Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AFDKTG |
Resumo: | Neste trabalho, buscamos analisar a formação de redes textuais no Feed de Notícias (FN) do Facebook a partir dos agenciamentos de atores humanos e não humanos. Assim, olhamos para o FN que nos é exibido no nosso acesso para tentar entender como e quais atores agem na conformação e emergência dessas redes textuais que fazem parte da construção de sentidos na rotina de milhares de brasileiros. Para fazer isso, buscamos auxílio nos conceitos elucidados pela Teoria Ator-Rede (TAR), dialogando com autores como John Law (1992,2009), Bruno Latour (2011, 2012) e Michel Callon (1990, 2008). De acordo com Holanda e Lemos (2013), a TAR nos oferece a possibilidade de pensarmos a mediação como um processo de deslocamento e de transformação. A metodologia que buscamos para nos auxiliar nesse processo é a do método cartográfico, no qual o pesquisador se insere na rede e vai construindo um mapa de relações a partir do relato de sua experiência e em conjunto com os atores que segue. Ao longo do trabalho, desenvolvemos uma metodologia para dar conta do nosso objeto de estudo, ancorados em trabalhos dos autores da TAR, que aderem à cartografia como metodologia, e autores como Virgínia Kastrup e Regina Benevides de Barros (2012), Deleuze e Guattari (1995), Noortje Marres e Esther Weltevrede (2013) e Fernanda Bruno (2012). A perspectiva de permitir a inserção do pesquisador na própria rede analisada foi essencial para nossa experiência, uma vez que é impossível analisar as conexões no Facebook sem inserir-se nelas. A coleta dos dados para a parte empírica foi feita a partir da conta pessoal da pesquisadora Amanda Jurno, que escreve esse trabalho, para aproveitar as conexões pessoais já firmadas anteriormente e simular uma experiência parecida com a de um usuário quando acessa seu perfil. Para isso realizamos dois mergulhos na rede social, em semanas escolhidas aleatoriamente, e coletamos os posts que serviram para produzir as duas cartografias. A primeira coleta de dados se deu entre os dias 13 e 17 de abril de 2015, de segunda a sexta-feira, em horários variados ao longo do dia. A segunda coleta foi realizadaentre os dias 5 e 9 de outubro de 2015, de segunda a sexta-feira, também em horários vários e em três dispositivos diferentes celular, computador e tablet. Após analisarmos as cartografias, fruto dessas duas experiências, pudemos perceber como a agência no Facebook é híbrida, como os algoritmos desempenham papel central na exibição e conformação do nosso FN e como os usuários agem e negociam com esses algoritmos no ambiente. Percebemos que as redes textuais que emergem a partir dos nossos acessos são influenciadas pela nossa rede de amigos e pelos algoritmos, mas também diz muito das nossas próprias ações no ambiente. Por fim, percebemos o quanto a agência dos algoritmos é obscura, incompreensível e de difícil entendimento e como o Facebook constantemente modifica seu modus operandi semavisar aos usuários em grande parte das vezes. |
id |
UFMG_d62e52e7baae90e8ad6054741a07e645 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AFDKTG |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Carlos Frederico de Brito D AndreaJoana Ziller de Araujo JosephsonCarlos Henrique Rezende FalciAmanda Chevtchouk Jurno2019-08-11T19:36:14Z2019-08-11T19:36:14Z2016-02-22http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AFDKTGNeste trabalho, buscamos analisar a formação de redes textuais no Feed de Notícias (FN) do Facebook a partir dos agenciamentos de atores humanos e não humanos. Assim, olhamos para o FN que nos é exibido no nosso acesso para tentar entender como e quais atores agem na conformação e emergência dessas redes textuais que fazem parte da construção de sentidos na rotina de milhares de brasileiros. Para fazer isso, buscamos auxílio nos conceitos elucidados pela Teoria Ator-Rede (TAR), dialogando com autores como John Law (1992,2009), Bruno Latour (2011, 2012) e Michel Callon (1990, 2008). De acordo com Holanda e Lemos (2013), a TAR nos oferece a possibilidade de pensarmos a mediação como um processo de deslocamento e de transformação. A metodologia que buscamos para nos auxiliar nesse processo é a do método cartográfico, no qual o pesquisador se insere na rede e vai construindo um mapa de relações a partir do relato de sua experiência e em conjunto com os atores que segue. Ao longo do trabalho, desenvolvemos uma metodologia para dar conta do nosso objeto de estudo, ancorados em trabalhos dos autores da TAR, que aderem à cartografia como metodologia, e autores como Virgínia Kastrup e Regina Benevides de Barros (2012), Deleuze e Guattari (1995), Noortje Marres e Esther Weltevrede (2013) e Fernanda Bruno (2012). A perspectiva de permitir a inserção do pesquisador na própria rede analisada foi essencial para nossa experiência, uma vez que é impossível analisar as conexões no Facebook sem inserir-se nelas. A coleta dos dados para a parte empírica foi feita a partir da conta pessoal da pesquisadora Amanda Jurno, que escreve esse trabalho, para aproveitar as conexões pessoais já firmadas anteriormente e simular uma experiência parecida com a de um usuário quando acessa seu perfil. Para isso realizamos dois mergulhos na rede social, em semanas escolhidas aleatoriamente, e coletamos os posts que serviram para produzir as duas cartografias. A primeira coleta de dados se deu entre os dias 13 e 17 de abril de 2015, de segunda a sexta-feira, em horários variados ao longo do dia. A segunda coleta foi realizadaentre os dias 5 e 9 de outubro de 2015, de segunda a sexta-feira, também em horários vários e em três dispositivos diferentes celular, computador e tablet. Após analisarmos as cartografias, fruto dessas duas experiências, pudemos perceber como a agência no Facebook é híbrida, como os algoritmos desempenham papel central na exibição e conformação do nosso FN e como os usuários agem e negociam com esses algoritmos no ambiente. Percebemos que as redes textuais que emergem a partir dos nossos acessos são influenciadas pela nossa rede de amigos e pelos algoritmos, mas também diz muito das nossas próprias ações no ambiente. Por fim, percebemos o quanto a agência dos algoritmos é obscura, incompreensível e de difícil entendimento e como o Facebook constantemente modifica seu modus operandi semavisar aos usuários em grande parte das vezes.NewsFeed through the agencement of the human and non-human actors. Thereby, we look at the NF that is shown in our access to try to understand how and which actors act in the formation and emergence of these textual networks that are part of the construction of meaning in the routine of thousands of Brazilians. To do this, we look for the help of theconcepts elucidated by the Actor Network Theory (ANT), dialoguing with authors such as John Law (1992, 2009), Bruno Latour (2011, 2012) and Michel Callon (1990, 2008). According to Holanda and Lemos (2013), the ANT offers us the possibility of thinking of mediation as a process of displacement and transformation. The methodology we bring to assist us in this process is the mapping method in which the researcher is included in the network and builds a map of relationships from the description of his experience conjoined with the actors he follows. Throughout the work, we have developed a methodology to fulfill our object of study, anchored by the ANTs authors that join the cartographys methodology, and authors like Virginia Kastrup and Regina Benevides Barros (2012), Deleuze and Guattari (1995), Noortje Marres and Esther Weltevrede (2013) and Fernanda Bruno (2012). Theprospect of enabling the insertion of the researcher on his analyzed network was considered essential to our experience, seeing that it is impossible to analyze the connections on Facebook without being inserted into them. The data for the empirical part was gathered from the personal account of the researcher Amanda Jurno, who writes this work, to benefit from her previously established personal connections and simulate a similar experience to that of any user when accessing his profile. For this end we performed two dives in the social network, in randomly chosen weeks, to collect the posts that were used to produce the two cartographies. The first data gathering took place from April 13th to 17th 2015, Monday to Friday, on varied times throughout the day. The second collection was carried out between October 5th and 9th 2015, Monday to Friday, also on varied times and in three different devices - mobile, tablet and computer. After the analysis of the cartographies resulted from these two experiences, we could see how the agency is hybrid on Facebook, how the algorithms play a central role in the exhibition and conformation of our NF and how users act and negotiate with these algorithms in this environment. We realized that the textual networks that emerge from our accesses are influenced by our friends networks and by the algorithms, but also tell much about our own actions on the environment. Finally, we have realized how the agency of the algorithms is obscure, difficult to comprehend and to understand and how Facebook constantly changes its modus operandi, most of the time without notifying its users.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFacebook (Recursos eletrônicos)ComunicaçãoComunicação de massaRedes TextuaisFacebookTeoria Ator-RedeMétodo CartográficoFeed de NotíciasAgenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográficainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_vers_o_oficial_03_2016.pdfapplication/pdf149719589https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AFDKTG/1/disserta__o_vers_o_oficial_03_2016.pdf96b9abbdd5c090534c0d9af7059c81f2MD511843/BUBD-AFDKTG2019-08-11 16:36:14.441oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AFDKTGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-08-11T19:36:14Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
title |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
spellingShingle |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica Amanda Chevtchouk Jurno Redes Textuais Teoria Ator-Rede Método Cartográfico Feed de Notícias Facebook (Recursos eletrônicos) Comunicação Comunicação de massa |
title_short |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
title_full |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
title_fullStr |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
title_full_unstemmed |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
title_sort |
Agenciamentos coletivos e textualidades em rede no Facebook: uma exploração cartográfica |
author |
Amanda Chevtchouk Jurno |
author_facet |
Amanda Chevtchouk Jurno |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Carlos Frederico de Brito D Andrea |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Joana Ziller de Araujo Josephson |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Carlos Henrique Rezende Falci |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Amanda Chevtchouk Jurno |
contributor_str_mv |
Carlos Frederico de Brito D Andrea Joana Ziller de Araujo Josephson Carlos Henrique Rezende Falci |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Redes Textuais Teoria Ator-Rede Método Cartográfico Feed de Notícias |
topic |
Redes Textuais Teoria Ator-Rede Método Cartográfico Feed de Notícias Facebook (Recursos eletrônicos) Comunicação Comunicação de massa |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Facebook (Recursos eletrônicos) Comunicação Comunicação de massa |
description |
Neste trabalho, buscamos analisar a formação de redes textuais no Feed de Notícias (FN) do Facebook a partir dos agenciamentos de atores humanos e não humanos. Assim, olhamos para o FN que nos é exibido no nosso acesso para tentar entender como e quais atores agem na conformação e emergência dessas redes textuais que fazem parte da construção de sentidos na rotina de milhares de brasileiros. Para fazer isso, buscamos auxílio nos conceitos elucidados pela Teoria Ator-Rede (TAR), dialogando com autores como John Law (1992,2009), Bruno Latour (2011, 2012) e Michel Callon (1990, 2008). De acordo com Holanda e Lemos (2013), a TAR nos oferece a possibilidade de pensarmos a mediação como um processo de deslocamento e de transformação. A metodologia que buscamos para nos auxiliar nesse processo é a do método cartográfico, no qual o pesquisador se insere na rede e vai construindo um mapa de relações a partir do relato de sua experiência e em conjunto com os atores que segue. Ao longo do trabalho, desenvolvemos uma metodologia para dar conta do nosso objeto de estudo, ancorados em trabalhos dos autores da TAR, que aderem à cartografia como metodologia, e autores como Virgínia Kastrup e Regina Benevides de Barros (2012), Deleuze e Guattari (1995), Noortje Marres e Esther Weltevrede (2013) e Fernanda Bruno (2012). A perspectiva de permitir a inserção do pesquisador na própria rede analisada foi essencial para nossa experiência, uma vez que é impossível analisar as conexões no Facebook sem inserir-se nelas. A coleta dos dados para a parte empírica foi feita a partir da conta pessoal da pesquisadora Amanda Jurno, que escreve esse trabalho, para aproveitar as conexões pessoais já firmadas anteriormente e simular uma experiência parecida com a de um usuário quando acessa seu perfil. Para isso realizamos dois mergulhos na rede social, em semanas escolhidas aleatoriamente, e coletamos os posts que serviram para produzir as duas cartografias. A primeira coleta de dados se deu entre os dias 13 e 17 de abril de 2015, de segunda a sexta-feira, em horários variados ao longo do dia. A segunda coleta foi realizadaentre os dias 5 e 9 de outubro de 2015, de segunda a sexta-feira, também em horários vários e em três dispositivos diferentes celular, computador e tablet. Após analisarmos as cartografias, fruto dessas duas experiências, pudemos perceber como a agência no Facebook é híbrida, como os algoritmos desempenham papel central na exibição e conformação do nosso FN e como os usuários agem e negociam com esses algoritmos no ambiente. Percebemos que as redes textuais que emergem a partir dos nossos acessos são influenciadas pela nossa rede de amigos e pelos algoritmos, mas também diz muito das nossas próprias ações no ambiente. Por fim, percebemos o quanto a agência dos algoritmos é obscura, incompreensível e de difícil entendimento e como o Facebook constantemente modifica seu modus operandi semavisar aos usuários em grande parte das vezes. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016-02-22 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-08-11T19:36:14Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-08-11T19:36:14Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AFDKTG |
url |
http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AFDKTG |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AFDKTG/1/disserta__o_vers_o_oficial_03_2016.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
96b9abbdd5c090534c0d9af7059c81f2 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589400340201472 |