A morte e o processo de morrer de crianças em terapia intensiva pediátrica: vivência do enfermeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniele Resende Silva Haddad
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/GCPA-6VZQAP
Resumo: Este estudo teve início a partir de minha inquietação em relação à morte de crianças hospitalizadas em uma unidade de terapia intensiva em que trabalhava como enfermeira. Não me sentia à vontade diante do processo de morte e do morrer das crianças, por isso interrogueise os demais enfermeiros que trabalhavam com terapia intensiva também sentiam algo diferente diante desse tipo de situação. Dessa maneira, neste estudo, meu objetivo é compreender a vivência do enfermeiro de terapia intensiva em relação ao processo de morte edo morrer da criança. A fenomenologia, como modalidade da pesquisa qualitativa, me possibilitou compreender a vivência do enfermeiro a partir de entrevistas realizadas com oito enfermeiras, que relataram de maneira muito rica suas vivências a partir da questão norteadora: Qual é a vivencia do enfermeiro de terapia intensiva diante do processo de morte e do morrer da criança? Busquei as descrições seguindo os passos da fenomenologia, tendo chegado a nove unidades de significado. Realizei a interpretação a partir do referencialfenomenológico sociológico de Alfred Schütz. O discurso das enfermeiras mostra que elas lutam sempre para tentar combater a morte e se sentem impotentes diante da morte decrianças; elas se recusam a aceitar a morte inesperada e se envolvem, bem como sofrem com a morte da criança; em alguns casos, a morte de uma criança traz alívio dado o estado de gravidade e sofrimento dela; elas sofrem junto com os pais a dor da perda de um filho; ficammais sensibilizadas depois que se tornam mães, além de construírem uma armadura para continuar trabalhando no local onde a morte é um fenômeno quase rotineiro. Assim, neste trabalho, mostro que as enfermeiras são seres que mantêm uma relação de intersubjetividadecom as crianças e com os pais delas, que vivenciam de maneira muito próxima a dor e o sofrimento dessas pessoas e que tentam criar barreiras no sentido de sofrerem menos no desenvolvimento de suas atividades.
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A fenomenologia, como modalidade da pesquisa qualitativa, me possibilitou compreender a vivência do enfermeiro a partir de entrevistas realizadas com oito enfermeiras, que relataram de maneira muito rica suas vivências a partir da questão norteadora: Qual é a vivencia do enfermeiro de terapia intensiva diante do processo de morte e do morrer da criança? Busquei as descrições seguindo os passos da fenomenologia, tendo chegado a nove unidades de significado. Realizei a interpretação a partir do referencialfenomenológico sociológico de Alfred Schütz. O discurso das enfermeiras mostra que elas lutam sempre para tentar combater a morte e se sentem impotentes diante da morte decrianças; elas se recusam a aceitar a morte inesperada e se envolvem, bem como sofrem com a morte da criança; em alguns casos, a morte de uma criança traz alívio dado o estado de gravidade e sofrimento dela; elas sofrem junto com os pais a dor da perda de um filho; ficammais sensibilizadas depois que se tornam mães, além de construírem uma armadura para continuar trabalhando no local onde a morte é um fenômeno quase rotineiro. Assim, neste trabalho, mostro que as enfermeiras são seres que mantêm uma relação de intersubjetividadecom as crianças e com os pais delas, que vivenciam de maneira muito próxima a dor e o sofrimento dessas pessoas e que tentam criar barreiras no sentido de sofrerem menos no desenvolvimento de suas atividades.This study started from my restlessness in relation to the death of children hospitalized in an intensive care unit in which I worked as a nurse. I didnt feel comfortable in the face of the death process and of the dying of children. Because of this I asked the other nurses thatworked with intensive care if they also felt something different in front of this kind of situation. Thus, in this study, my goal is to understand the experience of the intensive care nurse in relation to the death process and the dying of children, The phenomenology, as modality of qualitative research, made it possible for me the understanding of the nurseexperience from the interviews made with eight nurses, that reported in a very active way their experiences from a direct question: What is the experience of the intensive care nurse like in the face of the death process and the dying of the child? I searched the descriptionsfollowing the steps of the phenomenology and I got to nine meaning units. I interpreted from the sociological phenomenological referential of Alfred Schütz. The speech of the nurses show that they always fight to combat the death and they feel impotent when they face thedeath of children; they refuse to accept the unexpected death and get involved, as well as suffer, with a childs death; in some cases, a childs death brings relief if his or her state is very serious and it is causing too much suffering; They (the nurses) suffer along with theparents the pain caused by the loss of a child; they get more sensitized after they become mothers. Besides they build an armor to continue working in a place where death is an almost habitual phenomenon. Thus, in this work, I show that the nurses are beings that keepan intersubjectivity relation with the children and with their parents and follow in a very close way the pain and the suffering of these people and try to create barriers aiming less suffering in the development of their activities.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMorte súbitaEnfermagemCriança hospitalizadaEnfermeiras/psicologiaUnidades de terapia intensiva pediátricaRelações profissional-famíliaRelações enfermeiro-pacienteExistencialismoPesquisa qualitativaAdolescenteMorteAtitude frente a morteLactentePré-escolarCriançaTerapia intensivaMorte de criançasEnfermagemA morte e o processo de morrer de crianças em terapia intensiva pediátrica: vivência do enfermeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdaniele_haddad.pdfapplication/pdf412583https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-6VZQAP/1/daniele_haddad.pdf07e9683fc6eea9dc3515c904751c1d54MD51TEXTdaniele_haddad.pdf.txtdaniele_haddad.pdf.txtExtracted texttext/plain185145https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/GCPA-6VZQAP/2/daniele_haddad.pdf.txt0f6417356f1f8f4633cec8c1554bee2dMD521843/GCPA-6VZQAP2019-11-14 17:42:14.041oai:repositorio.ufmg.br:1843/GCPA-6VZQAPRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:42:14Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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