Grupo escolar de Lavras: produzindo uma instituição modelar em Minas Gerais (1907-1918)

• Autor(a) principal: Jardel Costa Pereira
• Data de Publicação: 2005
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/FAEC-858MHL
• topic: Modelagem escolar em MG; Educação; Grupo Escolar de Lavras; Educação moral e civica; Educação de crianças; Alunos; Trabalho e educação; Tempo escolar

Neste trabalho, discorro sobre a educação pública primária mineira, no período que vai dos primeiros anos ao final da segunda década do século XX, quando houve a afirmação de uma nova forma escolar no Estado de Minas Gerais, investigando o movimento de instalação, organização e consolidação do primeiro Grupo Escolar da cidade de Lavras, a partir da reforma das escolas públicas primárias acontecida no Governo de João Pinheiro em 1906. Retratando especificamente o Grupo Escolar de Lavras, cidade localizada na região sul do Estado de Minas Gerais, acompanhando a ordenação de uma nova cultura escolar, rica e complexa, com os elementos que a compõem como um fenômeno que educa, seja por meio dos tempos, dos espaços, dos sujeitos e dos conhecimentos escolarizados. Considerando esses aspectos, evitei mera abordagem descritiva dos fatos históricos, numa leitura linear das fontes. Tentei construir a identidade histórica do Grupo Escolar de Lavras, contextualizando-a e percebendo-a inserida numa comunidade e região, conforme especificou Justino Magalhães. Parto do entendimento de Justino Magalhães de que, numa pesquisa histórica de uma instituição educativa não se deve deixar de integrá-la na realidade mais ampla que é o sistema educativo, contextualizá-la, implicando-a no quadro de evolução de uma comunidade e de uma região, sistematizando e (re) escrevendo-lhe o trajeto de vida multidimensional que permite conferir-lhe um sentido histórico. Isso implicaria a reconceptualização da relação construída entre uma instituição educativa e sua comunidade, descobrindo qual o seu sentido histórico, utilizando um trabalho hermenêutico desafiador, que não se resolve através da acumulação ou da justaposição de informação e que interpela o devir espácio-temporal, na relação entre espaços, agentes, meios, atitudes, culturas, valores, interesses, motivações, racionalidades que se traduzem na acção educativa. Dessas relações processuais se produziria um conhecimento da ação educativa, partindo dos produtos para os processos, integrados entre si e contextualizados, o que culminaria num percurso investigativo onde a relação histórica das instituições educativas com o meio envolvente é, não obstante, uma vida fundamental na estruturação do conhecimento.