Perspectivas ocupacionais de jovens com transtorno do espectro do autismo concluintes do ensino médio

• Autor(a) principal: Isabela Corrêa Borges
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/64564
• topic: transtorno do espectro autista; perspectivas ocupacionais; jovens; ensino médio; Transtorno do espectro autista; Ensino médio; Autismo - Estudo de caso

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é caracterizado pela dificuldade na interação social, pela presença de padrões repetitivos de comportamento e de interesse que afetam a funcionalidade do indivíduo. A literatura apresenta estudos sobre as perspectivas futuras de pessoas com deficiência intelectual, dos cuidadores das pessoas com TEA acerca do seu futuro, das vivências familiares da pessoa com TEA e diversos estudos com o público infantil. No entanto, percebe-se que as perspectivas dos próprios jovens com TEA não são exploradas. Este estudo tem como objetivo conhecer as perspectivas ocupacionais dos jovens com TEA após a conclusão do Ensino Médio. Trata-se de um estudo qualitativo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos (CAAE), na qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco jovens com TEA concluintes ou que concluíram há um ano o ensino médio, com idade entre dezesseis e dezoito anos, sendo três do sexo masculino e dois do feminino, de diferentes cidades da região Sudeste do Brasil, em formato online por meio da plataforma Google Meet®. As entrevistas foram tratadas por meio da análise de conteúdo. Os participantes apresentaram perspectivas ocupacionais de estudo e trabalho semelhantes aos jovens com desenvolvimento neurotípico, almejando ingressar no ensino superior e no trabalho com incertezas acerca das escolhas dos cursos universitários. As perspectivas apresentadas são influenciadas pelas vivências escolares exitosas ou não, pelo apoio familiar e influência materna. Em relação aos relacionamentos amorosos, os jovens demonstraram insegurança e despreparo para habilidades relacionais, vislumbrando para o futuro o início de namoros. O acesso a esses/essas jovens demandou um tempo grande para aproximação com a pesquisadora e foi marcado pela presença das mães como mediadoras para garantir a segurança e conforto dos/das participantes, uma vez que a pesquisadora era uma figura desconhecida aos participantes. Esses dados revelam que os/as estudantes com TEA que conseguem alcançar o ensino médio e, portanto, se encaixam no perfil de menor demanda de suporte, apresentam, cognitivamente, condições de projetar continuidade de estudos e inserção no trabalho, mas apresentam dificuldades relacionais que dificultam ou impedem a entrada em diferentes tipos de relacionamentos.