A figura de Sócrates como amante e guia nos diálogos de Platão.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Motta, Guilherme Domingues da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
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Texto Completo: https://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/19161
Resumo: Compreender o Sócrates dos Diálogos platônicos como um homem animado por eros implica em reconhecer duas dimensões dessa personagem: em primeiro lugar, trata-se de um homem que passou por uma conversão, fato que o transformou num apaixonado pela mais alta forma de conhecimento; em segundo lugar, é um homem que, após tal conversão, tornou-se, como diz o Banquete, “fecundo na alma”, ou seja, alguém que experimenta urgência em transmitir seus conhecimentos quando encontra um receptáculo adequado. O “fecundo na alma” representa, em boa parte do Banquete, o homem que é capaz de guiar os jovens no caminho da aquisição da virtude cívica e que se engaja numa relação pederástica com eles, de modo que também a personagem Sócrates estabelece relações pederásticas, as quais, todavia, são de natureza singularíssima. Se, por um lado, Sócrates é “grávido” da virtude “epistêmica”, a qual vai além da virtude cívica tradicional, por outro lado, Sócrates não se interessa pelo corpo dos jovens que guia, nem deles espera favores sexuais. Uma interpretação unitária desta personagem através dos diálogos permitirá sustentar que Sócrates não é movido por atração sexual pelos jovens que guia, ainda que uma abordagem superficial de certas passagens possa sugerir o contrário.
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