Impacto de intervenção nutricional, pautada no modelo transteórico para controle de peso, na atenção primária: ensaio clínico controlado randomizado

• Autor(a) principal: Patricia Pinheiro de Freitas
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ANDO-9VEHDR
• topic: Estudos de Intervenção; Comportamento Alimentar; Modelos Teóricos; Atenção Primária à Saúde; Obesidade; Educação Alimentar e Nutricional; Consumo de Alimentos DecS; Exercício; Ensaios Clínicos Controlados Aleatórios; Comportamento Alimentar; Fatores Socioeconômicos; Enfermagem; Obesidade/prevenção & controle; Antropometria; Atenção Primária à Saúde

A elevada prevalência de excesso de peso e suas consequências demandam ações efetivas para seu controle, sobretudo na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: Avaliar o impacto de intervenção nutricional individual pautado no Modelo Transteórico para controle de peso em mulheres com excesso de peso de um polo do Programa Academia da Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, de acordo com parâmetros de consumo alimentar, antropométricos e bioquímicos. Métodos: Ensaio clínico controlado, randomizado com mulheres com excesso de peso, de 20 anos ou mais, usuárias de um polo do Programa Academia da Saúde. As mulheres do grupo controle (GC) participaram das atividades rotineiras do serviço (exercício físico e ações coletivas de educação alimentar e nutricional) e aquelas do grupo intervenção (GI) adicionalmente receberam aconselhamento nutricional individual, pautado no Modelo Transteórico, durante seis meses. Investigou-se o perfil sociodemográfico, de saúde, alimentar, incluindo os estágios de mudança para controle de peso, e antropométrico das participantes no início e ao final do estudo, sendo que em uma subamostra (40%) randômica realizou-se avaliação de parâmetros metabólicos e inflamatórios (colesterol total e frações, triglicérides, glicemia de jejum, insulina plasmática, adiponectina, resistina, IL-6, IL-10 e TNF-). Foram realizadas análises estatísticas intragrupos (testes t Student pareado, McNemar e Wilcoxon) e intergrupos (t de Student, Mann-Whitney; Qui-quadrado e Exato de Fisher), sendo a efetividade da intervenção verificada pela análise de covariância (ANCOVA) para os desfechos peso, Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência de cintura (CC) e níveis séricos de resistina e adiponectina, ajustados por idade e medida basal do parâmetro (p<0,05). Resultados: Foram avaliadas 86 mulheres, sendo 35 pertencentes ao GC e 51 ao GI. Após seis meses de intervenção, houve perda de 33,3% no GI e de 31,4% no GC (p=0,853). Verificou-se entre as participantes do GI aumento do número de refeições diárias (p=0,030); redução da disponibilidade per capita diário de açúcar (p=0,004); evolução para os estágios finais de mudança para controle de porções (p=0,016); redução do consumo de ácidos graxos saturados (AGS) (p<0,001) e poliinsaturados (p<0,001), da CC (p=0,019) e níveis séricos de glicemia (p=0,006). Já as participantes do GC apresentaram diminuição do número de refeições diárias (p<0,001) e aumento da ingestão de AGS (p<0,001). Verificou-se menor média final de peso corporal (p=0,013) e do IMC (p=0,038) entre as participantes do GI em relação ao GC. Conclusão: A intervenção nutricional pautado no Modelo Transteórico para controle de peso foi efetivo para a redução do peso corporal, constatando-se também melhorias no perfil de saúde e de nutrição das participantes. Esses resultados denotam a importância da realização de intervenções diferenciadas para o controle de peso entre mulheres com excesso de peso e comorbidades na APS, que considerem a prontidão para a mudança e proporcione a autonomia para escolhas alimentares saudáveis.