A escola e as mulheres em privação de liberdade: o cotidiano de uma turma de alfabetização entre a cela e a sala de aula.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Cristina da Silva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AA3F95
Resumo: Esta tese tem por objetivo apresentar processos de aquisição da leitura e da escrita de mulheres em privação de liberdade de uma escola em uma unidade prisional no estado de Minas Gerais. O estudo que tomou como princípio metodológico a pesquisa de cunho etnográfico, registrou em caderno de campo as observações sobre as alunas de uma turma de alfabetização e as várias atividades desenvolvidas pela professora, bem como atividades coletivas proporcionadas por todos os profissionais da escola, por um período de oito meses. Buscou-se nesses registros de campo captar o papel da leitura e da escrita naquele contexto escolar, como se desenvolvem a leitura e a escrita nele, os significados que a escola e as atividades escolares têm para os sujeitos pesquisados. A pesquisa aponta para a presença de diversos gêneros textuais e vários portadores de textos no mundo prisional em que as restrições não se aplicam aos textos, mas a convenções e regras de disciplinamento e controle: Controle sobre as mulheres encarceradas e aos profissionais que atuam na escola. O cerceamento é mais evidente na imposição de regras estabelecidas pelo presídio sobre o cotidiano escolar produzindo tensões e disputas. A escola aparece como necessária mediante o cumprimento da lei e é reafirmada pelo presídio como importante para remição de pena e ressocialização das detentas. Para elas, a sala de aula vai além de aprender ler e escrever, é um espaço fora da cela, de convívio com outros que não estão no cárcere, de escuta para as questões pessoais, de aconselhamento. A busca por diminuir o tempo de permanência no cárcere, de trocar informações. De conversas mais livres, de rir, chorar, brincar. A escola tem o propósito de proporcionar a educação tomando-a como um direito humano. As condições de trabalho são precárias e o vínculo trabalhista provisório. Os professores não possuem qualificação para atuarem na EJA nas prisões, tampouco recebem apoio da Secretaria de Estado de Educação para tanto.
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Buscou-se nesses registros de campo captar o papel da leitura e da escrita naquele contexto escolar, como se desenvolvem a leitura e a escrita nele, os significados que a escola e as atividades escolares têm para os sujeitos pesquisados. A pesquisa aponta para a presença de diversos gêneros textuais e vários portadores de textos no mundo prisional em que as restrições não se aplicam aos textos, mas a convenções e regras de disciplinamento e controle: Controle sobre as mulheres encarceradas e aos profissionais que atuam na escola. O cerceamento é mais evidente na imposição de regras estabelecidas pelo presídio sobre o cotidiano escolar produzindo tensões e disputas. A escola aparece como necessária mediante o cumprimento da lei e é reafirmada pelo presídio como importante para remição de pena e ressocialização das detentas. Para elas, a sala de aula vai além de aprender ler e escrever, é um espaço fora da cela, de convívio com outros que não estão no cárcere, de escuta para as questões pessoais, de aconselhamento. A busca por diminuir o tempo de permanência no cárcere, de trocar informações. De conversas mais livres, de rir, chorar, brincar. A escola tem o propósito de proporcionar a educação tomando-a como um direito humano. As condições de trabalho são precárias e o vínculo trabalhista provisório. Os professores não possuem qualificação para atuarem na EJA nas prisões, tampouco recebem apoio da Secretaria de Estado de Educação para tanto.This thesis aims to present the acquisition of reading and writing processes of women deprivation of liberty of a school in a prison unit in the state of Minas Gerais. The study that took as methodological principle to ethnographic research, recorded in a diary notes about the students in a class literacy and the various activities carried out by the teacher, as well as group activities provided by all school personnel, by an eight months. We attempted to these field reports capture the role of reading and writing at the school context, how it develops reading and writing on it, the meanings that the school and school activities are for research subjects. The research points to the presence of various genres and various carriers texts in the prison world where the restrictions do not apply to texts, but the conventions and rules of discipline and control: Control of incarcerated women and professionals who work in school. The restriction is most evident in the imposition of rules established by the prison on the school routine producing tensions and disputes. The school appears as required by the rule of law and is endorsed by the prison as important for redemption penalty and social rehabilitation of inmates. For them, the classroom goes beyond learning to read and write, it is a space outside the cell, living with others who are not in jail, listening to personal issues, counseling. The search for decreasing the time spent in prison, to exchange information. Freer conversations, laugh, cry, play. The school aims to provide education taking it as a human right. The working conditions are precarious and temporary employment relationship. Teachers have no qualifications to work in adult education in prisons, nor receive support from the State Department of Education for both.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEducação femininaEiterer, Carmem LúciaAlfabetização de adultosEducaçãoPrisões EducaçãoPrisioneiras EducaçãoPresídioEducaçãoMulheresA escola e as mulheres em privação de liberdade: o cotidiano de uma turma de alfabetização entre a cela e a sala de aula.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_maria_cristina_da_silva.pdfapplication/pdf4882457https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AA3F95/1/tese_maria_cristina_da_silva.pdf52adc52ec10022576fc231faf2843f8dMD51TEXTtese_maria_cristina_da_silva.pdf.txttese_maria_cristina_da_silva.pdf.txtExtracted texttext/plain505467https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AA3F95/2/tese_maria_cristina_da_silva.pdf.txt0f74c2c7206706583ab0c116b14a5a93MD521843/BUBD-AA3F952019-11-14 04:04:23.181oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AA3F95Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:04:23Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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