Configurações subjetivas dos servidores da Receita Federal diante da ideologia gerencialista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B3DLM3 |
Resumo: | O gerencialismo está presente há mais de vinte anos na administração pública brasileira. Apesar das mudanças dos partidos políticos, nunca houve um rompimento com essa orientação, especialmente quando se trata das carreiras típicas de Estado. Diante desse quadro, este trabalho teve por objetivo compreender as configurações subjetivas compartilhadas pelo servidor da Receita Federal do Brasil decorrentes de sua atuação em um espaço de trabalho marcado pela hegemonia da ideologia gerencialista. O problema de pesquisa foi estabelecido na seguinte questão: Como são organizados os sentidos subjetivos dos servidores da Receita Federal do Brasil em um órgão que tem investido no aprimoramento do modelo gerencialista? A epistemologia utilizada para a construção deste trabalho apoiou-se na teoria da subjetividade, de Fernando Luís González Rey (2003; 2005a). O referencial que serviu de orientação para a realização da pesquisa está articulado em três perspectivas: ideologia gerencialista, sofrimento no trabalho e teoria da subjetividade, tendo como foco o espaço social do trabalho. O método escolhido foi o estudo de caso na 6ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, na cidade de Belo Horizonte, entre os anos de 2016 e 2017. As informações foram produzidas a partir de conversações com seis servidores da Receita Federal do Brasil, sendo três analistas tributários e três auditores fiscais, observando a metodologia qualitativa de González Rey. Os momentos informais com outros servidores também foram utilizados para o levantamento de hipóteses, assim como a produção acadêmica e legislações e reportagens relacionadas ao órgão pesquisado. Ao longo da pesquisa, foram definidas cinco configurações subjetivas principais: competitividade por atribuições, bônus produtividade, filiação sindical, mudança tecnológica e insatisfação na RFB, formando um emaranhado de sentidos, que perpassou por isolamento, insegurança e desigualdades, entre outros. Concluiu-se que o gerencialismo, visto a partir da gestão e das políticas de governo, perpassa as configurações subjetivas dos servidores. Por conseguinte, entende-se que é necessário dar voz às singularidades para construir alternativas capazes de romper com os conflitos, rivalidades e sofrimentos presentes na subjetividade social da RFB |
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A epistemologia utilizada para a construção deste trabalho apoiou-se na teoria da subjetividade, de Fernando Luís González Rey (2003; 2005a). O referencial que serviu de orientação para a realização da pesquisa está articulado em três perspectivas: ideologia gerencialista, sofrimento no trabalho e teoria da subjetividade, tendo como foco o espaço social do trabalho. O método escolhido foi o estudo de caso na 6ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, na cidade de Belo Horizonte, entre os anos de 2016 e 2017. As informações foram produzidas a partir de conversações com seis servidores da Receita Federal do Brasil, sendo três analistas tributários e três auditores fiscais, observando a metodologia qualitativa de González Rey. Os momentos informais com outros servidores também foram utilizados para o levantamento de hipóteses, assim como a produção acadêmica e legislações e reportagens relacionadas ao órgão pesquisado. Ao longo da pesquisa, foram definidas cinco configurações subjetivas principais: competitividade por atribuições, bônus produtividade, filiação sindical, mudança tecnológica e insatisfação na RFB, formando um emaranhado de sentidos, que perpassou por isolamento, insegurança e desigualdades, entre outros. Concluiu-se que o gerencialismo, visto a partir da gestão e das políticas de governo, perpassa as configurações subjetivas dos servidores. Por conseguinte, entende-se que é necessário dar voz às singularidades para construir alternativas capazes de romper com os conflitos, rivalidades e sofrimentos presentes na subjetividade social da RFBManagerialism has been present in the Brazilian Public Administration for more than twenty years. Despite the changes of the Political Parties, there has never been a break with this orientation, especially for the Typical Careers of State. From this viewpoint, this study aimed to understand the shared subjective configurations of the Federal Revenue Service's server in a work space marked by the hegemony of managerialist ideology. The problem raised during the research was established in the following question: How are the subjective senses of the Brazilian Federal Revenue servants organized in an institution that has been investing in the improvement of the managerial model? The epistemology used for the construction of this work was the Theory of Subjectivity of Fernando Luís González Rey (2003; 2005a). The reference that served as orientation for the accomplishment of the research is articulated by three perspectives: the managerialist ideology, the suffering in the work and the theory of the subjectivity. All of them are focusing on the social space of work. The method chosen was the case study. The research was done in the 6th Tax Region of the Brazilian Federal Revenue Service, at Belo Horizonte, from 2016 to 2017. Empirical data were produced through conversations with six Federal Revenue Service, three tax analysts and three tax auditors, observing the qualitative methodology of González Rey. Informal moments with other servers were also used to collect hypotheses, as well as the academic production, legislations and reports that had relation with the institution searched. During the research, five main subjective configurations were defined: "competitiveness by attributions", "productivity bonus", "union membership", "technological changes", "dissatisfaction in the RFB", forming a tangle of senses that permeate through isolation, insecurity , inequalities, etc. It was concluded that managerialism permeates the subjective configurations of the servers. In this way, it is necessary to give voice to the singularities to construct alternatives that break with the conflicts, rivalries and sufferings present in the social subjectivity of the RFBUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde e trabalhoServidores públicosAdministração pública BrasilSofrimentoGerencialismoSubjetividadeAdministração públicaConfigurações subjetivasConfigurações subjetivas dos servidores da Receita Federal diante da ideologia gerencialistainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___juliana_f._pinto.pdfapplication/pdf3058982https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B3DLM3/1/tese___juliana_f._pinto.pdf5cd9a0c50a220d96ea031695beb301b0MD51TEXTtese___juliana_f._pinto.pdf.txttese___juliana_f._pinto.pdf.txtExtracted texttext/plain617326https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B3DLM3/2/tese___juliana_f._pinto.pdf.txtf3f8d903a81f62e4b7996bf9cdcaf7eaMD521843/BUOS-B3DLM32019-11-14 09:54:38.809oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B3DLM3Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:54:38Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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