A literatura e suas apropriações por jovens leitores

• Autor(a) principal: Maria Zelia Versiani Machado
• Data de Publicação: 2003
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/IOMS-5W4J8H
• topic: Letramento; Formação de leitores; Leitura literária; Leitura Aprendizagem ; Educação; Leitores e leitura ; Letramento

Esta pesquisa analisa o que lêem e como interagem com livros de literatura os jovens que se encontram na fase de formação humana que corresponde à faixa etária de 10 a 14 anos, em dois contextos escolares, que, apesar de unidos por um projeto denominado Giroletras, caracterizam diferentes possibilidades de leituras da literatura, pois as condições - sociais, históricas, econômicas, culturais - que definem o letramento literário de uma e outra comunidade de leitores são distintas. A tese propõe um desenvolvimento que considera antes as práticas escolares de leitura literária, nos espaços de mediação das bibliotecas e das salas de aula, por meio da análise de ações e representações da literatura implícitas nos discursos e nas práticas das mediadoras, percurso necessário para se chegar depois aos modos de apropriação dos jovens, seu principal objetivo. Na biblioteca escolar e na sala da aula, os discursos que se tecem sobre a leitura literária insinuam diferentes modos de relação dos sujeitos-leitores com os livros. O primeiro espaço - o da biblioteca - se coloca com grande visibilidade quando se procura entender o lugar que ocupa a literatura nas escolas, pois é onde as mediações possíveis da leitura literária se descolam do âmbito restrito das mediações didatizadas, o que faz supor uma movimentação menos marcada por ações pontuais de verificação. A sala de aula, por sua vez, imprime às apropriações o caráter de dinamização de estratégias, visto que às mediações sobrepõem-se ações menos ou mais sistemáticas de circulação de livros e de socialização leitora. Os modos de apropriação da literatura por leitores jovens constituem etapa central do trabalho, para a qual confluem as análises das possibilidades dadas por mediações nos espaços de leitura - biblioteca e sala de aula - nas escolas. Os leitores falam de suas preferências e do que entendem sobre esse tipo de leitura, dados que reunidos permitem uma categorização quanto ao grau de dependência que se estabelece entre eles e as práticas escolares, no que tange à formação do leitor no sentido da sua autonomia. Agrupamento que projeta uma cartografia de escolhas, que supõem regras contemporâneas que orientam o campo da literatura para jovens no Brasil, sem as quais não se vê em profundidade os modos de apropriação que se quer caracterizar.