Avaliação in silico do potêncial broncodilatador de flavonoides e monoterpenos de dysphania ambrosioides L.; (Amaranthaceae)

• Autor(a) principal: Soares, Amanda Sabrina Campos
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
• Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30502
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRÁRIAS::QUIMICA; Chenopodium ambrosioides; Mastruz; Docking molecular

A realização de pesquisas científicas voltadas para a investigação de mecanismos biológicos subjacentes que possam justificar as propriedades terapêuticas atribuídas as plantas por uma população é de extrema importância para a descoberta de novos fármacos. A propagação de informações sobre o manejo e uso de plantas para diversos fins é favorecida pela diversidade vegetal, cultural e étnica presente em um país. Na medicina popular brasileira, são relatados os usos de várias espécies vegetais. Estudos mostram que a espécie Dysphania ambrosioides L., antes Chenopodium ambrosioides L., popularmente conhecida como Mastruz, é utilizada tradicionalmente como estimulante respiratório no tratamento de doenças como bronquite, asma, tosse, etc. Entre as substâncias já identificadas de D. ambrosioides, estão presentes metabólitos com reconhecido valor medicinal pertencentes as classes dos monoterpenos e flavonoides, que são considerados os principais responsáveis pelas propriedades medicinais atribuídas à espécie. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo investigar o potencial broncodilador de metabólitos secundários de D. ambrosioides, utilizando ferramentas computacionais. O receptor muscarínico brônquico (4DAJ), um dos principais responsáveis pela sinalização da contração da musculatura lisa dos brônquios, foi submetido ao teste de docking molecular com monoterpenos e flavonoides encontrados na espécie estudada. Os resultados mostraram que todos os metabólitos testados apresentaram afinidade de ligação pelo receptor 4DAJ. Foi observado que para os monoterpenos a interação com a macromolécula ocorreu apenas a partir de interações fracas do tipo de Van Der Walls e hidrofóbicas, enquanto os flavonoides também interagiram com a biomolécula a partir de ligações de hidrogênio, o que resultou em um acréscimo de estabilidade nos complexos formados, com destaque para a quercetina (∆Gº = -9,1 Kcal/mol). Desta forma, pode-se concluir que todos os monoterpenos e flavonoides testados apresentam potencial para inibir a sinalização celular para a contração da musculatura lisa dos brônquios, o que pode fornecer uma possível explicação para a eficácia relatada pela população no uso oral e inalatório da espécie no tratamento de doenças que causam obstrução das vias aéreas.