Abordagem proteômica para identificação de fatores de virulência em duas cepas de Leishmania infantum

• Autor(a) principal: Luiz Carlos Fialho Júnior
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-979GBD
• topic: Parasitologia; Parasitologia

Leishmania infantum, sinonímia com L. chagasi, é o protozoário responsável pela Leishmaniose Visceral nas Américas e na Europa, uma doença grave, podendo ser fatal se não tratada. Os casos humanos variam desde infecção sub-clínica, com um número indeterminado de assintomáticos em áreas endêmicas, até um quadro crescente de co-infecção com HIV e alta letalidade em crianças. Em cães, a doença é severa, caracterizada por crônica e progressiva caquexia, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, onicogrifose e pancitopenia. Porém, menos de 60% dos cães infectados apresentam sinais clínicos da doença, sugerindo que tanto fatores do hospedeiro quanto do parasito podem estar envolvidos na variabilidade clínica da doença. Assim, devido a sua importância e diversidade clínico-epidemiológica em nosso país, o estudo de fatores de virulência em L. infantum mostra-se bastante promissor para um melhor entendimento da relação parasito-hospedeiro. Neste estudo, inicialmente foi caracterizada a virulência entre duas cepas de L. infantum (BH46 e BH400) e em seguida foi comparada a expressão diferencial de proteínas entre as cepas. Dessa forma, através de eletroforese bidimensional e Differential Gel Electrophoresis (DIGE), foram avaliados os perfis proteômicos das formas promastigota entre as diferentes cepas. Posteriormente, as proteínas foram identificadas por Espectrometria de Massas. Essas análises nos permitiram selecionar e identificar proteínas possivelmente associadas à diferença de virulência entre as cepas BH46 e BH400, entre elas estão a Triparredoxina, S-Adenosil Homocisteina Hidrolase, HSP- 70, Metalo-Peptidase, Clan MA(E), Família M3, Enolase, Fosfomanomutase, Peroxirredoxina, proteína 14-3-3 like, proteína Rab 1 ligante à GTP e KMP-11. Através da predição da rede de interações entre as proteínas, foi observado que muitas vezes as proteínas descritas como envolvidas na virulência interagem entre si, tornando importante o estudo de todos os complexos proteicos globais do organismo, e não apenas uma proteína individualmente. Assim, a caracterização de fatores envolvidos com a diferença de virulência entre BH46 e BH400 permitirá um melhor entendimento sobre a relação parasito-hospedeiro.