As inspirações estoicas da filosofia da natureza e do conhecimento de Margaret Cavendish
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/52048 https://orcid.org/0000-0002-0075-6663 |
Resumo: | A tese de doutorado debruça-se sobre os textos de epistemologia e filosofia natural de Margaret Cavendish, pensadora e literata inglesa do século XVII, buscando empreender paralelos entre a sua teoria e a teoria do primeiro estoicismo grego do período helenista. Argumento que muito da sua filosofia bebe na fonte dos estoicos, mais do que é normalmente reconhecido pela literatura especializada. Busca-se defender que, na física e na gnosiologia cavendishiana de maturidade, podemos ler, com muitos ganhos hermenêuticos, uma influência considerável da primeira stoá. Quanto à epistemologia, analiso o pensamento do pórtico nas figuras de seus três primeiros escolarcas – Zenão, Cleantes e Crisipo, tentando apresentar uma interpretação de alguns de seus conceitos principais sobre o assunto, especial atenção sendo dada à questão da percepção e da impressão compreensiva. Apresento, em sequência, a filosofia do conhecimento de Cavendish, propondo aproximações e distanciamentos entre os dois sistemas e teorias sobre a percepção e sobre o mundo. Para mostrar o alcance da tese, um capítulo é, então, dedicado à crítica que a duquesa de Newcastle realiza contra a filosofia experimental da Royal Society, em prol de mostrar que, ao ler nas entrelinhas da pensadora moderna uma influência estoica, podemos compreender de maneira mais completa sua investida contra os experimentos mediados por instrumentos óticos. Na segunda unidade da tese, é abordada a questão da física estoica e cavendishiana, além das aproximações e distanciamentos em suas caracterizações do cosmos como um ser vivente, sensível e racional. Tópicos de ontologia, cosmologia e mecânica são analisados tanto em sua vertente da stoá quanto na versão da filosofia de Lady Margaret, de modo a desenvolver o cotejamento entre os dois pontos de vista sobre o universo, mostrando a influência intensa exercida pelo pensamento estoico na teoria física cavendishana. Por fim, apresenta-se um capítulo dedicado à pesquisa histórica acerca da maneira através da qual a filósofa teria tido contato com a epistemologia e a física dos primeiros estoicos, encontrando como elo entre as duas teorias a robusta História da Filosofia de Thomas Stanley. Busca-se, como um todo, afirmar que mais claro fica o texto cavendishiano se nele considerarmos que há uma inspiração estoica que alimenta a proposta original da filósofa. Ademais, outro importante objetivo da tese encontra-se ao que é confrontado o posicionamento no qual Cavendish teria simplesmente apresentado fantasias impensadas como a sua filosofia, de modo que é defendido nestas páginas que o sistema intelectual da pensadora britânica moderna deve ser levado a sério e possui uma robustez filosófica considerável, contrariando as leituras que querem ver em Cavendish somente a designação de “Mad Madge”. |
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Lívia Mara Guimarãeshttp://lattes.cnpq.br/5653784199697401Magda Guadalupe dos SantosBruno Batista PettersenAldo Lopes DinucciPatricia Coradim Sitahttp://lattes.cnpq.br/5514339585983136Matheus Tonani Marques Pereira2023-04-17T00:25:02Z2023-04-17T00:25:02Z2021-12-03http://hdl.handle.net/1843/52048https://orcid.org/0000-0002-0075-6663A tese de doutorado debruça-se sobre os textos de epistemologia e filosofia natural de Margaret Cavendish, pensadora e literata inglesa do século XVII, buscando empreender paralelos entre a sua teoria e a teoria do primeiro estoicismo grego do período helenista. Argumento que muito da sua filosofia bebe na fonte dos estoicos, mais do que é normalmente reconhecido pela literatura especializada. Busca-se defender que, na física e na gnosiologia cavendishiana de maturidade, podemos ler, com muitos ganhos hermenêuticos, uma influência considerável da primeira stoá. Quanto à epistemologia, analiso o pensamento do pórtico nas figuras de seus três primeiros escolarcas – Zenão, Cleantes e Crisipo, tentando apresentar uma interpretação de alguns de seus conceitos principais sobre o assunto, especial atenção sendo dada à questão da percepção e da impressão compreensiva. Apresento, em sequência, a filosofia do conhecimento de Cavendish, propondo aproximações e distanciamentos entre os dois sistemas e teorias sobre a percepção e sobre o mundo. Para mostrar o alcance da tese, um capítulo é, então, dedicado à crítica que a duquesa de Newcastle realiza contra a filosofia experimental da Royal Society, em prol de mostrar que, ao ler nas entrelinhas da pensadora moderna uma influência estoica, podemos compreender de maneira mais completa sua investida contra os experimentos mediados por instrumentos óticos. Na segunda unidade da tese, é abordada a questão da física estoica e cavendishiana, além das aproximações e distanciamentos em suas caracterizações do cosmos como um ser vivente, sensível e racional. Tópicos de ontologia, cosmologia e mecânica são analisados tanto em sua vertente da stoá quanto na versão da filosofia de Lady Margaret, de modo a desenvolver o cotejamento entre os dois pontos de vista sobre o universo, mostrando a influência intensa exercida pelo pensamento estoico na teoria física cavendishana. Por fim, apresenta-se um capítulo dedicado à pesquisa histórica acerca da maneira através da qual a filósofa teria tido contato com a epistemologia e a física dos primeiros estoicos, encontrando como elo entre as duas teorias a robusta História da Filosofia de Thomas Stanley. Busca-se, como um todo, afirmar que mais claro fica o texto cavendishiano se nele considerarmos que há uma inspiração estoica que alimenta a proposta original da filósofa. Ademais, outro importante objetivo da tese encontra-se ao que é confrontado o posicionamento no qual Cavendish teria simplesmente apresentado fantasias impensadas como a sua filosofia, de modo que é defendido nestas páginas que o sistema intelectual da pensadora britânica moderna deve ser levado a sério e possui uma robustez filosófica considerável, contrariando as leituras que querem ver em Cavendish somente a designação de “Mad Madge”.In this doctoral thesis, Margaret Cavendish’s texts concerning epistemology and natural philosophy are analysed in the light of a possible stoic inspiration. Cavendish is a 17th century thinker whose philosophy is, I argue, deeply indebted to the first stoics, more than what is usually recognized by the commentators. Firstly, in the part dedicated to the philosophy of knowledge, the study begins by presenting an interpretation on several stoic key concepts on the matter, with special attention being brought on the topic of perception and of the kataleptic impressions, both main contributions of the Greek stoa on knowledge. Furthermore, it is presented Cavendish’s philosophy of knowledge, in conjunction with some proposed proximities and distances from the stoic system. Following the comparison, which shows the stoic influence in Lady Margaret’s epistemology, it is proposed that this reading sheds some light in the famous cavendishian critique of the Royal Society’s experimentations with the newly invented optic instruments: the telescope and microscope. In the second unit, the physics portion of the philosophy of the porch is considered and Cavendish’s position is once again compared to it, considering both accounts describe the cosmos as a living, sensible and rational being. This part will discuss various topics on ontology, cosmology, and mechanics present in the physics of the Greek stoa and the philosophical texts of the duchess of Newcastle. The last part and chapter of the thesis is dedicated to the historical research on how the philosopheress could have been acquainted with the stoic philosophy of knowledge and of the world. The link between both theories is the lengthy History of Philosophy by Thomas Stanley, a work that Cavendish studied and that contained nearly every aspect of the thought of the first stoics that were later incorporated (or not) in her own philosophy. It is defended, in these pages, that Cavendish’s texts will show themselves clearer to us if we consider the possibility of a stoic inspiration in the original reflexions presented by the English philosopher. Another important goal of the text is to confront readings of Cavendish that assert that she would have only presented irrational fancies as her philosophy, which is absurd, if many of her main stances is also defended by one of the most influential antient school of thought. It is also defended that her intellectual system must be taken seriously by scholars because it possesses a considerable amount of internal coherence, contrary to those who want to see in Cavendish only the poor “Mad Madge”.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessFilosofia - TesesCavendish, Margaret, Duquesa de Newcastle,1623-1673Vitalismo - TesesMaterialismo - TesesMargaret CavendishEstoicismoSensibilidade e razãoTeoria da percepçãoVitalismoMaterialismoAs inspirações estoicas da filosofia da natureza e do conhecimento de Margaret CavendishThe stoic inspirations of Margaret Cavendish's philosophy of nature and knowledgeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALAs inspirações estoicas na filosofia da natureza e do conhecimento de Margaret Cavendish (repositório UFMG).pdfAs inspirações estoicas na filosofia da natureza e do conhecimento de Margaret Cavendish (repositório UFMG).pdfapplication/pdf2409545https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52048/4/As%20inspira%c3%a7%c3%b5es%20estoicas%20na%20filosofia%20da%20natureza%20e%20do%20conhecimento%20de%20Margaret%20Cavendish%20%28reposit%c3%b3rio%20UFMG%29.pdff2f44dce1449d73cddadccb263e8d909MD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52048/5/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8914https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/52048/2/license_rdff9944a358a0c32770bd9bed185bb5395MD521843/520482023-04-16 21:25:02.499oai:repositorio.ufmg.br:1843/52048TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-04-17T00:25:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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