Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Gonzaga Torres Junior
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-999HSB
Resumo: As operações realizadas para tratamento curativo das neoplasias do trato gastrointestinal superior são procedimentos complexos, com elevada morbidez e mortalidade. Os pacientes são, em geral, previamente desnutridos e, a introdução precoce da terapia enteral no pós-operatório deve ser recomendada. Todavia, não há consenso sobre qual a melhor via de acesso enteral nestes casos. De 2008 a 2012, foi realizado estudo prospectivo e randomizado no qual 59 pacientes submetidos a esofagectomia, gastrectomia total ou duodenopancreatectomia cefálica foram selecionados. Destes, quatro não concordaram com o estudo e 13 foram excluídos. Dos 42 restantes, 21 receberam cateter nasoentérico (CNE) e outros 21 receberam jejunostomia. Os grupos foram similares no tocante às caracterícticas demográficas e clínicas. Os grupos CNE e Jejunostomia iniciaram terapia enteral precoce em 71,4% e 61,9% dos casos (p>0,05). A mediana do tempo de terapia enteral foi menor no grupo CNE (8,5 dias vs 15,3 dias), diferença não significativa. O grupo CNE necessitou mais frequentemente da introdução da terapia parenteral (p<0,05). As complicações relacionadas à via de acesso ocorreram em 38,0% e 28,5% nos grupos CNE e Jejunostomia (p>0,05), respectivamente. Nenhuma dessas causou repercussões graves ao paciente. Houve, no grupo CNE, quatro perdas e quatro obstruções do cateter e, no grupo Jejunostomia, duas perdas, quatro obstruções e dois episódios de extravasamento ao redor do cateter. No grupo Jejunostomia, os pacientes que apresentaram complicações com o cateter foram os queo utilizaram por mais tempo (26,5 dias) comparados com os pacientes sem complicações com o cateter (6,5 dias) (p<0,05). E apresentaram maior tempo de internação em CTI e no hospital (p<0,05). Concluímos que as duas vias de acesso enteral apresentam semelhante número de complicações relacionadas ao cateter. Contudo, a jejunostomia permite manter a terapia enteral por tempo mais prolongado, principalmente nos pacientes que apresentam complicações com o cateter, evitando assim a necessidade de terapia parenteral.
id UFMG_d34c4d737176243dafb0e3bc4a8af2db
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-999HSB
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Maria Isabel Toulson Davisson CorreiaPedro Eder Portari FilhoMarco Tulio Costa DinizAlberto Julius Alves WainsteinLuiz Gonzaga Torres Junior2019-08-14T05:07:46Z2019-08-14T05:07:46Z2013-05-22http://hdl.handle.net/1843/BUOS-999HSBAs operações realizadas para tratamento curativo das neoplasias do trato gastrointestinal superior são procedimentos complexos, com elevada morbidez e mortalidade. Os pacientes são, em geral, previamente desnutridos e, a introdução precoce da terapia enteral no pós-operatório deve ser recomendada. Todavia, não há consenso sobre qual a melhor via de acesso enteral nestes casos. De 2008 a 2012, foi realizado estudo prospectivo e randomizado no qual 59 pacientes submetidos a esofagectomia, gastrectomia total ou duodenopancreatectomia cefálica foram selecionados. Destes, quatro não concordaram com o estudo e 13 foram excluídos. Dos 42 restantes, 21 receberam cateter nasoentérico (CNE) e outros 21 receberam jejunostomia. Os grupos foram similares no tocante às caracterícticas demográficas e clínicas. Os grupos CNE e Jejunostomia iniciaram terapia enteral precoce em 71,4% e 61,9% dos casos (p>0,05). A mediana do tempo de terapia enteral foi menor no grupo CNE (8,5 dias vs 15,3 dias), diferença não significativa. O grupo CNE necessitou mais frequentemente da introdução da terapia parenteral (p<0,05). As complicações relacionadas à via de acesso ocorreram em 38,0% e 28,5% nos grupos CNE e Jejunostomia (p>0,05), respectivamente. Nenhuma dessas causou repercussões graves ao paciente. Houve, no grupo CNE, quatro perdas e quatro obstruções do cateter e, no grupo Jejunostomia, duas perdas, quatro obstruções e dois episódios de extravasamento ao redor do cateter. No grupo Jejunostomia, os pacientes que apresentaram complicações com o cateter foram os queo utilizaram por mais tempo (26,5 dias) comparados com os pacientes sem complicações com o cateter (6,5 dias) (p<0,05). E apresentaram maior tempo de internação em CTI e no hospital (p<0,05). Concluímos que as duas vias de acesso enteral apresentam semelhante número de complicações relacionadas ao cateter. Contudo, a jejunostomia permite manter a terapia enteral por tempo mais prolongado, principalmente nos pacientes que apresentam complicações com o cateter, evitando assim a necessidade de terapia parenteral.Procedures for upper gastrointestinal (GI) cancer are complex and associated with high morbidity and mortality. The patients are frequently malnourished, thus early postoperative enteral therapy is recommended. However, there is no consensus concerning the best enteral therapy access in these cases. From 2008 to 2012, a prospective randomized trial in which 59 who undergo esophagectomy, total gastrectomy and cephalic pancreatoduodenectomy were selected. Four of them didn`tagree with randomization and 13 were excluded due to peroperative change of the planned procedures. Therefore 42 patients were included, 21 received nasoenteric tubes (CNE) and 21 jejunostomies. Demographic and clinical aspects were similar in both groups. The CNE and jejunostomy groups were started on early enteral therapy in 71.4% and 61.9% of cases (p>0.05), respectively. The median length of enteral therapy was lesser in the nasoenteric group (8.5 vs 15.3 days), but without statistical significance. However, this group required parenteral therapy more frequently (p<0.05). Complications related to the enteral route occurred in 38,0% and 28,5% of patients (p>0.05) in the CNE and jejunostomy groups, respectively and, none of them caused severe derangements. In CNE group, there were four losses and four tube obstructions. In the jejunostomy group, there were two losses, four obstructions and two cases of leakage around the tube. In this group, patients who had tube complications were those who used it for a longer time (26.5 days) compared to pacients without tube complications (6.5 days) (p<0.05). And had longer ICU and hospital stay (p<0.05). We conclude that both enteral routes are associated with similar number of tube related complications. However, the use of jejunostomy allows longer enteral therapy use, especially in those patients with complications, thus avoiding parenteral therapy.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSistema gastrointestinal CirurgiaIntubação gastrointestinal/efeitos adversosTrato gastrointestinal superior /cirurgiaJejunostomia/efeitos adversosProcedimentos cirúrgicos do sistema digestórioPeríodo pós-operatórioNeoplasias gastrointestinais/cirurgiaEstudos prospectivosTrato gastrointestinal superiorIntubação gastrointestinal e jejunostomiaNutrição enteralCirurgiaCateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superiorinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL04_06_2013.pdfapplication/pdf11587237https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-999HSB/1/04_06_2013.pdf208a8905fce12607c8e7d1b568d8bfc9MD51TEXT04_06_2013.pdf.txt04_06_2013.pdf.txtExtracted texttext/plain78204https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-999HSB/2/04_06_2013.pdf.txt20acd11eb062e013e885d6d0430adca1MD521843/BUOS-999HSB2019-11-14 17:01:59.135oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-999HSBRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T20:01:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
title Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
spellingShingle Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
Luiz Gonzaga Torres Junior
Trato gastrointestinal superior
Intubação gastrointestinal e jejunostomia
Nutrição enteral
Cirurgia
Sistema gastrointestinal Cirurgia
Intubação gastrointestinal/efeitos adversos
Trato gastrointestinal superior /cirurgia
Jejunostomia/efeitos adversos
Procedimentos cirúrgicos do sistema digestório
Período pós-operatório
Neoplasias gastrointestinais/cirurgia
Estudos prospectivos
title_short Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
title_full Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
title_fullStr Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
title_full_unstemmed Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
title_sort Cateter nasoentérico ou jejunostomia como via de nutrição no pós-operatório de grandes procedimentos no trato gastrointestinal superior
author Luiz Gonzaga Torres Junior
author_facet Luiz Gonzaga Torres Junior
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria Isabel Toulson Davisson Correia
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Pedro Eder Portari Filho
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Marco Tulio Costa Diniz
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Alberto Julius Alves Wainstein
dc.contributor.author.fl_str_mv Luiz Gonzaga Torres Junior
contributor_str_mv Maria Isabel Toulson Davisson Correia
Pedro Eder Portari Filho
Marco Tulio Costa Diniz
Alberto Julius Alves Wainstein
dc.subject.por.fl_str_mv Trato gastrointestinal superior
Intubação gastrointestinal e jejunostomia
Nutrição enteral
Cirurgia
topic Trato gastrointestinal superior
Intubação gastrointestinal e jejunostomia
Nutrição enteral
Cirurgia
Sistema gastrointestinal Cirurgia
Intubação gastrointestinal/efeitos adversos
Trato gastrointestinal superior /cirurgia
Jejunostomia/efeitos adversos
Procedimentos cirúrgicos do sistema digestório
Período pós-operatório
Neoplasias gastrointestinais/cirurgia
Estudos prospectivos
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Sistema gastrointestinal Cirurgia
Intubação gastrointestinal/efeitos adversos
Trato gastrointestinal superior /cirurgia
Jejunostomia/efeitos adversos
Procedimentos cirúrgicos do sistema digestório
Período pós-operatório
Neoplasias gastrointestinais/cirurgia
Estudos prospectivos
description As operações realizadas para tratamento curativo das neoplasias do trato gastrointestinal superior são procedimentos complexos, com elevada morbidez e mortalidade. Os pacientes são, em geral, previamente desnutridos e, a introdução precoce da terapia enteral no pós-operatório deve ser recomendada. Todavia, não há consenso sobre qual a melhor via de acesso enteral nestes casos. De 2008 a 2012, foi realizado estudo prospectivo e randomizado no qual 59 pacientes submetidos a esofagectomia, gastrectomia total ou duodenopancreatectomia cefálica foram selecionados. Destes, quatro não concordaram com o estudo e 13 foram excluídos. Dos 42 restantes, 21 receberam cateter nasoentérico (CNE) e outros 21 receberam jejunostomia. Os grupos foram similares no tocante às caracterícticas demográficas e clínicas. Os grupos CNE e Jejunostomia iniciaram terapia enteral precoce em 71,4% e 61,9% dos casos (p>0,05). A mediana do tempo de terapia enteral foi menor no grupo CNE (8,5 dias vs 15,3 dias), diferença não significativa. O grupo CNE necessitou mais frequentemente da introdução da terapia parenteral (p<0,05). As complicações relacionadas à via de acesso ocorreram em 38,0% e 28,5% nos grupos CNE e Jejunostomia (p>0,05), respectivamente. Nenhuma dessas causou repercussões graves ao paciente. Houve, no grupo CNE, quatro perdas e quatro obstruções do cateter e, no grupo Jejunostomia, duas perdas, quatro obstruções e dois episódios de extravasamento ao redor do cateter. No grupo Jejunostomia, os pacientes que apresentaram complicações com o cateter foram os queo utilizaram por mais tempo (26,5 dias) comparados com os pacientes sem complicações com o cateter (6,5 dias) (p<0,05). E apresentaram maior tempo de internação em CTI e no hospital (p<0,05). Concluímos que as duas vias de acesso enteral apresentam semelhante número de complicações relacionadas ao cateter. Contudo, a jejunostomia permite manter a terapia enteral por tempo mais prolongado, principalmente nos pacientes que apresentam complicações com o cateter, evitando assim a necessidade de terapia parenteral.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-05-22
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-14T05:07:46Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-14T05:07:46Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-999HSB
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-999HSB
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-999HSB/1/04_06_2013.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-999HSB/2/04_06_2013.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 208a8905fce12607c8e7d1b568d8bfc9
20acd11eb062e013e885d6d0430adca1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589548583682048