Analisando o uso e a qualidade dos serviços de telessaúde na atenção primária: o caso de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Liliana Maria Madeira Dramos
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/43962; https://orcid.org/ 0000-0003-3401-5844
• topic: Telemedicina; Consulta remota; Gestão da qualidade; Indicadores de qualidade em sssistência à saúde; Atenção primária à saúde; Telemedicina; Consulta Remota; Gestão da Qualidade; Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Atenção Primária à Saúde

O uso das TIC está cada vez mais presente no setor de assistência à saúde para fornecer suporte e transmitir informações através de distâncias longas ou curtas. A telemedicina é vista como uma ferramenta importante para o enfrentamento desses desafios contemporâneos na saúde. Entretanto, apesar de as ações de Telessaúde atuarem, comprovadamente, de forma favorável às ações de saúde, é necessário reconhecer que existem riscos adicionais para a qualidade da assistência à saúde oferecida a distância. Por esse motivo, torna-se necessário continuar estudando não somente os resultados quantitativos sobre a ampliação do acesso a consultas e a diagnósticos via telemedicina, mas também desvendar questões que favorecem a utilização desse recurso em diferentes níveis de atenção, de forma que possam ser estabelecidos indicadores de estrutura, processos e resultados que efetivamente auxiliem na avaliação e na construção da qualidade desses serviços. OBJETIVO: Avaliar o uso e a qualidade dos serviços de telessaúde ofertados em Minas Gerais, a partir da normativa da ISO 13131, que dispõe sobre parâmetros de qualidade nos serviços de telessaúde. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa para os municípios que utilizam o recurso de telessaúde no estado de Minas Gerais, constituído de três etapas. A primeira delas consiste em identificar os municípios do estado que utilizam a telessaúde; na segunda etapa, elaborou-se e aplicou-se um questionário sobre qualidade de serviços de saúde de telessaúde, com base na ISO 13131, a partir de uma amostra estratificada. Na terceira etapa foram constituídos níveis de qualidade em telessaúde a partir dos dados coletados; para os níveis de qualidade da assistência foram utilizados os dados obtidos pelo PMAQ 2º ciclo realizado em 2014. Nesta etapa, buscou-se identificar se a qualidade da prestação de serviços de telessaúde está relacionada a um melhor resultado da qualidade de assistência à saúde na atenção primária, utilizando regressão logística. RESULTADOS: Foi identificado que do total de 853 municípios mineiros, 548 (64%) possuem registros de atividades de telessaúde. Na estratificação de nível de uso dos recursos, foi identificado que, do total de 548 municípios, 11% (59) possui baixo nível de utilização, 66% (360) possuem médio nível de uso e 24% (129) foram identificados com alto índice de utilização. Com base nessa amostra identificada, foi estruturado e aplicado um questionário de avaliação da qualidade dos serviços de telessaúde de acordo com parâmetros da ISO13131, o qual indicou que 186 (51%) dos municípios possuem alta qualidade em telessaúde; 136 (37%) possuem média qualidade e 44 (12%) possuem baixa qualidade. Após isso, foi realizada uma análise de associação entre a qualidade em telessaúde com a qualidade da assistência. Foi identificado que não houve associação entre a qualidade do cuidado e qualidade da assistência. Das diversas dimensões referentes a qualidade de telessaúde, nota-se que a dimensão Gestão da qualidade e do risco apresentou associação com a qualidade da assistência. CONCLUSÃO: O questionário apresentou-se como uma ferramenta consistente. A maioria dos municípios participantes obtiveram alta qualidade em telessaúde e a dimensão de Gestão da qualidade e risco apresentou associação com a qualidade da assistência.