Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alan Ricardo Pereira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36985
Resumo: Partindo da questão que intenciona saber se a teoria do direito de Kant tem uma relação de independência ou, antes, de dependência de sua filosofia moral (filosofia prática), problema com o qual o próprio Kant se via às voltas, esta pesquisa sustenta a tese da especificidade do direito no âmbito da razão prática pura, ou seja, sustenta que o direito é dependente da moral, mas independente da ética – essa independência, contudo, não significa dizer que o direito não possa ser incorporado indiretamente à ética. Para alcançar esse objetivo, a presente pesquisa articula-se em três partes justapostas sistematicamente, na primeira das quais se apropria das opiniões concorrentes acerca da questão se o direito é independente (cap. 1), ou se é dependente da moral (cap. 2), a fim de apontar, ao final, a interpretação que melhor se coaduna com o pensamento de Kant, qual seja, a da especificidade do direito no seio da filosofia prática (cap. 3). Na segunda, esclarece (dada a confusão em torno desta questão) o princípio do direito em Kant entre os anos de 1781 e 1796 (cap. 4), estabelecendo sua relação fronteiriça com a moral também no mesmo período (cap. 5) – ou seja, antes de vir a lume o Princípios metafísicos da doutrina do direito, de 1797, que contém o núcleo da filosofia kantiana do direito. Ela lança mão, outrossim, da apropriação ou recepção dos intérpretes de Kant contemporâneos a ele que tentaram, inspirados pela filosofia crítica, deduzir o direito tanto quanto possível em contiguidade com o filósofo de Königsberg (cap. 6). Na terceira, elabora três momentos distintos de exposição para responder a questão guerreada, no primeiro dos quais mostra que o direito pertence à moral (cap. 7); no segundo, que o direito se separa da – sem perder de vista sua incorporação indireta à – ética (cap. 8); no terceiro, que o direito se circunscreve no domínio do moralmente possível (cap. 9). Como se trata de desenvolver um argumento em prol da conceituação do direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível, recorrendo às noções básicas de lógica deôntica, tem-se na exposição tripartite supramencionada um poderosíssimo recurso. De fato, a partir dessa exposição, pode-se vislumbrar a seguinte solução para o problema em questão: se o direito pertence à moral (sentido amplo, ou seja, tudo o que é possível pela liberdade), mas não se relaciona com a ética (doutrina da virtude, ou seja, foro interno), então se pode elaborar a seguinte equação: só é autorizado (permitido ou lícito) fazer algo (que embora não esteja circunscrito na esfera ética/interna) se for moralmente possível – ou seja, se for possível pela liberdade externa (jurídica).
id UFMG_fb385fef2646d41aa7473822fc12796c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/36985
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Joãosinho Beckenkamphttp://lattes.cnpq.br/5862843254306347Joãosinho BeckenkampLindomar Rocha MotaGiorgia CecchinatoCarlo Gabriel Kszan PanceraDelamar José Volpato Dutrahttp://lattes.cnpq.br/6346715253966904Alan Ricardo Pereira2021-07-26T20:20:37Z2021-07-26T20:20:37Z2020-12-15http://hdl.handle.net/1843/36985Partindo da questão que intenciona saber se a teoria do direito de Kant tem uma relação de independência ou, antes, de dependência de sua filosofia moral (filosofia prática), problema com o qual o próprio Kant se via às voltas, esta pesquisa sustenta a tese da especificidade do direito no âmbito da razão prática pura, ou seja, sustenta que o direito é dependente da moral, mas independente da ética – essa independência, contudo, não significa dizer que o direito não possa ser incorporado indiretamente à ética. Para alcançar esse objetivo, a presente pesquisa articula-se em três partes justapostas sistematicamente, na primeira das quais se apropria das opiniões concorrentes acerca da questão se o direito é independente (cap. 1), ou se é dependente da moral (cap. 2), a fim de apontar, ao final, a interpretação que melhor se coaduna com o pensamento de Kant, qual seja, a da especificidade do direito no seio da filosofia prática (cap. 3). Na segunda, esclarece (dada a confusão em torno desta questão) o princípio do direito em Kant entre os anos de 1781 e 1796 (cap. 4), estabelecendo sua relação fronteiriça com a moral também no mesmo período (cap. 5) – ou seja, antes de vir a lume o Princípios metafísicos da doutrina do direito, de 1797, que contém o núcleo da filosofia kantiana do direito. Ela lança mão, outrossim, da apropriação ou recepção dos intérpretes de Kant contemporâneos a ele que tentaram, inspirados pela filosofia crítica, deduzir o direito tanto quanto possível em contiguidade com o filósofo de Königsberg (cap. 6). Na terceira, elabora três momentos distintos de exposição para responder a questão guerreada, no primeiro dos quais mostra que o direito pertence à moral (cap. 7); no segundo, que o direito se separa da – sem perder de vista sua incorporação indireta à – ética (cap. 8); no terceiro, que o direito se circunscreve no domínio do moralmente possível (cap. 9). Como se trata de desenvolver um argumento em prol da conceituação do direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível, recorrendo às noções básicas de lógica deôntica, tem-se na exposição tripartite supramencionada um poderosíssimo recurso. De fato, a partir dessa exposição, pode-se vislumbrar a seguinte solução para o problema em questão: se o direito pertence à moral (sentido amplo, ou seja, tudo o que é possível pela liberdade), mas não se relaciona com a ética (doutrina da virtude, ou seja, foro interno), então se pode elaborar a seguinte equação: só é autorizado (permitido ou lícito) fazer algo (que embora não esteja circunscrito na esfera ética/interna) se for moralmente possível – ou seja, se for possível pela liberdade externa (jurídica).Starting from the problem of whether Kant's theory of law is independent from (or rather dependent) on his moral theory – practical philosophy – (a problem with which Kant himself often struggled), this work argues for the specificity of law in the realm of pure practical reason. In other words, this work argues that law depends on morals, but it does not depend on ethics. Such independence (of law from ethics), however, does not imply that the law cannot be (indirectly) incorporated into ethics. To argue that, this research is articulated around three systematically juxtaposed parts, the first of which appropriates concurrent opinions – on the problem of whether law is independent (chapter 1) or rather dependent on morals (chapter 2) – in order to conclude pointing out which interpretation best fits Kant's own thought: the specificity of law within practical philosophy, we argue (chapter 3). In the second part, we clarify (for there is considerable confusion regarding this matter) the principle of law in Kant's work (1781-1796) (chapter 4) and we establish its bordering relationship with morals also in the same period (chapter 5) – that is, before the Metaphysical Principles of the Doctrine of Law (1797) came to light, this being of course the work which contains the core of Kant's philosophy of law. This second part thus makes use of Kant's interpreters appropriations or receptions of his thought – we mean his contemporaries who, inspired by the critical philosophy, attempted to deduct law as much as possible in contiguity with the philosopher from Königsberg (chapter 6). The third part, in its turn, elaborates on three distinct moments of exposition to answer the question at stake. Within the first one, it is shown that law belongs to morals (chapter 7); within the second one, it is then shown that law and ethics are separated – despite the law being indirectly incorporated into ethics (chapter 8). Within the third one, in its turn, it is shown that law is circumscribed within the realm of the morally possible (chapter 9). This being about building a case for the understanding of law as a moral possibility or as the realm of the morally possible (using the basic notions of deontic logic), the aforementioned tripartite demonstration thus becomes a very powerful resource. In fact, starting from such demonstration, one can envision the following solution to our problem: if law belongs to morals (in a broad sense – everything that freedom makes possible), but has nothing to do with ethics (the doctrine of virtue, that is, the forum of conscience), then one could conclude thusly: one is authorized (in terms of it being permitted or licit) to do something (which is not circumscribed in the ethical/inner sphere) only if it is morally possible to do so – that is, only if such is possible in terms of external freedom (juridical freedom).CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessDireitoÉticaMoralLei MoralLei permissivaAutorizaçãoSobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possívelinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALSobre a relação do direito com a moral em Kant - o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível.pdfSobre a relação do direito com a moral em Kant - o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível.pdfapplication/pdf1967582https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/1/Sobre%20a%20rela%c3%a7%c3%a3o%20do%20direito%20com%20a%20moral%20em%20Kant%20-%20o%20conceito%20kantiano%20de%20direito%20como%20possibilidade%20moral%20ou%20como%20o%20reino%20do%20moralmente%20poss%c3%advel.pdfb2b70c7cffbc3c6b6ee7f34c7b803596MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/369852021-07-26 17:20:37.345oai:repositorio.ufmg.br:1843/36985TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-07-26T20:20:37Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
title Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
spellingShingle Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
Alan Ricardo Pereira
Direito
Ética
Moral
Lei Moral
Lei permissiva
Autorização
title_short Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
title_full Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
title_fullStr Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
title_full_unstemmed Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
title_sort Sobre a relação do direito com a moral em Kant : o conceito kantiano de direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível
author Alan Ricardo Pereira
author_facet Alan Ricardo Pereira
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Joãosinho Beckenkamp
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5862843254306347
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Joãosinho Beckenkamp
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Lindomar Rocha Mota
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Giorgia Cecchinato
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Carlo Gabriel Kszan Pancera
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Delamar José Volpato Dutra
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6346715253966904
dc.contributor.author.fl_str_mv Alan Ricardo Pereira
contributor_str_mv Joãosinho Beckenkamp
Joãosinho Beckenkamp
Lindomar Rocha Mota
Giorgia Cecchinato
Carlo Gabriel Kszan Pancera
Delamar José Volpato Dutra
dc.subject.por.fl_str_mv Direito
Ética
Moral
Lei Moral
Lei permissiva
Autorização
topic Direito
Ética
Moral
Lei Moral
Lei permissiva
Autorização
description Partindo da questão que intenciona saber se a teoria do direito de Kant tem uma relação de independência ou, antes, de dependência de sua filosofia moral (filosofia prática), problema com o qual o próprio Kant se via às voltas, esta pesquisa sustenta a tese da especificidade do direito no âmbito da razão prática pura, ou seja, sustenta que o direito é dependente da moral, mas independente da ética – essa independência, contudo, não significa dizer que o direito não possa ser incorporado indiretamente à ética. Para alcançar esse objetivo, a presente pesquisa articula-se em três partes justapostas sistematicamente, na primeira das quais se apropria das opiniões concorrentes acerca da questão se o direito é independente (cap. 1), ou se é dependente da moral (cap. 2), a fim de apontar, ao final, a interpretação que melhor se coaduna com o pensamento de Kant, qual seja, a da especificidade do direito no seio da filosofia prática (cap. 3). Na segunda, esclarece (dada a confusão em torno desta questão) o princípio do direito em Kant entre os anos de 1781 e 1796 (cap. 4), estabelecendo sua relação fronteiriça com a moral também no mesmo período (cap. 5) – ou seja, antes de vir a lume o Princípios metafísicos da doutrina do direito, de 1797, que contém o núcleo da filosofia kantiana do direito. Ela lança mão, outrossim, da apropriação ou recepção dos intérpretes de Kant contemporâneos a ele que tentaram, inspirados pela filosofia crítica, deduzir o direito tanto quanto possível em contiguidade com o filósofo de Königsberg (cap. 6). Na terceira, elabora três momentos distintos de exposição para responder a questão guerreada, no primeiro dos quais mostra que o direito pertence à moral (cap. 7); no segundo, que o direito se separa da – sem perder de vista sua incorporação indireta à – ética (cap. 8); no terceiro, que o direito se circunscreve no domínio do moralmente possível (cap. 9). Como se trata de desenvolver um argumento em prol da conceituação do direito como possibilidade moral ou como o reino do moralmente possível, recorrendo às noções básicas de lógica deôntica, tem-se na exposição tripartite supramencionada um poderosíssimo recurso. De fato, a partir dessa exposição, pode-se vislumbrar a seguinte solução para o problema em questão: se o direito pertence à moral (sentido amplo, ou seja, tudo o que é possível pela liberdade), mas não se relaciona com a ética (doutrina da virtude, ou seja, foro interno), então se pode elaborar a seguinte equação: só é autorizado (permitido ou lícito) fazer algo (que embora não esteja circunscrito na esfera ética/interna) se for moralmente possível – ou seja, se for possível pela liberdade externa (jurídica).
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-12-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-07-26T20:20:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-07-26T20:20:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/36985
url http://hdl.handle.net/1843/36985
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/1/Sobre%20a%20rela%c3%a7%c3%a3o%20do%20direito%20com%20a%20moral%20em%20Kant%20-%20o%20conceito%20kantiano%20de%20direito%20como%20possibilidade%20moral%20ou%20como%20o%20reino%20do%20moralmente%20poss%c3%advel.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36985/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv b2b70c7cffbc3c6b6ee7f34c7b803596
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589252964941824