Da mulher vazia à mãe possível: as agonias da maternidade e a erosão feminina em Buchi Emecheta e Ayobami Adebayo
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/26757 |
Resumo: | A emergência das literaturas africanas (pós-coloniais) de autoria feminina se deu em um contexto de dupla resistência, pois as primeiras escritoras do continente precisaram enfrentar o mundo masculino local, que desdenhava de seus textos, e o mercado editorial internacional, que as alocava indiscriminadamente junto às feministas ocidentais, cujas demandas não coincidiam com as suas. À luta contra a opressão de gênero foi então somada a disputa por independência, por alforria epistêmica, de modo a poderem dizer de si sem a influência masculina – e longe da interferência do feminismo euro-(norte-)americano. No que concerne à maternidade, as autoras africanas tiveram de se distanciar tanto da idealização masculina à figura da Mãe África, quanto do desdém ocidental ao papel materno, sobretudo numa época em que o direito ao aborto era a principal bandeira do movimento das mulheres. A maternidade africana, parte indissociável da essência ontológica autóctone, precisou da pena feminina para se libertar, rejeitando igualmente a apatia ocidental e a ideação local. Autoras como a nigeriana Flora Nwapa, a ganesa Ama Ata Aidoo e a senegalesa Mariama Bâ, por exemplo, deram os primeiros passos e abriram caminho para que outras pudessem trilhá-lo. Buchi Emecheta, contemporânea dessas vanguardistas e ela própria uma pioneira da literatura feminina nigeriana, teve seu quarto romance, As alegrias da maternidade (1979), transformado em símbolo da luta pela igualdade feminina no continente – atacando, além da precariedade da condição da mulher naquela sociedade, a maternidade como instância de aviltamento e martírio para as mães, que, idealizadas pelo imaginário cultural, não gozavam, em vida, das benesses cantadas pelos poetas e griots. Na longa tradição literária daí surgida, destaca-se Ayọ̀bámi Adébáyọ̀, jovem escritora cujo romance de estreia, Fique comigo (2017), prova que o abuso materno – (mal) disfarçado de deferência e culto à mãe – ainda segue cruciando muitas mulheres, quer ante a compulsoriedade da função materna, quer em razão das exigências torturantes feitas às mães. Este trabalho consiste, portanto, na análise das duas obras mencionadas, precedida de um exame da escrita pós-colonial africana – que se propõe a estudar o surgimento e expansão dessas literaturas no último (meio) século, principalmente a produção escrita de expressão feminina, de humilde começo, mas que floresceu e hoje se mostra em nada devedora, em qualidade e alcance, à tradição masculina. |
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Buchi Emecheta, contemporânea dessas vanguardistas e ela própria uma pioneira da literatura feminina nigeriana, teve seu quarto romance, As alegrias da maternidade (1979), transformado em símbolo da luta pela igualdade feminina no continente – atacando, além da precariedade da condição da mulher naquela sociedade, a maternidade como instância de aviltamento e martírio para as mães, que, idealizadas pelo imaginário cultural, não gozavam, em vida, das benesses cantadas pelos poetas e griots. Na longa tradição literária daí surgida, destaca-se Ayọ̀bámi Adébáyọ̀, jovem escritora cujo romance de estreia, Fique comigo (2017), prova que o abuso materno – (mal) disfarçado de deferência e culto à mãe – ainda segue cruciando muitas mulheres, quer ante a compulsoriedade da função materna, quer em razão das exigências torturantes feitas às mães. Este trabalho consiste, portanto, na análise das duas obras mencionadas, precedida de um exame da escrita pós-colonial africana – que se propõe a estudar o surgimento e expansão dessas literaturas no último (meio) século, principalmente a produção escrita de expressão feminina, de humilde começo, mas que floresceu e hoje se mostra em nada devedora, em qualidade e alcance, à tradição masculina.The advent of African (postcolonial) literatures by female authors took place in a setting of double resistance, since the continent’s first female writers had to face both the local male world, which disdained their texts, and the international publishing industry, which placed them indiscriminately alongside Western feminists, whose demands did not coincide with their own. To the fight against oppression was then added the(ir) dispute for independence, for epistemic freedom, so that they could speak about themselves without male influence – and far from the interference of Euro-(North-)American feminism. With regard to motherhood, African female authors had to distance themselves from the masculine idealization of Mother Africa as well as the Western disdain for the maternal function, particularly at a time when abortion rights were the women’s movement main slogan. African motherhood, which is an indissociable part of the indigenous ontological essence, needed the female pen to be freed, equally rejecting Western apathy and local ideation. Authors like Nigerian Flora Nwapa, Ghanaian Ama Ata Aidoo, and Senegalese Mariama Bâ, for example, took the first steps and paved the way for others to follow. Buchi Emecheta, contemporary of these vanguardists and herself a pioneer of Nigerian female literature, had her fourth novel, The Joys of Moterhood (1979), turned into a symbol of the fight for female equality in the continent – addressing not only the precariousness of women’s roles in that society, but motherhood as an instance of disgrace and martyrdom for mothers, whom, albeit idealized by the cultural zeitgeist, did not enjoy, in life, the blessings sung about them by poets and griots. In the resulting literary tradition that followed, Ayọ̀bámi Adébáyọ̀ stands out as a young writer whose debut novel, Stay with Me (2017), proves that maternal abuse – (poorly) disguised as deference to and worship of mothers – continues to crucify many women, whether in view of the maternal role’s compulsory nature, or due to the excruciating demands imposed on mothers. This thesis presents, therefore, an analysis of the two mentioned novels, preceded by an examination of African post-colonial writing as a whole – aiming to study the appearance and expansion of these literatures in the last (half) century, especially the written production of female authors, of humble beginnings, but which has flourished and today is in no way inferior, in quality and scope, to the male tradition.RESUMEN. El surgimiento de las literaturas africanas (pós-coloniales) de autoria femenina se dió en un contexto de doble resistencia, ya que las primeras escritoras del continente necesitaron enfrentar al mundo masculino local, el cual desdeñaba sus textos, y al mercado editorial internacional que las situaba indiscriminadamente al lado de las feministas occidentales, cuyas demandas no coincidían con las suyas. A la lucha contra la opresión de género se sumó, entonces, la disputa por independencia, por liberación epistemológica, de tal modo que pudiesen decir sobre sí mismas sin la influencia masculina – y lejos de la interferencia del feminismo euro-(norte-)americano. En lo que respecta a la maternidad, las autoras africanas tuvieron que distanciarse tanto de la idealización masculina de la figura de la Madre Africa, cuanto del desdén occidental hacia el papel materno, sobretodo en una época en la que el derecho al aborto era la principal bandera del movimiento de las mujeres. La maternidad africana, parte indisociable de la esencia ontológica autóctona, necesitó de la pluma femenina para libertarse, rechazando igualmente la apatía occidental y la idealización local. Autoras como la nigeriana Flora Nwapa, la ganesa Ama Ata Aidoo y la senegalesa Mariama Bâ, por ejemplo, dieron los primeros passos y abrieron caminos para que otras pudiesen recorrerlos. Buchi Emecheta, contemporánea de estas vanguardistas y ella misma una pionera de la literatura femenina nigeriana, tuvo su cuarta novela, Las delicias de la maternidad (1979), transformada en símbolo de la lucha por la igualdad femenina en el continente – atacando, a parte de la precariedad de la condición de la mujer en aquella sociedad, la maternidad como instancia de degradación y martírio para madres, quienes, idealizadas por el imaginario cultural, no gozaban, en vida, de los beneficios cantados por poetas y griots. Dentro de la extensa tradición literaria proveniente de ahí, se destaca Ayòbámi Adébáyò, joven escritora cuya novela de estreno, Quédate conmigo (2017), prueba que el abuso materno – (mal)disfrazado de deferencia y culto a la madre – aún sigue afectando a muchas mujeres, ya sea ante el imperativo de la función materna, o por las exigencias hechas a las madres. Este trabajo consiste, por lo tanto, en el análisis de las dos obras mencionadas, precedida de un estudio de la escritura pós-colonial africana – que se propone estudiar el aparecimento y la expansión de esas literaturas en el último (medio) siglo, principalmente la producción escrita de expresión femenina, de comienzos humildes, pero que hoy en día ya se encuentra florescida y nada debedora, en cualidad y alcanze, a la masculina.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-04-13T10:52:16Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) RodolfoMoraesFarias_Tese.pdf: 5490725 bytes, checksum: d28343f70fad3adac61692380e449558 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2023-04-18T19:11:53Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) RodolfoMoraesFarias_Tese.pdf: 5490725 bytes, checksum: d28343f70fad3adac61692380e449558 (MD5)Made available in DSpace on 2023-04-18T19:11:53Z (GMT). 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A emergência das literaturas africanas (pós-coloniais) de autoria feminina se deu em um contexto de dupla resistência, pois as primeiras escritoras do continente precisaram enfrentar o mundo masculino local, que desdenhava de seus textos, e o mercado editorial internacional, que as alocava indiscriminadamente junto às feministas ocidentais, cujas demandas não coincidiam com as suas. À luta contra a opressão de gênero foi então somada a disputa por independência, por alforria epistêmica, de modo a poderem dizer de si sem a influência masculina – e longe da interferência do feminismo euro-(norte-)americano. No que concerne à maternidade, as autoras africanas tiveram de se distanciar tanto da idealização masculina à figura da Mãe África, quanto do desdém ocidental ao papel materno, sobretudo numa época em que o direito ao aborto era a principal bandeira do movimento das mulheres. A maternidade africana, parte indissociável da essência ontológica autóctone, precisou da pena feminina para se libertar, rejeitando igualmente a apatia ocidental e a ideação local. Autoras como a nigeriana Flora Nwapa, a ganesa Ama Ata Aidoo e a senegalesa Mariama Bâ, por exemplo, deram os primeiros passos e abriram caminho para que outras pudessem trilhá-lo. Buchi Emecheta, contemporânea dessas vanguardistas e ela própria uma pioneira da literatura feminina nigeriana, teve seu quarto romance, As alegrias da maternidade (1979), transformado em símbolo da luta pela igualdade feminina no continente – atacando, além da precariedade da condição da mulher naquela sociedade, a maternidade como instância de aviltamento e martírio para as mães, que, idealizadas pelo imaginário cultural, não gozavam, em vida, das benesses cantadas pelos poetas e griots. Na longa tradição literária daí surgida, destaca-se Ayọ̀bámi Adébáyọ̀, jovem escritora cujo romance de estreia, Fique comigo (2017), prova que o abuso materno – (mal) disfarçado de deferência e culto à mãe – ainda segue cruciando muitas mulheres, quer ante a compulsoriedade da função materna, quer em razão das exigências torturantes feitas às mães. Este trabalho consiste, portanto, na análise das duas obras mencionadas, precedida de um exame da escrita pós-colonial africana – que se propõe a estudar o surgimento e expansão dessas literaturas no último (meio) século, principalmente a produção escrita de expressão feminina, de humilde começo, mas que floresceu e hoje se mostra em nada devedora, em qualidade e alcance, à tradição masculina. |
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