Impacto econômico-financeiro da pandemia de COVID-19 no sistema de transporte público coletivo por ônibus de Belo Horizonte

• Autor(a) principal: Paulo Eustáquio Torres de Carvalho Júnior
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/64735
• topic: Transporte público; Custos de transporte; Equilíbrio econômico-financeiro; Pandemia COVID-19; Transportes; Engenharia de transportes; Transporte urbano; Transportes coletivos; Transportes - Custo operacional; Análise econômico-financeira; Pandemia; COVID-19 (Doença)

Os sistemas de transporte coletivo no Brasil, em especial os sistemas operados por ônibus, vêm sofrendo uma perda da produtividade ao longo dos últimos 30 (trinta) anos. Diversos são os fatores que contribuíram para essa queda de desempenho, dentre os quais podemos destacar o aumento da frota de automóveis particulares, que fez com que boa parte dos usuários cativos migrassem para outros meios. Esse aumento da frota de veículos levou a um aumento dos congestionamentos nas cidades e consequente elevação dos tempos de viagens do transporte público, ocasionando o incremento de custos operacionais com tarifas pagas pelos usuários, criando um círculo vicioso (queda de demanda e aumento de custos e tarifas). Associado a esse cenário operacional, novas formas de contratação dos operadores por parte do Poder Público foram sendo implantadas ao longo das últimas décadas, em especial no município de Belo Horizonte, em que o sistema de transporte público por ônibus já se encontra em seu segundo contrato de concessão. Tal contrato prevê regras de reajuste e revisão contratual caso algum desequilíbrio econômico-financeiro seja constatado. Dessa forma, esta dissertação faz uma análise do impacto da pandemia de Covid-19 na situação econômico-financeira dos contratos atualmente vigentes, além de realizar um comparativo dos principais parâmetros e indicadores de desempenho no município de Belo Horizonte e no Brasil. Para realizar essa análise, foram analisados os dados operacionais de um período anterior à pandemia, mais precisamente os anos de 2018 e 2019 e o período compreendido entre abril de 2020 e março de 2022, perfazendo dois anos completos de pandemia. O modelo de cálculo foi baseado na metodologia proposta pela Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), elaborada em 2017. Os resultados encontrados indicaram um desequilíbrio econômico-financeiro já existente no período anterior da pandemia, sendo que a mesma agravou o déficit, que estava em aproximadamente 20% das receitas líquidas e chegou a atingir 75% no primeiro ano da pandemia e 43% no segundo ano.