Os verbos de estado no português brasileiro
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/33553 |
Resumo: | Nesta dissertação, tomamos como objeto de estudo os verbos de estado (VENDLER, 1967) do português brasileiro (PB), como ter, existir, saber, custar, significar, morar, carecer, aparentar, etc. Os estados descrevem situações que são durativas, mas que não se desenvolvem, não progridem no tempo e não exibem um resultado final definido. Ou seja, tais verbos são caracterizados por possuírem os valores aspectuais de estatividade, duratividade e atelicidade (VENDLER, 1967). Por estarmos inseridos na linha de pesquisa da Interface Sintaxe-Semântica Lexical (LEVIN, 1993; PINKER, 2013 [1989]; LEVIN; RAPPAPORT HOVAV, 2005; CANÇADO; GODOY; AMARAL, 2017), compartilhamos do pressuposto de que algumas características semânticas significativas dos itens verbais influenciam seus comportamentos sintáticos. Assim sendo, objetivamos verificar quais são as propriedades semânticas desses verbos que possuem impacto na gramática. Para tanto, buscamos agrupar os verbos de estado do PB em classes verbais (LEVIN, 2010; CANÇADO; GONÇALVES, 2016; CANÇADO; AMARAL, 2016), de acordo com as suas propriedades semânticas e sintáticas em comum. Além disso, baseados na abordagem de decomposição de predicados (DOWTY, 1979; PINKER, 2013 [1989]; RAPPAPORT HOVAV; LEVIN, 1998; CANÇADO; AMARAL, 2016), também propomos estruturas de representação semântica para as classes de verbos estudadas. Embasamos nossa pesquisa nas propostas de Carlson (1977), Bach (1986), Pinker (2013 [1989]), Moreira (2000), Maienborn (2003), Rothmayr (2009) e Cunha (2004, 2011), que propõem que os verbos de estado constituem pelo menos duas ou mais classes. Com base nessas propostas, em especial, na proposta de Carlson (1977), observa-se que o que agrupa os verbos de estado do PB em classes distintas é o fato de esses predicados serem predicados de Individual-level, que denotam estados permanentes ou estáveis, ou predicados de Stage-level, que denotam estados transitórios ou temporários. Verificamos que esses verbos se dividem em duas classes: na “classe dos verbos de estado inerente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos existenciais” e na subclasse dos “verbos recíprocos”, e na “classe dos verbos de estado intermitente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos locativos” e na subclasse dos “verbos de medida”. Concluímos, portanto, que os dados do PB que apresentamos corroboram a nossa hipótese inicial, de que a classe aspectual dos verbos de estado do PB pode ser fragmentada em classes verbais menores, devido à sua diversidade semântica e sintática. |
id |
UFMG_f3cef3415caac8cf72b76aa3515c11e5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/33553 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Luana Lopes Amaralhttp://lattes.cnpq.br/5326401806609167Márcia Maria Cançado LimaLetícia Lucinda MeirellesRoberlei Alves Bertuccihttp://lattes.cnpq.br/0152259923958345Kely Stefani de Oliveira2020-05-27T18:05:02Z2020-05-27T18:05:02Z2020-02-18http://hdl.handle.net/1843/33553Nesta dissertação, tomamos como objeto de estudo os verbos de estado (VENDLER, 1967) do português brasileiro (PB), como ter, existir, saber, custar, significar, morar, carecer, aparentar, etc. Os estados descrevem situações que são durativas, mas que não se desenvolvem, não progridem no tempo e não exibem um resultado final definido. Ou seja, tais verbos são caracterizados por possuírem os valores aspectuais de estatividade, duratividade e atelicidade (VENDLER, 1967). Por estarmos inseridos na linha de pesquisa da Interface Sintaxe-Semântica Lexical (LEVIN, 1993; PINKER, 2013 [1989]; LEVIN; RAPPAPORT HOVAV, 2005; CANÇADO; GODOY; AMARAL, 2017), compartilhamos do pressuposto de que algumas características semânticas significativas dos itens verbais influenciam seus comportamentos sintáticos. Assim sendo, objetivamos verificar quais são as propriedades semânticas desses verbos que possuem impacto na gramática. Para tanto, buscamos agrupar os verbos de estado do PB em classes verbais (LEVIN, 2010; CANÇADO; GONÇALVES, 2016; CANÇADO; AMARAL, 2016), de acordo com as suas propriedades semânticas e sintáticas em comum. Além disso, baseados na abordagem de decomposição de predicados (DOWTY, 1979; PINKER, 2013 [1989]; RAPPAPORT HOVAV; LEVIN, 1998; CANÇADO; AMARAL, 2016), também propomos estruturas de representação semântica para as classes de verbos estudadas. Embasamos nossa pesquisa nas propostas de Carlson (1977), Bach (1986), Pinker (2013 [1989]), Moreira (2000), Maienborn (2003), Rothmayr (2009) e Cunha (2004, 2011), que propõem que os verbos de estado constituem pelo menos duas ou mais classes. Com base nessas propostas, em especial, na proposta de Carlson (1977), observa-se que o que agrupa os verbos de estado do PB em classes distintas é o fato de esses predicados serem predicados de Individual-level, que denotam estados permanentes ou estáveis, ou predicados de Stage-level, que denotam estados transitórios ou temporários. Verificamos que esses verbos se dividem em duas classes: na “classe dos verbos de estado inerente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos existenciais” e na subclasse dos “verbos recíprocos”, e na “classe dos verbos de estado intermitente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos locativos” e na subclasse dos “verbos de medida”. Concluímos, portanto, que os dados do PB que apresentamos corroboram a nossa hipótese inicial, de que a classe aspectual dos verbos de estado do PB pode ser fragmentada em classes verbais menores, devido à sua diversidade semântica e sintática.In this dissertation, we take as object of study the verbs of state (VENDLER, 1967) of Brazilian Portuguese (PB), such as ter ‘have’, existir ‘exist’, saber ‘know’, custar ‘cost’, significar ‘mean’, morar ‘live’, carecer ‘lack’, aparentar ‘look like’, etc. The states describe situations that are durable, but that do not develop, do not progress in time and do not exhibit a definite final result. In other words, such verbs are characterized by having the aspectual values of static, durability and atelicity (VENDLER, 1967). As we are part of the Lexical Syntax-Semantic Interface research line (LEVIN, 1993; PINKER, 2013 [1989]; LEVIN; RAPPAPORT HOVAV, 2005; CANÇADO; GODOY; AMARAL, 2017), we share the assumption that some significant semantic characteristics of verbal items influence their syntactic behavior. Therefore, we aim to verify what are the semantic properties of these verbs that have an impact on grammar. Therefore, we seek to group the state verbs of PB into verbal classes (LEVIN, 2010; CANÇADO; GONÇALVES, 2016; CANÇADO; AMARAL, 2016), according to their common semantic and syntactic properties. In addition, based on the predicate decomposition approach (DOWTY, 1979; PINKER, 2013 [1989]; RAPPAPORT HOVAV; LEVIN, 1998; CANÇADO; AMARAL, 2016), we also propose semantic representation structures for the studied verb classes. We base our research on the proposals of Carlson (1977), Bach (1986), Pinker (2013 [1989]), Moreira (2000), Maienborn (2003), Rothmayr (2009) and Cunha (2004, 2011), who propose that state verbs constitute at least two or more classes. Based on these proposals, in particular, Carlson's (1977) proposal, it is observed that what groups the BP state verbs into different classes is the fact that these predicates are individual-level predicates, which denote permanent or stable, or Stage-level predicates, which denote transient or temporary states. We verified that these verbs are divided into two classes: in the “class of verbs of inherent state”, which is subdivided into the subclass of “existential verbs” and in the subclass of “reciprocal verbs”, and in the “class of intermittent state verbs”, which is subdivided into the subclass of “locative verbs” and the subclass of “measure verbs”. We conclude, therefore, that the BP data we present corroborates our initial hypothesis, that the aspectual class of the BP state verbs can be fragmented into smaller verbal classes, due to their semantic and syntactic diversity.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLíngua portuguesa – VerbosSintaxeLíngua portuguesa – SemânticaLinguísticaverbos de estadoaspecto lexicalclasses verbaisindividual-levelstage-levelsintaxesemânticaportuguês brasileiroOs verbos de estado no português brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação com a ficha catalográfica e folha de aprovação.pdfDissertação com a ficha catalográfica e folha de aprovação.pdfapplication/pdf1771772https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33553/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20com%20a%20ficha%20catalogr%c3%a1fica%20e%20folha%20de%20aprova%c3%a7%c3%a3o.pdf8db973b8c08d3e78b52ee98f808ace36MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33553/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/335532020-05-27 15:05:02.709oai:repositorio.ufmg.br:1843/33553TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-05-27T18:05:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Os verbos de estado no português brasileiro |
title |
Os verbos de estado no português brasileiro |
spellingShingle |
Os verbos de estado no português brasileiro Kely Stefani de Oliveira verbos de estado aspecto lexical classes verbais individual-level stage-level sintaxe semântica português brasileiro Língua portuguesa – Verbos Sintaxe Língua portuguesa – Semântica Linguística |
title_short |
Os verbos de estado no português brasileiro |
title_full |
Os verbos de estado no português brasileiro |
title_fullStr |
Os verbos de estado no português brasileiro |
title_full_unstemmed |
Os verbos de estado no português brasileiro |
title_sort |
Os verbos de estado no português brasileiro |
author |
Kely Stefani de Oliveira |
author_facet |
Kely Stefani de Oliveira |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Luana Lopes Amaral |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/5326401806609167 |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
Márcia Maria Cançado Lima |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Letícia Lucinda Meirelles |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Roberlei Alves Bertucci |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0152259923958345 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Kely Stefani de Oliveira |
contributor_str_mv |
Luana Lopes Amaral Márcia Maria Cançado Lima Letícia Lucinda Meirelles Roberlei Alves Bertucci |
dc.subject.por.fl_str_mv |
verbos de estado aspecto lexical classes verbais individual-level stage-level sintaxe semântica português brasileiro |
topic |
verbos de estado aspecto lexical classes verbais individual-level stage-level sintaxe semântica português brasileiro Língua portuguesa – Verbos Sintaxe Língua portuguesa – Semântica Linguística |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Língua portuguesa – Verbos Sintaxe Língua portuguesa – Semântica Linguística |
description |
Nesta dissertação, tomamos como objeto de estudo os verbos de estado (VENDLER, 1967) do português brasileiro (PB), como ter, existir, saber, custar, significar, morar, carecer, aparentar, etc. Os estados descrevem situações que são durativas, mas que não se desenvolvem, não progridem no tempo e não exibem um resultado final definido. Ou seja, tais verbos são caracterizados por possuírem os valores aspectuais de estatividade, duratividade e atelicidade (VENDLER, 1967). Por estarmos inseridos na linha de pesquisa da Interface Sintaxe-Semântica Lexical (LEVIN, 1993; PINKER, 2013 [1989]; LEVIN; RAPPAPORT HOVAV, 2005; CANÇADO; GODOY; AMARAL, 2017), compartilhamos do pressuposto de que algumas características semânticas significativas dos itens verbais influenciam seus comportamentos sintáticos. Assim sendo, objetivamos verificar quais são as propriedades semânticas desses verbos que possuem impacto na gramática. Para tanto, buscamos agrupar os verbos de estado do PB em classes verbais (LEVIN, 2010; CANÇADO; GONÇALVES, 2016; CANÇADO; AMARAL, 2016), de acordo com as suas propriedades semânticas e sintáticas em comum. Além disso, baseados na abordagem de decomposição de predicados (DOWTY, 1979; PINKER, 2013 [1989]; RAPPAPORT HOVAV; LEVIN, 1998; CANÇADO; AMARAL, 2016), também propomos estruturas de representação semântica para as classes de verbos estudadas. Embasamos nossa pesquisa nas propostas de Carlson (1977), Bach (1986), Pinker (2013 [1989]), Moreira (2000), Maienborn (2003), Rothmayr (2009) e Cunha (2004, 2011), que propõem que os verbos de estado constituem pelo menos duas ou mais classes. Com base nessas propostas, em especial, na proposta de Carlson (1977), observa-se que o que agrupa os verbos de estado do PB em classes distintas é o fato de esses predicados serem predicados de Individual-level, que denotam estados permanentes ou estáveis, ou predicados de Stage-level, que denotam estados transitórios ou temporários. Verificamos que esses verbos se dividem em duas classes: na “classe dos verbos de estado inerente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos existenciais” e na subclasse dos “verbos recíprocos”, e na “classe dos verbos de estado intermitente”, que se subdivide na subclasse dos “verbos locativos” e na subclasse dos “verbos de medida”. Concluímos, portanto, que os dados do PB que apresentamos corroboram a nossa hipótese inicial, de que a classe aspectual dos verbos de estado do PB pode ser fragmentada em classes verbais menores, devido à sua diversidade semântica e sintática. |
publishDate |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-05-27T18:05:02Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-05-27T18:05:02Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020-02-18 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/33553 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/33553 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FALE - FACULDADE DE LETRAS |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33553/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20com%20a%20ficha%20catalogr%c3%a1fica%20e%20folha%20de%20aprova%c3%a7%c3%a3o.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33553/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8db973b8c08d3e78b52ee98f808ace36 34badce4be7e31e3adb4575ae96af679 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589277947265024 |