Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMS |
Texto Completo: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1836 |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo mais amplo o estudo do léxico, na perspectiva dos tabus linguísticos, com base em dados geolinguísticos extraídos do Banco de Dados do Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), entrevistas realizadas com 200 informantes de 25 capitais brasileiras, com o seguinte perfil: duas faixas etárias (18 a 30 e 50 a 65 anos), de ambos os sexos, com dois níveis de escolaridade: até Ensino Fundamental e Ensino Superior, nascidos e criados na localidade e filhos de pais nascidos na mesma região linguística. O corpus estudado foi constituído por designações fornecidas como respostas para cinco perguntas do QSL – Questionário Semântico-Lexical do Projeto ALiB, vinculadas a três áreas semânticas: ciclos da vida: QSL 121 – “menstruação”; convívio e comportamento social: QSL 137 – “pessoa pouco inteligente”; QSL 141 – “marido traído” e QSL 142 – “prostituta”, e religião e crenças: QSL 147 – “diabo”. O estudo teve ainda como propósito identificar possíveis recursos substitutivos dos vocábulos tabus empregados pelos falantes das capitais e, por extensão, as unidades lexicais que se configuraram como tabuísticas e como eufêmicas. Tendo em vista a natureza do corpus selecionado para este estudo, buscou-se respaldo teórico-metodológico na Linguística, em especial, na Lexicologia, na Semântica e na Dialetologia/Geolinguística, além de fundamentos em áreas afins como a Antropologia, a Sociolinguística e a Etnolinguística. Os dados foram examinados sob as perspectivas diatópica, diastrática (escolaridade), diassexual e diageracional e permitiram identificar: a) o uso de designações tabuísticas e eufêmicas para designar os referentes selecionados; b) o emprego de diversos recursos substitutivos da palavra tida como tabu; c) a demonstração de interferências de fatores sociais atuando nas opções lexicais dos falantes no processo de nomeação dos referentes pesquisados; d) marcas de influências linguísticas no vocabulário dos habitantes das localidades estudadas decorrentes de aspectos históricos e geográficos; e) evidências de traços isoglóssicos na fala dos habitantes das capitais pesquisadas; f) manifestação de certas especificidades linguísticas no léxico dos habitantes das capitais do Brasil; g) marcas de conservadorismos linguísticos na fala de informantes idosos e uma tendência à manutenção na fala dos jovens. Por fim, o resultado da pesquisa permitiu identificar a dinamicidade da língua em uso e as interferências sofridas por ela nos níveis social, cultural, histórico e geográfico. Nesse particular, observaram-se atitudes linguísticas do falante frente a assuntos que reportam a tabus, evidenciando a manifestação de pudor/decoro, de crenças e de superstições no âmbito mágico-religioso materializadas no léxico do grupo investigado. Em síntese, este estudo referendou a estreita relação entre as escolhas lexicais dos falantes e a cosmovisão de uma sociedade. |
id |
UFMS_d340cbb5c68adca57f0b4fd1d0aa794c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufms.br:123456789/1836 |
network_acronym_str |
UFMS |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMS |
repository_id_str |
2124 |
spelling |
2013-11-12T13:14:03Z2021-09-30T19:56:57Z2012https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1836Este estudo teve como objetivo mais amplo o estudo do léxico, na perspectiva dos tabus linguísticos, com base em dados geolinguísticos extraídos do Banco de Dados do Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), entrevistas realizadas com 200 informantes de 25 capitais brasileiras, com o seguinte perfil: duas faixas etárias (18 a 30 e 50 a 65 anos), de ambos os sexos, com dois níveis de escolaridade: até Ensino Fundamental e Ensino Superior, nascidos e criados na localidade e filhos de pais nascidos na mesma região linguística. O corpus estudado foi constituído por designações fornecidas como respostas para cinco perguntas do QSL – Questionário Semântico-Lexical do Projeto ALiB, vinculadas a três áreas semânticas: ciclos da vida: QSL 121 – “menstruação”; convívio e comportamento social: QSL 137 – “pessoa pouco inteligente”; QSL 141 – “marido traído” e QSL 142 – “prostituta”, e religião e crenças: QSL 147 – “diabo”. O estudo teve ainda como propósito identificar possíveis recursos substitutivos dos vocábulos tabus empregados pelos falantes das capitais e, por extensão, as unidades lexicais que se configuraram como tabuísticas e como eufêmicas. Tendo em vista a natureza do corpus selecionado para este estudo, buscou-se respaldo teórico-metodológico na Linguística, em especial, na Lexicologia, na Semântica e na Dialetologia/Geolinguística, além de fundamentos em áreas afins como a Antropologia, a Sociolinguística e a Etnolinguística. Os dados foram examinados sob as perspectivas diatópica, diastrática (escolaridade), diassexual e diageracional e permitiram identificar: a) o uso de designações tabuísticas e eufêmicas para designar os referentes selecionados; b) o emprego de diversos recursos substitutivos da palavra tida como tabu; c) a demonstração de interferências de fatores sociais atuando nas opções lexicais dos falantes no processo de nomeação dos referentes pesquisados; d) marcas de influências linguísticas no vocabulário dos habitantes das localidades estudadas decorrentes de aspectos históricos e geográficos; e) evidências de traços isoglóssicos na fala dos habitantes das capitais pesquisadas; f) manifestação de certas especificidades linguísticas no léxico dos habitantes das capitais do Brasil; g) marcas de conservadorismos linguísticos na fala de informantes idosos e uma tendência à manutenção na fala dos jovens. Por fim, o resultado da pesquisa permitiu identificar a dinamicidade da língua em uso e as interferências sofridas por ela nos níveis social, cultural, histórico e geográfico. Nesse particular, observaram-se atitudes linguísticas do falante frente a assuntos que reportam a tabus, evidenciando a manifestação de pudor/decoro, de crenças e de superstições no âmbito mágico-religioso materializadas no léxico do grupo investigado. Em síntese, este estudo referendou a estreita relação entre as escolhas lexicais dos falantes e a cosmovisão de uma sociedade.ABSTRACT - This work aimed to study the lexicon from the perspective of linguistic taboos based on geolinguistic data from ALiB Project (Brazilian Linguistic Atlas): interviews with 200 people in 25 Brazilian capitals with the following profile: two age groups (18-30 and 50-65 years old), males and females with primary school and graduation, born and raised in analyzed towns and whose both parents were also born and raised in the same linguistic area. The studied corpus consisted of names provided as answers to five questions of Lexical-Semantic Questionnaire of ALiB Project, linked to three semantic areas: life cycles: QSL 121 – “menstruation”, living and social behavior: QSL 137 – “stupid person”; QSL 141 – “cuckold” and QSL 142 – “prostitute”, and religion and beliefs: QSL 147 – “devil”. The study also had the purpose to identify potential replacement resources of taboo words used by Brazilian capital inhabitants, and, by extension, the lexical units that are configured as euphemistic and as taboo words. Given the nature of the corpus for this work, we sought theoretical and methodological support in Linguistics, especially in Lexicology, Semantics, Dialectology and Geolinguistics, besides fundamental of related fields such as Anthropology, Sociolinguistics and Ethnolinguistics. Data were examined from the perspectives of place, grade of instruction, genre and age and permitted to identify: a) the use of taboo and euphemistic words to name selected referents; b) the use of various resources to substitute the word considered taboo; c) evidences of social feature interferences in lexical choices of the speakers; d) marks of linguistic influences in the vocabulary of the inhabitants of studied cities, due to historical and geographical aspects; e) evidences of isoglosses on the capital citizen speech; f) expression of certain linguistic specificities in the lexicon of these inhabitants; g) marks of linguistic conservatism in the speech of older informants and a tendency to maintenance in the language of young people. Finally, the result of this research permitted to identify the dynamism of language in use and the interferences on it in the social, cultural, historical and geographical levels evinced by it. In that case, linguistic attitudes were observed in matters that are related to taboos, indicating the manifestation of decorum/modesty, beliefs and superstitions on magic-religious field materialized in the lexicon of the investigated groups. In summary, this study confirmed the close relationship between lexical choices and worldview of a society.porLexicologiaLexicologyLinguísticaLinguisticsEufemismoEuphemismTabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticosLinguistic taboos in the Brazilian capitals : a study based on geographic and sociolinguistic data.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisIsquerdo, Aparecida NegriBenke, Vanessa Cristina Martinsinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMSinstname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)instacron:UFMSTHUMBNAILVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdf.jpgVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1347https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/4/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf.jpgcda5c9a321c8c6217a3aa863d2135152MD54TEXTVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdf.txtVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdf.txtExtracted texttext/plain592993https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/3/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf.txte8831506c75cd12967ba0f72d152bbf6MD53ORIGINALVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdfVANESSA CRISTINA MARTINS BENKE.pdfapplication/pdf9170616https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/1/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf6ac5c0a553c00a94d425850bcb9320fcMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/18362021-09-30 15:56:57.505oai:repositorio.ufms.br:123456789/1836Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufms.br/oai/requestri.prograd@ufms.bropendoar:21242021-09-30T19:56:57Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
Linguistic taboos in the Brazilian capitals : a study based on geographic and sociolinguistic data. |
title |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
spellingShingle |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos Benke, Vanessa Cristina Martins Lexicologia Lexicology Linguística Linguistics Eufemismo Euphemism |
title_short |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
title_full |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
title_fullStr |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
title_full_unstemmed |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
title_sort |
Tabus linguísticos nas capitais do Brasil : um estudo baseado em dados geossociolinguísticos |
author |
Benke, Vanessa Cristina Martins |
author_facet |
Benke, Vanessa Cristina Martins |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Isquerdo, Aparecida Negri |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Benke, Vanessa Cristina Martins |
contributor_str_mv |
Isquerdo, Aparecida Negri |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Lexicologia Lexicology Linguística Linguistics Eufemismo Euphemism |
topic |
Lexicologia Lexicology Linguística Linguistics Eufemismo Euphemism |
description |
Este estudo teve como objetivo mais amplo o estudo do léxico, na perspectiva dos tabus linguísticos, com base em dados geolinguísticos extraídos do Banco de Dados do Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), entrevistas realizadas com 200 informantes de 25 capitais brasileiras, com o seguinte perfil: duas faixas etárias (18 a 30 e 50 a 65 anos), de ambos os sexos, com dois níveis de escolaridade: até Ensino Fundamental e Ensino Superior, nascidos e criados na localidade e filhos de pais nascidos na mesma região linguística. O corpus estudado foi constituído por designações fornecidas como respostas para cinco perguntas do QSL – Questionário Semântico-Lexical do Projeto ALiB, vinculadas a três áreas semânticas: ciclos da vida: QSL 121 – “menstruação”; convívio e comportamento social: QSL 137 – “pessoa pouco inteligente”; QSL 141 – “marido traído” e QSL 142 – “prostituta”, e religião e crenças: QSL 147 – “diabo”. O estudo teve ainda como propósito identificar possíveis recursos substitutivos dos vocábulos tabus empregados pelos falantes das capitais e, por extensão, as unidades lexicais que se configuraram como tabuísticas e como eufêmicas. Tendo em vista a natureza do corpus selecionado para este estudo, buscou-se respaldo teórico-metodológico na Linguística, em especial, na Lexicologia, na Semântica e na Dialetologia/Geolinguística, além de fundamentos em áreas afins como a Antropologia, a Sociolinguística e a Etnolinguística. Os dados foram examinados sob as perspectivas diatópica, diastrática (escolaridade), diassexual e diageracional e permitiram identificar: a) o uso de designações tabuísticas e eufêmicas para designar os referentes selecionados; b) o emprego de diversos recursos substitutivos da palavra tida como tabu; c) a demonstração de interferências de fatores sociais atuando nas opções lexicais dos falantes no processo de nomeação dos referentes pesquisados; d) marcas de influências linguísticas no vocabulário dos habitantes das localidades estudadas decorrentes de aspectos históricos e geográficos; e) evidências de traços isoglóssicos na fala dos habitantes das capitais pesquisadas; f) manifestação de certas especificidades linguísticas no léxico dos habitantes das capitais do Brasil; g) marcas de conservadorismos linguísticos na fala de informantes idosos e uma tendência à manutenção na fala dos jovens. Por fim, o resultado da pesquisa permitiu identificar a dinamicidade da língua em uso e as interferências sofridas por ela nos níveis social, cultural, histórico e geográfico. Nesse particular, observaram-se atitudes linguísticas do falante frente a assuntos que reportam a tabus, evidenciando a manifestação de pudor/decoro, de crenças e de superstições no âmbito mágico-religioso materializadas no léxico do grupo investigado. Em síntese, este estudo referendou a estreita relação entre as escolhas lexicais dos falantes e a cosmovisão de uma sociedade. |
publishDate |
2012 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2012 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-11-12T13:14:03Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2021-09-30T19:56:57Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1836 |
url |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1836 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMS instname:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) instacron:UFMS |
instname_str |
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) |
instacron_str |
UFMS |
institution |
UFMS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMS |
collection |
Repositório Institucional da UFMS |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/4/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf.jpg https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/3/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf.txt https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/1/VANESSA%20CRISTINA%20MARTINS%20BENKE.pdf https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/1836/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
cda5c9a321c8c6217a3aa863d2135152 e8831506c75cd12967ba0f72d152bbf6 6ac5c0a553c00a94d425850bcb9320fc 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) |
repository.mail.fl_str_mv |
ri.prograd@ufms.br |
_version_ |
1801678571396136960 |