A escola como cenário de narrativas da adolescência: escuta analítica de adolescentes que praticam automutilação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/112544 |
Resumo: | O presente trabalho consistiu em um estudo sobre as narrativas de adolescentes que praticaram automutilação e suas implicações subjetivas no contexto escolar. Buscou-se, com isso entender o que faz o analista na escola e como é possível desenvolver a escuta clínica nas instituições por meio da psicanálise aplicada. A automutilação é um fenômeno de manipulação do corpo, que envolve condutas como cortar a própria pele, morder-se, bater-se e queimar-se. Os comportamentos de automutilação, geralmente, estão atrelados às relações primeiras do sujeito com o Outro e o conflito que se dá entre eles; a partir da internalização desse tipo de relação, o adolescente inflige dor a si mesmo. O interesse por esse tema se deu em função da pesquisadora atuar como psicóloga escolar no trabalho com adolescentes que estão passando por processos de angústia, contexto familiar conturbado, mudanças repentinas de rotina, entre outros. Nossos objetivos foram analisar a automutilação de adolescentes e suas narrativas no contexto escolar, compreender o lugar do psicólogo na instituição escolar, assim como seus desafios e incômodos, e, por fim, caracterizar e refletir sobre as possibilidade e os efeitos da escuta analítica dos adolescentes na escola. Os conceitos de adolescência, angústia, corpo e escuta clínica na instituição através da psicanálise em extensão guiaram a pesquisa integrativa de literatura, bem como as questões ligadas a psicologia escolar e a escola como espaço de escuta e endereçamento dos adolescentes em sofrimento. Por meio da entrevista não-dirigida, escutou-se cinco adolescentes do sexo feminino em uma escola da rede privada de Fortaleza. Para a análise dos dados, utilizou-se os estudos de casos múltiplos, que permitiram discutir as respostas obtidas de forma singular em cada caso analisado. Desse modo, observamos que as adolescentes abordam o corpo como aquele possível de ser o porta-voz de sua angústia. Constatamos a automutilação como uma tentativa de estabilização frente ao mal-estar, quando, na dificuldade de utilizar o recurso da palavra, recorre-se ao ato da escarificação, o que resulta em marcas expostas no corpo. Não havia um desejo explícito de morte, no entanto, as adolescentes buscavam formas de conter seu sofrimento através da autolesão. Concluímos que o psicólogo escolar oferecendo escuta clínica em extensão, tal qual pensada pela psicanálise, possibilita que as experiências corporais, sobretudo as convocadas pelo adolescer e que produzem automutilação, sejam de algum modo articuladas à palavra como fonte de produção de um saber sobre si. Palavras-chave: Automutilação; Adolescência; Escola; Psicanálise. |
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A escola como cenário de narrativas da adolescência: escuta analítica de adolescentes que praticam automutilaçãoThe school as the scenario of narratives of adolescence : analytical listening of teenagers who practice self-mutilationPsicologia do adolescenteEscolasAutomutilaçãoO presente trabalho consistiu em um estudo sobre as narrativas de adolescentes que praticaram automutilação e suas implicações subjetivas no contexto escolar. Buscou-se, com isso entender o que faz o analista na escola e como é possível desenvolver a escuta clínica nas instituições por meio da psicanálise aplicada. A automutilação é um fenômeno de manipulação do corpo, que envolve condutas como cortar a própria pele, morder-se, bater-se e queimar-se. Os comportamentos de automutilação, geralmente, estão atrelados às relações primeiras do sujeito com o Outro e o conflito que se dá entre eles; a partir da internalização desse tipo de relação, o adolescente inflige dor a si mesmo. O interesse por esse tema se deu em função da pesquisadora atuar como psicóloga escolar no trabalho com adolescentes que estão passando por processos de angústia, contexto familiar conturbado, mudanças repentinas de rotina, entre outros. Nossos objetivos foram analisar a automutilação de adolescentes e suas narrativas no contexto escolar, compreender o lugar do psicólogo na instituição escolar, assim como seus desafios e incômodos, e, por fim, caracterizar e refletir sobre as possibilidade e os efeitos da escuta analítica dos adolescentes na escola. Os conceitos de adolescência, angústia, corpo e escuta clínica na instituição através da psicanálise em extensão guiaram a pesquisa integrativa de literatura, bem como as questões ligadas a psicologia escolar e a escola como espaço de escuta e endereçamento dos adolescentes em sofrimento. Por meio da entrevista não-dirigida, escutou-se cinco adolescentes do sexo feminino em uma escola da rede privada de Fortaleza. Para a análise dos dados, utilizou-se os estudos de casos múltiplos, que permitiram discutir as respostas obtidas de forma singular em cada caso analisado. Desse modo, observamos que as adolescentes abordam o corpo como aquele possível de ser o porta-voz de sua angústia. Constatamos a automutilação como uma tentativa de estabilização frente ao mal-estar, quando, na dificuldade de utilizar o recurso da palavra, recorre-se ao ato da escarificação, o que resulta em marcas expostas no corpo. Não havia um desejo explícito de morte, no entanto, as adolescentes buscavam formas de conter seu sofrimento através da autolesão. Concluímos que o psicólogo escolar oferecendo escuta clínica em extensão, tal qual pensada pela psicanálise, possibilita que as experiências corporais, sobretudo as convocadas pelo adolescer e que produzem automutilação, sejam de algum modo articuladas à palavra como fonte de produção de um saber sobre si. Palavras-chave: Automutilação; Adolescência; Escola; Psicanálise.The present work consisted of a study about the narratives of adolescents who practiced selfmutilation and their subjective implications in the school context, we sought to understand what the analyst does in school and how it is possible to develop clinical listening in institutions through psychoanalysis applied. Self-mutilation is a phenomenon of manipulation of the body, which involves conducts such as cutting off one's own skin, biting, beating and burning. The behaviors of self-mutilation are usually linked to the subject's first relationships with the ¿Other¿ and the conflict between them; from the internalization of this type of relationship, the adolescent inflicts pain about itself. The interest in this theme was due to this researcher acting as a school psychologist in the work with adolescents who are going through processes of distress, family context troubled, sudden changes of routine, among others. Our objectives were to analyze the self-mutilation of adolescents and their narratives in the school context, to understand the place of the psychologist in the school institution, as well as its challenges and annoyances, and to end, to characterize and reflect on the possibilities and effects of analytical listening of adolescents in school. The concepts of adolescence, anguish, body and clinical listening in the institution through extension psychoanalysis guided the integrative research of literature, as well as the issues related to school psychology and school as a space for listening and addressing adolescents in distress. Through the non-directed interview, five female adolescents were heard in a private school in Fortaleza. For the data analysis, the multiple case studies were used, which allowed to discuss the responses obtained in a singular way in each case analyzed. Thus, we observe that the adolescents approach the body as the possible one of being the mouthpiece of their anguish. We find self-mutilation as an attempt to stabilize against malaise when, in the difficulty of using the word resource, we resort to the act of scarification, which results in exposed marks on the body. There was no explicit desire for death; however, adolescents sought ways to contain their suffering through self-harm. We conclude that the school psychologist offering clinical listening, as thought by psychoanalysis, allows that corporal experiences, especially those called by adolescents and that produce self-mutilation, are in some way articulated to the word as the source of production of knowledge about itself. Keywords: Self-mutilation; Adolescence; School; Psychoanalysis.Teixeira, Leônia CavalcanteTeixeira, Leônia CavalcantePereira, Caciana LinharesLima, Maria Celina PeixotoMaia Filho, Osterne NonatoUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em PsicologiaLopes, Lorena da Silva2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/112544https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/18492Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 103053porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-24T18:58:18Zoai::112544Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-24T18:58:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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