A superestimulação audiovisual na infância e adolescência promove comportamento hiperativo em camundongos adultos

• Autor(a) principal: Lima, Jessica Layanne de Sousa
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
• Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125422
• topic: Percepção visual; Percepção auditiva; Hiperatividade

A contemporaneidade, caracterizada pela predominância de tecnologias digitais, determina novos modos de acesso às informações, próprios dessa época. Há uma discussão sobre o impacto do desenvolvimento tecnológico em aspectos comportamentais, nuance que o presente estudo teve o intuito de avaliar. Para analisar a influência da superestimulação visual e auditiva sobre a atividade comportamental, camundongos foram estimulados com luz (intermitente em diversas cores) e som (proveniente de programas infantis de televisão em ~70dB) a partir do 21º dia (p21), 26º dia (p26) ou 36º dia pós-natal (p36) por 2h ou 6h diárias, até entrarem na fase adulta (p64). Grupos naive (sem estímulo) foram incluídos. A partir do p74, os animais foram submetidos a testes para avaliar os comportamentos de locomoção, depressão, ansiedade, agressividade e nocicepção. Em complemento, apreciações ponderais também foram realizadas. Os animais que receberam estimulação por 2h diárias desde o p21 apresentaram diminuição do comportamento de rearing e de grooming no teste do campo aberto, bem como da sensibilidade orofacial frente ao estímulo mecânico. Os animais que receberam estimulação por 6h diárias desde o p21 apresentaram aumento da atividade locomotora no teste do campo aberto. Os animais que receberam estimulação por 2h diárias desde o p26 apresentaram aumento da atividade locomotora e diminuição do comportamento de grooming no teste do campo aberto, além da redução do número de entradas no braço fechado do labirinto em cruz elevado. Os animais estimulados em p26 aumentaram o tempo de reação ao estímulo térmico quando estimulados por 6h diárias. Os animais que receberam estimulação por 2h diárias desde o p36 apresentaram aumento da atividade locomotora e diminuição do comportamento de grooming no teste do campo aberto. Não houve alteração no ganho de peso dos animais. Em suma, a superestimulação audiovisual diária precoce (a partir do p21) tem impacto negativo sobre o comportamento dos animais. Em conjunto, esses achados sugerem que a superestimulação audiovisual durante períodos críticos de desenvolvimento cerebral, como a infância e adolescência, pode ter efeitos adversos compatíveis com a hiperatividade na vida adulta. Palavras-chave: Tecnologia; Superestimulação; Comportamento; Hiperatividade.