Malformações vasculares de baixo fluxo: resultados da escleroterapia ecoguiada com espuma de polidocanol 1%

• Autor(a) principal: Betânia Almeida Nadalin Leal
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35295
• topic: Escleroterapia; Polidocanol; Malformações vasculares; Anomalias congênitas; Escleroterapia; Polidocanol; Malformações Vasculares; Anormalidades Congênitas

Introdução: as malformações vasculares são lesões congênitas que ocorrem devido a erros no desenvolvimento dos vasos sanguíneos ou linfáticos durante a embriogênese e podem estar presentes em qualquer parte do corpo. Constituem doença rara e seu tratamento ainda é controverso. Objetivo: avaliar a eficácia e a segurança da escleroterapia ecoguiada com espuma de polidocanol 1% nas malformações de baixo fluxo. Método: estudo coorte prospectivo em pacientes portadores de malformação vascular de baixo fluxo, sintomáticos, atendidos no Hospital das Clínicas da UFMG entre dezembro de 2016 e novembro de 2018. As lesões foram classificadas quanto a localização, extensão, tamanho, tipo de vasos envolvidos, forma e sintomas. Os pacientes foram submetidos ao questionário de qualidade de vida Short-form 6 dimensions (SF-6D) e fotografia da lesão. O tratamento foi realizado por meio da injeção de espuma de polidocanol 1%, com volume máximo de 10 mL por sessão. Foi avaliada a melhora dos sintomas por meio da escala visual analógica e verificada a existência de complicações. O questionário SF-6D foi novamente aplicado ao final do tratamento. Realizado acompanhamento a cada três meses após o tratamento. Resultados: foram incluídas 40 lesões em 38 pacientes, sendo 19 do sexo masculino. A idade variou de quatro meses a 63 anos. O tempo de acompanhamento mínimo foi de dois meses e o máximo de 23 meses, com média de 13 meses. A maioria das lesões eram venosas (80%). A localização mais comum foi membro inferior (47,5%), seguida por membro superior (22,5%) e cabeça (17,5%). Quanto à extensão, 27,5% eram superficiais, 35% eram profundas e 37,5% acometiam ambos os compartimentos. A apresentação clínica mais comum foi deformidade (95%), seguida por dor (77,5%) e limitação funcional (57,5%). Das lesões, 52,5% foram maiores que 10 cm. A limitação funcional foi mais frequente nas lesões que acometiam o compartimento profundo (69%) do que nas superficiais (27%, p=0,030). Os distúrbios psicossociais foram menos comuns nas lesões até 5 cm (p=0,038) e nas lesões limitadas (p=0,015). Houve melhora significativa de todos os sintomas (p<0,001), sendo que a dor foi o sintoma que teve melhor e mais rápida resposta ao tratamento. Lesões maiores que 10 cm estiveram associadas à resposta insatisfatória na deformidade (p=0,003). Houve melhora na qualidade de vida da maioria dos pacientes (60%) e a satisfação com o tratamento foi alta (82%). As complicações mais comuns foram dor e edema local, sem complicações graves. Houve recidiva dos sintomas em pequena parte dos pacientes (15% recidivaram na dor, 10% na deformidade e 12% na limitação funcional). Conclusão: o tratamento das malformações vasculares de baixo fluxo com espuma de polidocanol 1% foi eficaz e seguro. Produziu melhora dos sintomas e da qualidade de vida, com alto índice de satisfação. Baixa porcentagem de pacientes apresentou recidiva dos sintomas, necessitando retomar o tratamento para manutenção da melhora do quadro.