Educação estética e renovação pedagógica em Minas Gerais (décadas de 1920 e 1930)

• Autor(a) principal: Nádia Bueno Rezende
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/40351
• topic: Educação estética; Educação dos sentidos e sensibilidades; Renovação pedagógica; Estética; Modernidade; Educação; Educação - História - Minas Gerais; Estética - Aspectos educacionais - História; Escola nova - História - Minas Gerais; Modernidade - História - Aspectos educacionais; Reforma do ensino

Temos como objetivo desta tese analisar o debate sobre educação estética em Minas Gerais, em diferentes âmbitos, mas principalmente no campo pedagógico, nas décadas de 1920 e 1930, quando estiveram em curso no Brasil modificações na vida material, no plano da cultura, além de reformas educacionais e uma renovação pedagógica proposta a partir dos pressupostos do movimento da Escola Nova. No contexto do crescimento urbano industrial, do desenvolvimento da economia global e da disseminação de valores burgueses, os debates sobre educação estética tiveram característica polissêmica. Desse modo, nossa hipótese é a de que os apelos à educação estética se vincularam às demandas por uma nova educação dos sentidos, para a formação de novas sensibilidades, em sintonia com as transformações sociais, culturais e econômicas em curso. Utilizamos como fontes documentais impressos, periódicos diversos, legislações e livros de época, localizadas em diferentes acervos, com destaque para revistas pedagógicas e modernistas, além de jornais em circulação. Realizamos estudos teóricos e conceituais, com ênfase nas contribuições de Jacques Rancière e Terry Eagleton, bem como de outros autores do campo da história e história da educação. Organizamos a tese em quatro capítulos. No primeiro, realizamos um estudo teórico sobre diferentes proposições de educação estética em profusão no contexto europeu desde fins do século XVIII. No segundo capítulo, investigamos o tratamento da temática estética no Brasil, em específico Minas Gerais, no contexto de debates sobre o Modernismo, nas décadas de 1920 e 1930. No terceiro capítulo, analisamos a dimensão polissêmica presente nas propostas de educação estética, destacando, por um lado, as suas potencialidades para o desenvolvimento dos sujeitos e, por outro, a necessidade de conformar o sensível em diretrizes pedagógicas. No quarto e último capítulo, priorizamos a investigação sobre os vínculos entre educação estética e formação moral elaborados no âmbito dos valores católicos, da conformação para o trabalho e da fixação de padrões de beleza e conduta. Como considerações finais, destacamos que a proposição de uma educação estética envolveu o apuro e o aperfeiçoamento dos sentidos e das sensibilidades visando a atuação criativa no mundo, mas, também, o simples esteticismo, isto é, a pura estimulação sensorial e, ainda, a mera estetização de determinados valores. Mas essas fronteiras não foram demarcadas nitidamente, e, sendo assim, consideramos que perscrutar a polissemia dos debates sobre educação estética é uma maneira de resgatarmos a potência revolucionária contida nessa proposição.