Justiça como reconhecimento de Axel Honneth: os déficits sociológicos de uma teoria crítica renovada

• Main Author: Luiz Gustavo Diniz Rocha
• Publication Date: 2022
• Format: Master thesis
• Language: por
• Source: Repositório Institucional da UFMG
• Download full: http://hdl.handle.net/1843/45421
• topic: Axel Honneth; Déficits sociológicos; Justiça como reconhecimento; Conflitos sociais; Perda de primazia; Contradição; Honneth, Axel, 1949-; Direito - Filosofia; Teoria crítica; Justiça; Sociologia jurídica; Conflitos sociais

Cuida a pesquisa da defesa da tese segundo a qual Axel Honneth (Honneth) teria incorrido nos déficits sociológicos de que acusa as gerações antecedentes da Teoria Crítica de incidirem ao deslocar a categoria dos conflitos sociais de sua posição de primazia. A defesa é sustentada com base nos impactos advindos das modificações e inovações teóricas empreendidas a partir do referido deslocamento, notadamente relacionadas ao emprego da empiria fictícia em detrimento da pesquisa social, da primazia das instituições sociais e do princípio da liberdade, bem como da adoção da Reconstrução Normativa como instrumental metodológico. De forma a se fundamentar a acusação dirigida à teoria de Honneth, desenvolve-se um estudo analítico-crítico composto pela exposição e descrição dos pressupostos teóricos da Teoria Crítica, da acusação dos déficits sociológicos e do modo como o autor busca superá-los em seu modelo de Teoria da Justiça como Reconhecimento, tendo como centro de sua base empírica e metodológica a categoria dos conflitos sociais. São expostos os reflexos positivos e objeções à adoção dos conflitos sociais, sendo estas enfrentadas por Honneth por meio da historicização do “reconhecimento” e a subsequente perda de primazia da categoria dos conflitos sociais. A perda de primazia dos conflitos sociais é interpretada na pesquisa como caminho inadequado tomado pelo autor, cujas consequências se expressam na apreensão de sua proposta crítica como desprovida de base empírica a legitimar seu diagnóstico do social, em correspondência à empiria fictícia que passa a animar sua proposta teórica; demasiadamente unidimensional, em função da centralidade da dimensão institucional e da mediação de sua crítica com base no princípio da liberdade; e reducionista do papel dos sujeitos no desenho do social e de seu potencial de transformação radical do social, por causa das limitações impostas pela Reconstrução Normativa aos moldes como adota, que obstam o acesso às operações interpretativas dos sujeitos. Ou seja, inserido nos déficits sociológicos das gerações antecedentes, ainda que por formas singulares, o que corresponde a uma contradição a si mesmo e ao sentido crítico de seu modelo teórico.