino de arte e a história podem interagir nesse processo? A mediação cultural indica alguns caminhos.
id UFMG_8c97b50123f11f6433e85aae034a32f0
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AN2KRM
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Letícia WeiduschadtEvandro Jose Lemos da CunhaVirgilio Carlo de Menezes VasconcelosDaniel Silva Porto2019-08-09T17:02:22Z2019-08-09T17:02:22Z2016-04-16http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AN2KRMEsse trabalho analisou o caso do Museu Itinerante Balaio da Capoeira, no contexto do processo de ressignificação dos museus e da capoeira no Brasil, no final do século XIX e início do século XX até a contemporaneidade. Atento as mudanças no olhar sobre o papel e lugar do negro na sociedade brasileira, com o reconhecimento de novas categorias do saber, de legislações específicas, na mudança dos discursos sobre a cultura afrobrasileira, e as categorias de exposições de arte ontem e hoje, com os diferentes dispositivos de pensar e mediar a cultura. A montagem de exposições fabricou narrativas históricas e míticas no final do século XIX e início do XX, em consonância com os conflituosos interesses dos estados/nações modernos. Na contemporaneidade, a cultura de massas com seus paradoxos, possibilitou o surgimento de novos modelos e dispositivos expográficos, o fazer artístico e a expansão dos padrões de consumo contribuiu para questionar os paradigmas clássicos. O que reconfigurou os discursos estéticos e o pensar a cultura, nas interfaces com a política e as políticas públicas, um processo de mudança do lugar e do papel do sujeito anônimo na história, e uma mudança também no olhar sobre os aportes, suportes ou dispositivos da criação e das exposições de arte e cultura. A arte, a antropologia e o reconhecimento dos saberes imateriais, contribuíram com esse deslocamento que inseriu novos atores sociais no processo histórico. Conceitualmente a cultura afrobrasileira conquistou o espaço institucional ao longo do século XX, uma transição do lugar e do papel do negro e da cultura afrobrasileira, expressos na formulação de leis e políticas públicas específicas no final do século XX e início do século XXI. Conquistas que se materializaram, entre outros aspectos, no reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2008. Os artefatos, objetos e memórias presentes no Museu Itinerante Balaio da Capoeira, simbolizam as conquistas no campo social, político e estético em que a autorepresentação do negro e da cultura afrobrasileira é evidenciada. Porém, outros desafios surgem no processo de salva guarda desses bens culturais e do ensino de arte. Quem vai contar a história dos diversos grupos, mestres e rodas? Como a educação, o ensino de arte e a história podem interagir nesse processo? A mediação cultural indica alguns caminhos.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGArtesCapoeiraMuseu ItinerantePatrimônio ImaterialHistória e MemóriaMuseu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação culturalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALmibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdfapplication/pdf2194338https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AN2KRM/1/mibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf0e9291d83748d727ae23e865b981ce08MD51TEXTmibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf.txtmibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf.txtExtracted texttext/plain107453https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AN2KRM/2/mibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf.txtffbf13704b6edeb542ef48df2092b246MD521843/BUOS-AN2KRM2019-11-14 08:54:00.267oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AN2KRMRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T11:54Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
title Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
spellingShingle Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
Daniel Silva Porto
Capoeira
Museu Itinerante
Patrimônio Imaterial
História e Memória
Artes
title_short Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
title_full Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
title_fullStr Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
title_full_unstemmed Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
title_sort Museu itinerante balaio da capoeira: uma proposta de mediação cultural
author Daniel Silva Porto
author_facet Daniel Silva Porto
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Letícia Weiduschadt
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Evandro Jose Lemos da Cunha
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Virgilio Carlo de Menezes Vasconcelos
dc.contributor.author.fl_str_mv Daniel Silva Porto
contributor_str_mv Letícia Weiduschadt
Evandro Jose Lemos da Cunha
Virgilio Carlo de Menezes Vasconcelos
dc.subject.por.fl_str_mv Capoeira
Museu Itinerante
Patrimônio Imaterial
História e Memória
topic Capoeira
Museu Itinerante
Patrimônio Imaterial
História e Memória
Artes
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Artes
description Esse trabalho analisou o caso do Museu Itinerante Balaio da Capoeira, no contexto do processo de ressignificação dos museus e da capoeira no Brasil, no final do século XIX e início do século XX até a contemporaneidade. Atento as mudanças no olhar sobre o papel e lugar do negro na sociedade brasileira, com o reconhecimento de novas categorias do saber, de legislações específicas, na mudança dos discursos sobre a cultura afrobrasileira, e as categorias de exposições de arte ontem e hoje, com os diferentes dispositivos de pensar e mediar a cultura. A montagem de exposições fabricou narrativas históricas e míticas no final do século XIX e início do XX, em consonância com os conflituosos interesses dos estados/nações modernos. Na contemporaneidade, a cultura de massas com seus paradoxos, possibilitou o surgimento de novos modelos e dispositivos expográficos, o fazer artístico e a expansão dos padrões de consumo contribuiu para questionar os paradigmas clássicos. O que reconfigurou os discursos estéticos e o pensar a cultura, nas interfaces com a política e as políticas públicas, um processo de mudança do lugar e do papel do sujeito anônimo na história, e uma mudança também no olhar sobre os aportes, suportes ou dispositivos da criação e das exposições de arte e cultura. A arte, a antropologia e o reconhecimento dos saberes imateriais, contribuíram com esse deslocamento que inseriu novos atores sociais no processo histórico. Conceitualmente a cultura afrobrasileira conquistou o espaço institucional ao longo do século XX, uma transição do lugar e do papel do negro e da cultura afrobrasileira, expressos na formulação de leis e políticas públicas específicas no final do século XX e início do século XXI. Conquistas que se materializaram, entre outros aspectos, no reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2008. Os artefatos, objetos e memórias presentes no Museu Itinerante Balaio da Capoeira, simbolizam as conquistas no campo social, político e estético em que a autorepresentação do negro e da cultura afrobrasileira é evidenciada. Porém, outros desafios surgem no processo de salva guarda desses bens culturais e do ensino de arte. Quem vai contar a história dos diversos grupos, mestres e rodas? Como a educação, o ensino de arte e a história podem interagir nesse processo? A mediação cultural indica alguns caminhos.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-04-16
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-09T17:02:22Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-09T17:02:22Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AN2KRM
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AN2KRM
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AN2KRM/1/mibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AN2KRM/2/mibc___uma_proposta_de_media__o_cultural.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 0e9291d83748d727ae23e865b981ce08
ffbf13704b6edeb542ef48df2092b246
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676768574177280