A transposição peritônio-aponeurótica bilateral no tratamento de hérnias ventrais na criança
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7S6GYF |
Resumo: | Em crianças, as hérnias ventrais podem ser causadas por anomaliascongênitas da parede abdominal (onfaloceles e gastrosquises) ou por laparotomias prévias (hérnias incisionais). Existem poucos estudos na literatura sobre o tratamento de hérnias ventrais em crianças. Descrita por Lázaro da Silva em 1971, a Transposição Peritônio-Aponeurótica Bilateral (TRANSPAB) consolidou-se como opção primária de tratamento em adultos com hérnias incisionais. A TRANSPAB foi empregada pela primeira vez em uma criança com hérnia incisional no Serviço deCirurgia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Posteriormente, a técnica foi adaptada para o tratamento de hérnias ventrais secundárias a onfaloceles epitelizadas. Não foram encontrados na literatura outros estudos sobre o tratamento de hérnias incisionais em crianças, nem outros trabalhos sobre o emprego da TRANSPAB em hérnias ventrais secundárias a onfaloceles e gastrosquises. Os resultados tardios da TRANSPAB em crianças sãopouco conhecidos, sobretudo a taxa de recidiva da hérnia ventral. O objetivo deste estudo foi avaliar em crianças os resultados precoces e tardios da TRANSPAB no tratamento de hérnias ventrais, incisionais e secundárias a anomalias congênitas da parede abdominal, especialmente a frequência de recidivas. Realizou-se estudo descritivo de 22 crianças (14 meninas e oito meninos), com idades entre três meses e nove anos (média de 3 + 2,3 anos), submetidas à TRANSPAB entre 1978 e 2005. Seis hérnias eram incisionais e 16 foram causadas por anomalias congênitas da parede abdominal. A duração média da operação foi de 156 + 58 minutos. Não houve complicações trans- operatórias. O tempo médio de internação no período pós- operatório foi de 8 + 10 dias. A atelectasia foi a complicação mais comum e de maior morbidez. Seis crianças (27,3%) evoluíram com atelectasias, sendo que três necessitaram de ventilação mecânica, duas evoluíram com pneumonia e uma faleceu. Este foi o único óbito precoce da série (4,5%). Outras complicações respiratórias foram pneumonias (9%), broncoespasmo (4,5%) e otite (4,5%). As complicações de ferida operatória também foram frequentes, mas sem gravidade. Sete crianças (31,8%) apresentaram complicações de ferida: quatro (18,1%) seromas, duas (9%) infecções e um (4,5%) hematoma. O acompanhamento tardiofoi realizado em 18 (81,8%) crianças, por um período que variou entre um ano e 22 anos, média de 7,6 + 5,9 anos. Não houve complicações tardias graves. Cinco (27,7%) crianças evoluíram com hérnias inguinais, três (16,6%) demonstraram insatisfação estética e duas (11,1%) apresentaram granulomas de corpo estranho. A TRANSPAB dispensou próteses e evitou suas complicações. Não ocorreu síndrome de compartimento abdominal, obstrução intestinal ou fístula enterocutânea após a TRANSPAB, assim como não houve óbito relacionado à técnica. Uma criança faleceu de meningite no período pós-operatório tardio. Quatro (22,2%) crianças foram submetidas sem dificuldade a laparotomias tardias para tratamento de outras afecções. Não houve recidiva da hérnia ventral em crianças submetidas à TRANSPAB e acompanhadas a longo prazo. A TRANSPAB é uma opção de tratamento segura e eficaz em crianças com hérnias ventrais, incisionais ousecundárias a anomalias congênitas da parede abdominal. |
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Edson Samesima TatsuoAlcino Lazaro da SilvaLourenço Sbragia NetoBernardo Almeida Campos2019-08-13T13:41:50Z2019-08-13T13:41:50Z2008-12-22http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7S6GYFEm crianças, as hérnias ventrais podem ser causadas por anomaliascongênitas da parede abdominal (onfaloceles e gastrosquises) ou por laparotomias prévias (hérnias incisionais). Existem poucos estudos na literatura sobre o tratamento de hérnias ventrais em crianças. Descrita por Lázaro da Silva em 1971, a Transposição Peritônio-Aponeurótica Bilateral (TRANSPAB) consolidou-se como opção primária de tratamento em adultos com hérnias incisionais. A TRANSPAB foi empregada pela primeira vez em uma criança com hérnia incisional no Serviço deCirurgia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Posteriormente, a técnica foi adaptada para o tratamento de hérnias ventrais secundárias a onfaloceles epitelizadas. Não foram encontrados na literatura outros estudos sobre o tratamento de hérnias incisionais em crianças, nem outros trabalhos sobre o emprego da TRANSPAB em hérnias ventrais secundárias a onfaloceles e gastrosquises. Os resultados tardios da TRANSPAB em crianças sãopouco conhecidos, sobretudo a taxa de recidiva da hérnia ventral. O objetivo deste estudo foi avaliar em crianças os resultados precoces e tardios da TRANSPAB no tratamento de hérnias ventrais, incisionais e secundárias a anomalias congênitas da parede abdominal, especialmente a frequência de recidivas. Realizou-se estudo descritivo de 22 crianças (14 meninas e oito meninos), com idades entre três meses e nove anos (média de 3 + 2,3 anos), submetidas à TRANSPAB entre 1978 e 2005. Seis hérnias eram incisionais e 16 foram causadas por anomalias congênitas da parede abdominal. A duração média da operação foi de 156 + 58 minutos. Não houve complicações trans- operatórias. O tempo médio de internação no período pós- operatório foi de 8 + 10 dias. A atelectasia foi a complicação mais comum e de maior morbidez. Seis crianças (27,3%) evoluíram com atelectasias, sendo que três necessitaram de ventilação mecânica, duas evoluíram com pneumonia e uma faleceu. Este foi o único óbito precoce da série (4,5%). Outras complicações respiratórias foram pneumonias (9%), broncoespasmo (4,5%) e otite (4,5%). As complicações de ferida operatória também foram frequentes, mas sem gravidade. Sete crianças (31,8%) apresentaram complicações de ferida: quatro (18,1%) seromas, duas (9%) infecções e um (4,5%) hematoma. O acompanhamento tardiofoi realizado em 18 (81,8%) crianças, por um período que variou entre um ano e 22 anos, média de 7,6 + 5,9 anos. Não houve complicações tardias graves. Cinco (27,7%) crianças evoluíram com hérnias inguinais, três (16,6%) demonstraram insatisfação estética e duas (11,1%) apresentaram granulomas de corpo estranho. A TRANSPAB dispensou próteses e evitou suas complicações. Não ocorreu síndrome de compartimento abdominal, obstrução intestinal ou fístula enterocutânea após a TRANSPAB, assim como não houve óbito relacionado à técnica. Uma criança faleceu de meningite no período pós-operatório tardio. Quatro (22,2%) crianças foram submetidas sem dificuldade a laparotomias tardias para tratamento de outras afecções. Não houve recidiva da hérnia ventral em crianças submetidas à TRANSPAB e acompanhadas a longo prazo. A TRANSPAB é uma opção de tratamento segura e eficaz em crianças com hérnias ventrais, incisionais ousecundárias a anomalias congênitas da parede abdominal.Ventral hernias in children can be caused either by congenital anomalies (omphaloceles and gastroschisis) or by previous laparotomies (incisional hernias). There are few published studies about the treatment of ventral hernias in children. The Bilateral Peritoneum-Aponeurotic Transposition (BPAT) technique described byLázaro da Silva (1971) has become an effective and safe approach for incisional hernias in adults. At the Section of Pediatric Surgery of the Hospital das Clínicas, Federal University of Minas Gerais, the BPAT was first applied in a child with incisional hernia. Thereafter it has also been used in children with epithelized omphaloceles. There was no previous published study concerning the treatment of incisional hernias in children, neither about the use of BPAT in the treatment of ventral hernias caused by omphaloceles or gastroschisis. Long-term results of BPATin children are unknown. The aim of this study was to evaluate early and late results of BPAT in children, especially the recurrence rate. This was a descriptive study of 22 children (14 female and eight male), aging from three months to nine years (meanage: 3 + 2,3 years), operated on by BPAT between 1978 and 2005. Six hernias were incisional and other 16 were caused by abdominal wall defects. Mean duration of the BPAT was 156 + 58 minutes. There were no intra-operative complications. Meanlength of postoperative stay was 8 + 10 days. Atelectasis was the most common and serious postoperative complication. Six (27,3%) children presented atelectasis. Three of them needed mechanical ventilation, two developed pneumonias and one died. There was only one (4,5%) early death in this series. Other respiratory complications were pneumonias (9%), bronchospasm (4,5%) and otitis (4,5%). Wound complications were also common, but with no severity. Seven (31,8%) childrenpresented minor wound complications in the early postoperative period, including four (18,1%) seromas, two (9%) infections and one (4,5%) bleeding. Long term follow-up was accomplished in 18 (81,8%) children, ranging from one year to 22 years (mean: 7,6 + 5,9 years). There were no serious complications late after the BPAT. Inguinal hernias ocurred in five (27,7%) children, another three (16,6%) complained of a poor cosmethic result and two (11,1%) presented with wound granulomas. The BPATavoided the use of prostethic meshes and their potential complications. There were no cases of abdominal compartment syndrome, bowel obstruction or enterocutaneous fistula in this series, neither technique related deaths. One girl died of meningitis late after the BPAT. Four (22,2%) children were successfully submitted to late laparotomies for other reasons. There was no recurrence in children operated on by the BPAT. The BPAT is an effective and safe option in children with ventralhernias secondary to abdominal wall defects and previous laparotomies.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHérnia umbilicalRecidivaResultado de tratamentoComplicações pós-operatóriasHérnia ventral/cirurgiaCirurgiaGastrosquiseCriançaHérnia umbilicalRecidivaComplicações pós-operatóriasHérnia ventral / cirurgiaCriançasResultado do tratamentoGastrosquiseA transposição peritônio-aponeurótica bilateral no tratamento de hérnias ventrais na criançainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALbernardo_almeida_campos.pdfapplication/pdf2537532https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7S6GYF/1/bernardo_almeida_campos.pdff2423141e380b4588c0b317d3b3fd3b9MD51TEXTbernardo_almeida_campos.pdf.txtbernardo_almeida_campos.pdf.txtExtracted texttext/plain141527https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7S6GYF/2/bernardo_almeida_campos.pdf.txt88ed7dd92878b2f228dcbac274d08a55MD521843/ECJS-7S6GYF2019-11-14 23:17:42.218oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7S6GYFRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-15T02:17:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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