Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camila Silva Nicácio
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Júlia Silva Vidal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://doi.org/10.12818/P.0304-2340.2017V70P197
http://hdl.handle.net/1843/39420
https://orcid.org/0000-0002-8246-2211
https://orcid.org/0000-0002-0139-262X
Resumo: O acautelamento de adolescentes travestis e transexuais autores de ato infracional representa um ponto de fragilidade na política nacional de socioeducação, uma vez consideradas a invisibilidade e vulnerabilidade a que estão expostos. Por meio de uma abordagem qualitativa, baseada em levantamento bibliográfico e estudo de caso, objetivou-se demonstrar referida fragilidade à luz do marco teórico da doutrina da Proteção Integral, mormente no que toca à responsabilização dos adolescentes. Apontou-se, igualmente, o desenvolvimento das principais discussões em torno da categoria gênero e a forma pela qual tais discussões contribuíram para o reconhecimento das vivências de travestis e transexuais. Restitui-se, finalmente, sentença inédita da Justiça Infracional com relação ao acautelamento de uma adolescente travesti no sistema socioeducativo mineiro. A hipótese inicial, confirmada ao final, foi a de que o tratamento do tema carece de mobilização do direito para além dos códigos morais e das normas postas, em que se leve em conta, sobretudo, o respeito à autonomia individual.
id UFMG_9946a40b3721f1e2085a7e13bca54054
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/39420
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling 2022-02-16T13:57:19Z2022-02-16T13:57:19Z201770197226http://doi.org/10.12818/P.0304-2340.2017V70P1971984-1841http://hdl.handle.net/1843/39420https://orcid.org/0000-0002-8246-2211https://orcid.org/0000-0002-0139-262XO acautelamento de adolescentes travestis e transexuais autores de ato infracional representa um ponto de fragilidade na política nacional de socioeducação, uma vez consideradas a invisibilidade e vulnerabilidade a que estão expostos. Por meio de uma abordagem qualitativa, baseada em levantamento bibliográfico e estudo de caso, objetivou-se demonstrar referida fragilidade à luz do marco teórico da doutrina da Proteção Integral, mormente no que toca à responsabilização dos adolescentes. Apontou-se, igualmente, o desenvolvimento das principais discussões em torno da categoria gênero e a forma pela qual tais discussões contribuíram para o reconhecimento das vivências de travestis e transexuais. Restitui-se, finalmente, sentença inédita da Justiça Infracional com relação ao acautelamento de uma adolescente travesti no sistema socioeducativo mineiro. A hipótese inicial, confirmada ao final, foi a de que o tratamento do tema carece de mobilização do direito para além dos códigos morais e das normas postas, em que se leve em conta, sobretudo, o respeito à autonomia individual.The imprisonment of teen transvestites and transsexuals who commit infractions constitutes a fragile point on Brazilian’s socioeducational policy, once considered the invisibility and vulnerability that they are exposed to. Throughout a qualitative approach based on literature and case studies, the aim was to demonstrate such fragility in light of the theoretical framework of the Doctrine of Integral Protection, particularly on the responsibilization of those teenagers. The development of the main discussions on gender and the way through which those discussions contributed to the recognition of transvestite and transsexual experiences have been likewise pointed out. As last, the unprecedented sentence from the Brazilian Juvenile Justice System in relation to the imprisonment of a teen transvestite on the socio-educational system of Minas Gerais is reconstituted. The initial hypotheses, confirmed as last, was that the approach to this subject lacks of a mobilization of the Law aside from moral codes and put norms, considering, mainly, the respect to personal autonomy.porUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGBrasilDIR - DEPARTAMENTO DE DIREITO DO TRABALHO E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITORevista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas GeraisDireitos humanosIdentidade de gêneroTransexualidadeAssistência a menoresJustiçaJustiça infanto-juvenilSistema socioeducativoGêneroTravestilidadeTransexualidadeJustiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitosJuvenile justice system, transvestility and transsexuality: notes on the developement of rightsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revista.direito.ufmg.br/index.php/revista/article/view/1845Camila Silva NicácioJúlia Silva Vidalapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGLICENSELicense.txtLicense.txttext/plain; charset=utf-82042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/39420/1/License.txtfa505098d172de0bc8864fc1287ffe22MD51ORIGINALJustiça infanto-juvenil_ travestilidade e transexualidade.pdfJustiça infanto-juvenil_ travestilidade e transexualidade.pdfapplication/pdf567387https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/39420/2/Justi%c3%a7a%20infanto-juvenil_%20travestilidade%20e%20transexualidade.pdf6846eeb74e1d92e599b13e371d6abaafMD521843/394202022-02-16 10:57:19.362oai:repositorio.ufmg.br:1843/39420TElDRU7vv71BIERFIERJU1RSSUJVSe+/ve+/vU8gTu+/vU8tRVhDTFVTSVZBIERPIFJFUE9TSVTvv71SSU8gSU5TVElUVUNJT05BTCBEQSBVRk1HCiAKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50Ye+/ve+/vW8gZGVzdGEgbGljZW7vv71hLCB2b2Pvv70gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbu+/vW8gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ++/vXZlbCBkZSByZXByb2R1emlyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cu+/vW5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mg77+9dWRpbyBvdSB277+9ZGVvLgoKVm9j77+9IGRlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zvv710aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2Pvv70gY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250Ze+/vWRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLgoKVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPvv71waWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFu77+9YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZh77+977+9by4KClZvY++/vSBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNh77+977+9byDvv70gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9j77+9IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vu77+9YS4gVm9j77+9IHRhbWLvv71tIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVw77+9c2l0byBkZSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gbu+/vW8sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd177+9bS4KCkNhc28gYSBzdWEgcHVibGljYe+/ve+/vW8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY++/vSBu77+9byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2Pvv70gZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc++/vW8gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7vv71hLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3Tvv70gY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250Ze+/vWRvIGRhIHB1YmxpY2Hvv73vv71vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0Hvv73vv71PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ++/vU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfvv71OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0Pvv70gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklT77+9TyBDT01PIFRBTULvv71NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0Hvv73vv71FUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l077+9cmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNh77+977+9bywgZSBu77+9byBmYXLvv70gcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJh77+977+9bywgYWzvv71tIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7vv71hLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-02-16T13:57:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Juvenile justice system, transvestility and transsexuality: notes on the developement of rights
title Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
spellingShingle Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
Camila Silva Nicácio
Justiça infanto-juvenil
Sistema socioeducativo
Gênero
Travestilidade
Transexualidade
Direitos humanos
Identidade de gênero
Transexualidade
Assistência a menores
Justiça
title_short Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
title_full Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
title_fullStr Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
title_full_unstemmed Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
title_sort Justiça infanto-juvenil, travestilidade e transexualidade: apontamentos sobre a marcha dos direitos
author Camila Silva Nicácio
author_facet Camila Silva Nicácio
Júlia Silva Vidal
author_role author
author2 Júlia Silva Vidal
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Camila Silva Nicácio
Júlia Silva Vidal
dc.subject.por.fl_str_mv Justiça infanto-juvenil
Sistema socioeducativo
Gênero
Travestilidade
Transexualidade
topic Justiça infanto-juvenil
Sistema socioeducativo
Gênero
Travestilidade
Transexualidade
Direitos humanos
Identidade de gênero
Transexualidade
Assistência a menores
Justiça
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Direitos humanos
Identidade de gênero
Transexualidade
Assistência a menores
Justiça
description O acautelamento de adolescentes travestis e transexuais autores de ato infracional representa um ponto de fragilidade na política nacional de socioeducação, uma vez consideradas a invisibilidade e vulnerabilidade a que estão expostos. Por meio de uma abordagem qualitativa, baseada em levantamento bibliográfico e estudo de caso, objetivou-se demonstrar referida fragilidade à luz do marco teórico da doutrina da Proteção Integral, mormente no que toca à responsabilização dos adolescentes. Apontou-se, igualmente, o desenvolvimento das principais discussões em torno da categoria gênero e a forma pela qual tais discussões contribuíram para o reconhecimento das vivências de travestis e transexuais. Restitui-se, finalmente, sentença inédita da Justiça Infracional com relação ao acautelamento de uma adolescente travesti no sistema socioeducativo mineiro. A hipótese inicial, confirmada ao final, foi a de que o tratamento do tema carece de mobilização do direito para além dos códigos morais e das normas postas, em que se leve em conta, sobretudo, o respeito à autonomia individual.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-02-16T13:57:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-02-16T13:57:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/39420
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv http://doi.org/10.12818/P.0304-2340.2017V70P197
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1984-1841
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-8246-2211
https://orcid.org/0000-0002-0139-262X
url http://doi.org/10.12818/P.0304-2340.2017V70P197
http://hdl.handle.net/1843/39420
https://orcid.org/0000-0002-8246-2211
https://orcid.org/0000-0002-0139-262X
identifier_str_mv 1984-1841
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv DIR - DEPARTAMENTO DE DIREITO DO TRABALHO E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/39420/1/License.txt
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/39420/2/Justi%c3%a7a%20infanto-juvenil_%20travestilidade%20e%20transexualidade.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv fa505098d172de0bc8864fc1287ffe22
6846eeb74e1d92e599b13e371d6abaaf
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589186310111232